Até parece que alguém abriu meu peito, deixando-o completamente exposto para o ar gelado da noite, que entra pela janela. Sinto como se uma mão apertasse meu coração, sem dó. Apertando tão forte, que a única coisa que sinto vontade de fazer, é chorar rios de lágrimas, entregando-me completamente ao que quer que esteja me deixando assim. É como se algo estivesse me mantendo acordada, alertando-me de que algo está acontecendo e não é algo bom.
Sinto o monstro adentrar pela janela, junto com o ar gelado, lançando suas garras obscuras sobre mim e enchendo-me de medo. Há tanto medo em meu ser, que por um segundo penso que já sou nada além de puro medo. E o pior de tudo, é que essa sensação toda... Esse medo todo... Tem muito a ver com ele, do olhar intenso e lindos olhos, que me ama e se importa comigo.
Peço baixinho para o que quer que esteja trazendo a sensação — que isso tudo seja nada demais, que seja apenas besteira minha, que por favor não o tire de mim —, respirando fundo e desejando que meu pedido seja atendido, pelo menos uma única vez. É um novo ano, por favor, não me deixe na mão.
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Cor Mortem
Poetry𝗆𝗈𝗋𝗍𝖾 𝖼𝖺𝗋𝖽𝗂𝖺𝖼𝖺. | o gosto amargo da morte em meus lábios e o coração explodindo no peito de tanto sentimento. #15 em poesia (09.11.2019) ♡ #11 em poesia (21.02.2020) ♡ #09 em poesia (22.02.2020) ♡ #02 em poesia (23.02.2020) ♡