Fúria.

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No dia seguinte, Whoiz acordou com os enfermeiros o carregando para algum lugar, ele não entendia direito o que estava havendo, e o pesadelo que ele teve o deixou bem desnorteado, mas sabia que era coisa do Raul. Whoiz já estava farto de exames e perguntas, principalmente após as confissões de Gustavo referente a Raul.

- Não quer responder?- Whoiz não respondia nada e não fazia nada que os enfermeiros pediam. Eles se olhavam confusos, e então saem do laboratório, e Raul entra.

Whoiz olha para o homem, com raiva.

- Você só precisa contar de onde veio, por que veio, e mostrar pra gente o que sabe fazer.- Pede Raul, Whoiz abaixa o olhar e fica olhando para o chão, ignorando Raul (como uma criança realmente faz). E então Raul pega Whoiz pelo braço com força.- Basta.- Raul leva Whoiz para fora do laboratório, e ele passa pelos enfermeiros e cientistas, que olhavam confusos para o mesmo.

Ele não precisa medir esforços para levar Whoiz, Whoiz parecia cooperar, parecia não estar ligando para o que estava havendo em sua volta, é como se fosse Gustavo ali no lugar de Whoiz.

Quem passava por Raul, sabia que o mesmo faria alguma coisa ruim, pois o mesmo nunca havia tocado em Whoiz antes.

E então ambos chegam finalmente no escritório de Raul, onde o mesmo empurra Whoiz para dentro e tranca a porta, suspirando. Whoiz fica de costas para Raul, olhando para os móveis no local. A mesa, a prateleira, as cadeiras, os troféis e as fotos do antigo exército.Medalhas atrás de medalhas, era sufocante pensar que um militar como Raul, havia parado num lugar como aquele. Provavelmente, o próprio Raul estava sufocado com aquela situação, ele queria viver os velhos tempos de alguma maneira, a guerra, a ditadura, e isso estava fazendo ele enlouquecer aos poucos.


- Você acha que me assusta olhando daquele jeito para mim moleque? Já colocaram uma arma na minha cabeça muitas vezes e eu não fraquejei, por que eu deveria temer a uma CRIANÇA?- Pergunta Raul olhando para Whoiz, Whoiz fica de costas para o anfitrião.- Olhe para mim quando eu falar com você!- Raul puxa Whoiz, Whoiz dá um grito enlouquecido e pula em cima de Raul para agredi-lo.

Raul apenas joga Whoiz no chão, mas o garoto enlouquecido se levanta rapidamente e começa a bate-lo com toda força que tinha (o que não era muito efetivo). Vendo que não funcionaria, Whoiz se joga no braço de Raul na tentativa de jogar ele no chão.

- Me solte seu insolente! - Com um simples movimento de Raul, Whoiz é lançado para trás e bate as costas na mesa, ficando desnorteado.- Eu vou dar um fim na sua insolência de uma vez por todas! - Raul abre um armário cheio de objetos de castigo, e tira de lá um chicote. Whoiz só tem tempo de ver os fios na direção do seu rosto, e então ele toma um chicotada, virando seu rosto, onde cortes vão sendo feitos.

Whoiz tenta escapar para trás da mesa, Raul o pega pela perna e o puxa, dando chicotadas em suas costas.- No meu tempo as crianças respeitavam os mais velhos!- Ele grita enquanto dá chicotadas nas costas de Whoiz, lágrimas saiam dos olhos do menino, até que ele se vira e dá um chute no rosto do anfitrião, escapando para trás da mesa.

Raul que estava com o rosto virado pelo chute, vira o rosto de volta para Whoiz, que estava atrás da mesa. Nenhuma das crianças punidas nunca tinha atacado Raul, agora Raul estava em seu estado mais avançado de raiva. E então ele puxa a a mesa para trás, derrubando todas as coisas com ela, fotos da família, fotos do exército, papéis de estratégia militar e coisas que Raul planejou durante anos para o Lar de Maria Antonieta.

Whoiz tenta escapar mas Raul pega a cabeça do menino e bate na prateleira atrás dele, e o garoto fica extremamente zonzo, sem sentir dor, tudo estava embaraçado, e quando ele olhava para o lado, só via Raul estralando o chicote em seu corpo.

Do lado de fora, a chuva caia forte e o céu estava negro. Um raio cai bem em um dos para-raios do Lar, assustando Raul por um momento, que depois retorna seu olhar para baixo para procurar Whoiz, mas o garoto não estava lá.

A prateleira cai em cima de Raul, o lançando violentamente para o chão. E Whoiz estava exausto, olhando para o anfitrião, tentando tirar a prateleira de seu corpo. Whoiz olha para o anfitrião com o mesmo desprezo que o homem havia olhado para Whoiz, quando Gustavo o lançou no chão com a brincadeira de empurra-empurra.

Whoiz caminha para sair da sala, a porta estava trancada, a raiva do garoto era imensa, e a trava da porta é lançada longe, quebrando uma janela, enquanto o garoto caminha pelos corredores.

O garoto cambaleava pelos corredores enquanto os médicos corriam na direção dele.

Vidros e luzes começam a estourar dificultando que todos se aproximem do garoto enquanto ele caminha em direção a ala hospitalar, e com o tempo, todos estavam com medo de se aproximar do garoto e alguma tragédia acontecer.

Ele sobe até seu quarto no hospital, trancando a porta com força e entrando.

Gustavo olha para o garoto, para as marcas em seu rosto e seu corpo, certamente Raul havia feito algo.

- Me leva pro esconderijo.- Pede Whoiz olhando para Gustavo, Gustavo sorri.

Fenômeno 16: O Primeiro Ciclo.Onde histórias criam vida. Descubra agora