Amber Josephine Liu acaba de iniciar sua tão sonhada faculdade de Arquitetura, um presente maravilhoso que ganhou de sua mãe quando completou 20 anos e decidiu se mudar de Los Angeles Califórnia, para São Diego. Estava tudo planejado, antes mesmo de...
Tudo que eu precisava era de um sinal pra saber que devia sair do quarto. Enquanto eu ficava sentada na cama, no meio daquelas quatro paredes rosa e com flores eu esperava algum som. Mas não conseguia ouvir nenhum, então simplesmente fui até o espelho no canto do quarto para arrumar a gravata preta que Krystal colocou de um jeito estranho. Ela disse que queria saber como era a sensação de colocar a gravata numa pessoa. Eu sabia que ela não conseguia colocar da forma correta, mas eu não consegui disser não e deixei. Essa noite as ruas estão com sons de sinos pra todos os lados. As casas bem decoradas com cores vibrantes e brilhantes. Você pode até não comemorar o Natal, mas não pode negar que tudo ganha mais vida quando o Natal chega e as casas transbordam felicidade para todos os lados.
A última vez que comemorei o Natal de uma forma realmente muito bonita, foi quando Jackie tinha voltado de uma viagem apenas por minha causa. Eu me sentia sozinha e mandei várias mensagens para ela. Que venho no outro dia sem nenhuma raiva ou protesto. Nós ficamos toda a tarde decorando a casa, e assim que a luz do sol foi embora. Eu, minha mãe e minha irmã fomos para a frente da casa e ligamos todas as luzes. Ela sorriu ao ver o brilho no meu olhar vendo tudo aquilo. Minha mãe ficou animada com o Natal pela primeira vez, depois que o Papai foi embora. Eu me senti orgulhosa. O resto do Natal, foi algo aconchegante sem festas ou presentes. Nós só sentamos no sofá, assistindo filmes clichês e comendo doces caseiros. Pode parecer algo "depressivo" e solitário, mas eu amei cada segundo. Ficamos confortáveis entre cobertas e mantas vermelhas e conversando. Minha mãe sorria o tempo todo e sua risada ecoava pela casa. A cada minuto eu olha para Jackie que estava claramente muito empolgada de ver a nossa mãe sorrindo daquela forma de novo.
Ouso alguém bater na porta e quando menos percebo Krystal está lá, com seu vestido vermelho e seus sapatos pretos. Ela está sorrindo, parece animada. Ela caminha até mim percebendo que arrumei a gravata e depois pega minha mão começando a me tirar do quarto. Eu estou tão nervosa que mal consigo respirar. Enquanto andávamos pelo corredor eu senti minhas pernas tremerem o suficiente para me jogarem no chão. Isso fez eu rir.
- Você está toda travada - Krystal fala colocando as mãos nos meus ombros. Com os olhos fixos em mim.
- E se... e se eles me odiarem ?
- Eu não odeio você - Ela sorri e me beija - É isso que importa. Só estamos sendo educadas apenas isso. Não precisamos de aprovação..- Voltamos a andar - Mas meu pai já está ameaçando todo mundo, pra ninguém ter coragem de apontar o dedo na sua cara.
- Nossa..que reconfortante. Uma multidão brava e ameaçada....empolgante.
Quando descemos a escada me deparo com vários membros da família de Krystal, todos eles param de beber e conversar para me olhar. Eu surto por dentro, mas por fora fico imóvel. Não mantendo meu olhar fixo em ninguém, por mais de 2 segundos. Krystal então segura minha mão mais forte e se aproxima de mim sorrindo. Seu pai anda até mim sorrindo.
- Essa é a Amber Liu - Ele me apresenta para as pessoas - Amber...esses são os tios,primos e avós da Krystal.
- É um prazer conhecer vocês - Tento falar alto mas minha voz parece estar falhando mais a cada segundo.
- Ei - Krystal sussurra - Vai socializar.
- Como faz isso ?
- Assim - ela me arrasta novamente até chegarmos a uma senhora idosa sentada num sofá azul segurando um suco de maçã - Vó queria que você conhece-se a Amber - Ela literalmente me obriga a sentar do lado de sua avó e depois desaparece no meio da multidão me deixando desamparada.
Mas sua avó está sorrindo enquanto olha pra mim. Me pergunto se ela ainda é sã.
- Então você estuda na mesma faculdade que a nossa Amber ?
- Sim senhora.
- Estuda o que ?
- Arquitetura também senhora.
- Querida - ela pega minha mão - Você não está no exército não precisa terminar cada frase com "senhora" - Ela se aproxima e sussurra - Mas admito que é a única forma de ganhar o coração desses riquinhos da família.
Eu solto uma risada, acho que gosto da avó da Krystal. Ela parece diferente de todo mundo, alguém jovem que se pode conversar por horas.
- Qual o seu nome ?
- Eloir...mas me chame de Eloh.... odeio como o meu nome soa velho quando as pessoas me chamam.
- Então Eloh - Sorrio - Como eu faço pra ganhar o coração desses riquinhos ?
Ela sorri e se aproxima...
- Eu vou lhe contar um segredo - Ela sussurra - Aquela menina ama muito você, então se o coração dela é seu. Depois disso....O resto é resto. Mas se você quer mesmo conquistar eles, apenas seja você...se eles não gostarem..que volte pra suas mansões e nos deixem em paz. Você é muito sortuda menina.
Eu olho para Krystal que está do outro lado da sala falando com uma prima.
- Eu sou muito sortuda mesmo.. Faz um favor ?
- Sim, qual ?
- Se ela perguntar sobre o que estávamos conversando... apenas diga que estávamos discutindo a minha sorte em ter ela. E que você é minha nova melhor amiga.
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