o v.a.z.i.o.

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Às vezes eu sinto como se estivesse, literalmente, em um penhasco, pisando cuidadosamente perto da beirada. Sinto o ar entrando em meus pulmões, preenchendo-me e deixando-me mais leve. Por alguns segundos, a calmaria toma conta do meu ser. Mas só até todo o peso dos meus últimos anos cair sobre meus ombros.

E então é como se o chão em que eu estava pisando, começasse a rachar e em questão de segundos estou em queda livre. Caindo, caindo, caindo. Respirando o ar de forma nervosa e assustada, balançando meus braços e pernas como se de alguma maneira isso fosse ajudar.

Mas tudo acaba numa vasta escuridão, e eu percebo novamente que estou entregue ao vazio de minha alma.

— trinta e um de março
2018.

Cor MortemOnde histórias criam vida. Descubra agora