Capítulo 8 - Má Hora

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Uma má hora  :

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Uma má hora  :

Não quero que as coisas fiquem tão borradas assim, e muito menos que isso pareça apenas mais uma das velhas histórias de Faculdade e amores jovens e amigos perfeitos. Então você sabe que as vezes as coisas mudam de rumo. Não apenas um pouco, não apenas muito...mas num nível absurdo.

Quando eu vim pra cá imaginei tudo da melhor forma possível e que algo fosse dar errado seria em um tempo muito a frente. Mas infelizmente o tempo não usa ele mesmo contra si. Então não existe hora certa ou errada pras coisas saírem do rumo escolhido.

Eu estou no meio do campo deitada na grama, Henry está ao meu lado jogando algum tipo de jogo interessante no celular. E quando eu falo interessante é por que não é interessante, parece algo com zumbi ou pokemon.

Eu pego meu celular pra achar algo pra fazer e percebo que deixei ele desligado durante todo esse tempo, quando ligo ele me deparo com várias mensagens que não havia lido antes.

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Tia Liih - [ Amber eu lamento muito minha querida, espero que possamos ajudar você nesse momento difícil ]

Prima Feh - [ Amber sua mãe está desesperada você precisa falar com ela o mais rápido possível  ]

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Fico com o coração cada vez mais rápido, Henry percebe e se senta ao meu lado, tentando entender o que está acontecendo. Eu queria poder falar alguma coisa mas eu não entendo o que está acontecendo. Eu começo a tentar ligar para Jackie mas ela não atende, então eu ligo para minha prima Fernanda.

- Alô ?

- Fernanda o que está acontecendo ?! - Henry senta na minha frente.

- Ha Droga eu não queria ser a pessoa lhe dar essa notícia.

- Fernanda responde a droga da pergunta !

- Sua irmã Amber ! Ela...essa manhã ela sofreu um acidente de carro, eu estava no hospital com todo mundo mas voltei pra casa. Todos esperam a melhor noticia possível...mas quando eu estava indo pro hospital eu vi o carro....Amber....não sobrou nada. De nenhum dos dois carros, o motorista morreu...e a Jackie não tá acordando....

"Existem muitas formas de descrever  o que eu estava sentindo, confusão, tristeza e medo são as palavras chaves pra você me entender nesse exato momento. Desde que eu nasci a minha irmã sempre foi tudo pra mim, em alguns momentos ela foi até mesmo a minha mãe. E quando tudo começou a despencar ela vestiu as calças e organizou tudo, não só na minha vida mas na vida da minha mãe. Aquela mulher é mais guerreira do que qualquer uma. Ela luta pelo o que ela quer, ela vai atrás das coisas que ela deseja e não olha pra trás em momento algum. E pensar que agora tudo isso pode desabar e  perder a única pessoa que me mantém de pé até hoje, não é poético não é triste. É algo devastador. "

Então não imagine que eu cai aos pés do Henry chorando ou comecei a surtar. Eu simplesmente travei e não sabia o que responder, eu deixei cair o celular no chão e o Henry pegou ele e começou a falar com a minha prima pra entender a situação. Quando eles terminaram de falar Henry me obrigou a levantar e me abraçou. E novamente eu deixo as pessoas me abraçarem o mais forte que podem. Eu realmente não sei o que fazer. Foi ai que Henry começou a me rastejar até o meu quarto, eu sabia que todos estavam me olhando, eu era praticamente um zumbi sendo arrastando por um menino até o meu quarto.

Henry me deixou na cama na cama deitada encarando o teto. Eu sentia o choro subindo do meu coração para a  minha garganta onde eu segurava ela o mais forte que podia. Para que não fosse até os olhos. Milhões e milhões de flashbacks passaram.

- Eu já volto - Henry fala - Caramba eu não quero deixar você sozinha.

Ele sai do quarto ainda com a porta aberta e olha em volta. E então eu só escuto ele gritar "Krystal". Depois de 1 minuto ela surge no quarto fechando a porta e sentando ao meu lado na cama. Ela segura a minha mão.

- Eu lamento pelo o que aconteceu Amber. Se tiver alguma coisa que eu possa fazer pra te ajudar é só me falar, não importa o que seja, eu faço prometo - Sua voz parece triste.

Mesmo assim eu não respondo continuo olhando para o teto, até que sinto o choro subindo para os olhos, eu tento. Eu luto. Mas eu perco e o choro começa a sair pelos meus olhos, tão agoniante e tão profundo que faz minha boca tremer.

Eu me ergo da cama me sentando e então Krystal se alevanta, dando a volta na cama para ficar na minha frente. Ela pega os meus cotovelos e me alevanta, depois pegando nas minhas mãos e colocando em volta da sua cintura. E então ela me abraça. Eu consigo sentir o desespero dela em me cobrir, ou talvez me fazer sentir protegida. Afinal é isso que eu preciso agora.

Eu choro tão verdadeiramente que acabo quase não percebendo que Krystal também está chorando, ela me abraça mais forte e eu posso sentir a sua respiração rápida e o soluço na sua garganta.

- Não me solta - Solto um soluço - Eu tenho medo de cair.

- Eu jamais faria isso - Ela coloca uma de suas mãos entre os meus cabelos.

Enterro meu rosto no seu pescoço e me permito chorar apenas ali. Meu velho inimigo voltou, surgiu das cinzas. A devastação .

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