Capítulo 16

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Capitulo XVI

Narrativa de Rodrigo.

- Como sempre subestimei você! – disse para mim mesmo, vendo a família feliz através da janela terminando de fumar o cigarro. Nunca gostei de vícios, até perceber que te queria de verdade, a ansiedade foi meu pior inimigo, me fazendo dar passos impensados, e percebi que para conseguir o que quero, não adianta te tirar e depois eliminar as pedras do caminho, primeiro elimino as pedras e depois... Depois você não terá para onde correr.

"Estou há algumas horas observando os passos de cada um, vendo onde vão, com quem falam, o que fazem. Hoje Elizabeth foi solta, mas você está tão distraída com esse verme na sua barriga que acho que nem se preocupou em descobrir. Preciso pensar, pensar em como vou fazer cada coisa, cada passo. Desta vez não me permito ter falhas, não me permito."

A neve ainda cai forte do lado de fora do carro, e eles ainda permanecem próximo a janela, brincando, correndo. Sorrisos e mais sorrisos.

- Espero que aproveite bastante esse dia Laura, por que o inferno na sua vida está apenas começando.

Ligo o carro e saio,  tenho muito trabalho pela noite para fazer, amanhã será um longo dia.

O dia está claro e não fechei os olhos nem por um minuto, já estou com tudo preparado para esse dia especial. Meu celular vibra.

- O que você quer?

- Quero acabar com eles, já falei. Não quero ficar de braços cruzados, não vou perdoar por terem me jogado naquele lugar imundo.

- Elizabeth, você é burra. A raiva não é auxiliadora, é inimiga. Precisa se conter, precisa saber quais armas usar em cada guerra. Quando for a hora de atacar te aviso, agora só o que quero que faça é se manter calada onde te coloquei.

- Esse pulgueiro que me colocou não deixa ninguém tranquila. Estou desesperada para sair daqui.

- Na hora que eu mandar você vai sair. Falei sério,  minha paciência já estava no fim. - Elizabeth, é a última vez que eu te aviso, atrapalha meus planos e entra no meu caminho e será uma pessoa morta. Não vou admitir erros, não quero nada menos que a perfeição, e não preciso de você,  pra nada! Te mantenho no plano apenas por que sei que divertirá, e como me foi útil há um tempo atrás não me oponho a esse brinde.

Os três homens de confiança estavam preparando o carro, quando cheguei com a bolsa.

- Seu Rodrigo, o Daniel acabou de sair da casa e como o senhor previu com a garotinha. 

- Então vamos que eu já estou com tudo pronto. Falei colocando a bolsa no banco de trás e sentando no banco da frente. Gérard quem dirigiu. Paramos em uma rua próxima a casa da mãe dele, para minha surpresa ele foi andando com a pirralha. "Como essas pessoas gostam de facilitar o meu trabalho!" Peguei a bolsa, separando o explosivo e a arma, nada poderia falhar. Hector se posicionou do outro lado da rua já com a arma em punho quando eles viraram a rua.

- Que comece a diversão! - programei a bomba de dentro do carro, quando se aproximaram a joguei vendo o fogo tomar conta de toda a calçada. A fumaça  começava a se expandir enquando ouvi os disparos.

- Vamos sair daqui! - Gérard acelerou o carro, quando o vi com a arma em punho e Hector caído ao chão. Mirei para acertá-lo quando fui atingido por ele no braço que me encarava sério.  A pirralha ainda estava inteira no sentada no chão encolhida.

- MERDA! MERDA! MERDA! Não era pra ter errado! - Gritava dentro do carro puto segurando meu braço atingido. - Que inferno! Esses dois tem sete vidas? Olavo conseguiu contato com ele?

- Não senhor.

- Caralho! Que inferno. - "calma Rodrigo, calma!  Não perca o foco, calma!" Respirei fundo controlando minha ansiedade, não podia perder a cabeça agora. - Não vamos para o galpao. Precisamos nos livrar deste carro e conseguir outro.

- Sim senhor? E quanto ao Hector?

- Depois o resgatamos, agora precisamos nos manter livres.

Estava tenso, aquele maldito ter uma arma e ainda saber atirar não estava nos meus planos. Meu braço doía mesmo tendo tomado o tiro de raspão. Depois de conseguirmos outro carro, voltamos para o galpão. Resolvi descansar, uns minutos de sono irão me ajudar a pensar com mais clareza.

“ Laura estava sentada em meu colo, na varanda da minha casa.
- E filhos? – Eu perguntei a ela que me olhava incrédula.
- Não acha que ainda somos muito jovens para isso?
- Não estou dizendo que quero ter, quero saber o que você acha?
- Queria ter pelo menos dois, duas meninas seriam o máximo!
- Não gosta de meninos? Dois garotões não seriam nada mal!
- Meninos são mais independentes, se afastam rápido da família, as meninas são mais ligadas, por isso.
- Você tem o péssimo habito de querer todos a sua volta todo o tempo, os filhos são feitos para o mundo, e não para os pais.
- A única certeza que tenho é que não vou abandonar minha mãe. Ela é meu porto seguro.
- Se tornar advogada não te ensinou nada da vida. A vida é cruel, assim como as pessoas. Nada é como queremos, você vê o mundo muito cor de rosa Laura! ”

- A mãe dela! – Acordei com um sobressalto e uma ideia, peguei o telefone. – Oi, tenho um trabalho para você, quero Sônia Alcântara Rossette morta, de uma forma bem chocante, cruel.

- Deixa pistas?

- Não precisa de muito, ela vai saber que sou eu! Só não deixe parecer que foi acidental.

- Certo. – Encerrou a ligação. Meu telefone tocou.

- Qual é o seu problema? – Elizabeth gritava histérica.

- O que você quer, não estou com muita paciência para você hoje.

- Como você consegue errar com uma bomba.

- Você é a mãe mais preocupada que existe sabia?

- Acabei de saber pela minha sogrinha que Daniel “quase morreu”. Porra, até quando vamos ficar no quase?

- Então você tem contato com sua sogrinha querida? Humm! Acho que isso vai ser muito mais útil. Está vendo, já posso adiar meus planos de exterminar você! Assim que eu precisar vou te ligar e você vai providenciar o meu contato com essa mulher. Desliguei o telefone, enviando uma mensagem a Laura.

Eu:
Hoje sonhei com você, e com nossos planos para termos filhos. Lembro perfeitamente todas as palavras da conversa, e você? Se se lembrar, então já sabe qual minha próxima escolha, já que minha tentativa foi frustrada.

A melhor capacidade do ser humano é a habilidade de se reinventar e mudar de opinião. Pois é, vamos mudar os planos novamente. Agora tenho exatamente o que quero!

Duality - Em busca de mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora