O Deserto renasce

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O sol estava forte no deserto, o chão emanava aquela irradiação, quando de repente a poeira da areia é erguida por veículos.

Os carros e motos pulavam pelas dunas de areia acompanhados também vários motocross, todos se aproximando dos grandes muros do Lar de Maria Antonieta, que curiosamente, estava envolto por uma nuvem de chuva, enquanto em todo o deserto tudo estava completamente seco.

Dentro de um dos veículos, havia um homem de óculos de lentes verdes, que sorria ao ver a colonia envolta pela nuvem de chuva.- É ali.

A escola inteira estava um caos real  evidente, enquanto as crianças corriam livres por todos os lados da escola, jogando coisas nos adultos e gritando. Em meio a confusão alguns alunos que desapareceram: Whoiz, Esther, Meu nome, Marcelo, Wanderson, Gustavo, baixinho, e Augusto.

- Eu vou encontrar esse moleque e dar um fim nisso! - Raul chuta a porta com toda força segurando uma pistola, todos olham assustados. - Encontrem todas as crianças desaparecidas e tragam até mim aquele demônio! Eu vou dar um fim nele de uma vez por todas! - Grita Raul, Celes e Vera se aproximam e seguram ele.

- NÃO! As crianças não merecem isso! - Grita Vera tentando segura-lo desesperada, mas ele dá um tapa fortíssimo no rosto dela e a joga no chão, em seguida ele aponta a arma para Celes.- Aonde está o garoto?

- Eu não sei, mas por favor, não mate ninguém.- Ele empurra ela após essas palavras e começa a caminhar procurando o garoto pela escola.

- Eu não sou louco de matar meus soldados.- Raul estava de fato fora de si, pensando estar na guerra, as crianças eram os soldados, os outros eram os civis, e Whoiz era o inimigo infiltrado. E então ele caminha determinado pela chuva.

Raul empurrava uma criança ou outra pelo caminho que não havia notado que ele tinha uma pistola na mão, procurando por Whoiz em todos os lugares.

- RAUL, NÃO, NÃO MATE A CRIANÇA! - Veruca Condal, com suas roupas sociais enxercadas pela chuva, corre em direção a Raul empurrando algumas crianças.- Ele é a nossa maior arma, caso alguém infiltre este lugar!

- Você não acredita que tem pessoas do lado de fora Veruca, não perca seu tempo.- Ele diz, Veruca se aproxima mais, ele aponta a arma para ela.- Eu descobri o que ele pode fazer, ele é uma bomba relógio, não dá para controlar, ele precisa morrer.- Afirma Raul.

- Descobriu o que?? Que ele fica bravo quando você atormenta ele? Você provocou isso e eu avisei para não fazer, desde o inicio! - Pergunta Veruca com o cabelo caindo no olho e as gotas escorregando pelo rosto.

- Você não percebe? Não percebe o caos que esta escola tem enfrentado desde que ele chegou? E desde quando chove tantas vezes em um deserto? Nem estamos em época de chuva! - Afirma Raul, ele tinha algo a mais para falar, mas ele ouve um grito, o grito de Whoiz. E quando ele olha em meio aquela multidão no pátio do refeitório, lá estava o garoto, chamando a atenção do anfitrião, que corre na direção do garoto sem pensar duas vezes.

E então eles vão para um canto afastado dos dois prédios, e também afastado dos campos verdes e da quadra. Aquela corrida molhada era uma das maiores adrenalinas da vida de Whoiz.

Raul tentava se concentrar para mirar nas costas do garoto, mas a chuva, o vento, a grama, toda a vegetação, toda a situação estava desfavorável para que aquele tiro fosse disparado.

Do lado de fora, o homem careca dos óculos de lentes verdes observava calmamente toda a confusão dentro da colônia, ele traga um cigarro e em seguida, ergue os braços fazendo um sinal. Em seguida, todos os carros e motocross que estavam vão com velocidade na direção dos muros de Maria Antonieta.- Saqueiem tudo e tragam o meu garoto! HAHAHAHA ! - O homem se vira de costas e entra dentro de um Jeep, dando meio volta com o veículo e indo embora enquanto os outros carros passavam em alta velocidade por ele na direção da grande colonia.

Os carros e motocross se aproximavam, os poucos guardas do muro dão alerta de invasão e sacam suas armas, aquele sino nunca ouvido, agora havia sido tocado. Raul para por um momento olhando para trás, vendo a torre disparando um sinal vermelho.

- Eu sabia que esse dia chegaria...- Raul para de correr  e olha para trás, para a mobilização dos soldados do Maria Antonieta.- Eu sabia que esse garoto era o motivo...- Ele olha para Whoiz subindo um aglomerado de rochas, e o mesmo sente a maior das raivas, e então ele corre atrás do garoto, pronto para resolver isso de uma vez por todas.

E quando ele sobe todas as pedras, ele se depara com uma fenda, aquela fenda bem no alto do local, uma falha no enorme muro de Maria Antonieta que dava em uma saída secreta para o deserto.

E todo o grupo de Whoiz estava lá, com pedras na mão, olhando para Raul prontos para disparar.

- Eu não sou uma aberração só por que eu vim de fora! - Grita Whoiz para Raul, chorando.

- Tudo que vem de fora é perigoso garoto, e se você sobreviveu a aquilo.- Ele aponta para o deserto atrás deles, e depois faz sinal negativo com a cabeça.- É por que você é o pior dos perigos.

- Ele é nosso amigo! - Grita Esther olhando para Raul. Raul fica tão indgnado com a inocência dela, com só consegue rir.

- Garota... Amigo é apenas outro nome para maligno.- Ele diz, e então aponta sua arma para Whoiz, que encarava que fecha os olhos.

- PEDRAS ! - Grita Gustavo, e todos jogam pedras em Raul, que fica desnorteado sem saber para onde olhar, o impacto das pedras vai o lançando pra trás.

E neste momento, em meio a tantas pedras, Raul toma um tiro.

Todas as crianças arregalam os olhos e olham para trás, um dos bandidos do deserto havia entrado pela fenda para dentro do muro.

A única coisa que Whoiz consegue ver, é Esther lançando uma pedra na direção do homem, sem tempo de impedi-la.- Não...- Ele pensa naquela fração de segundos em que a pedra atinge ele, e então, ele mira a pistola para ela, e atira na menina, a lançando para o chão.

E Na mente de Whoiz aquilo passava tão lentamente, as gotas de chuva agora estavam em camera lenta, enquanto Meu nome grita lentamente por Esther, e os outros garotos correm com medo.

Ao ver Whoiz, o homem arregala os olhos, e sente medo.- Você... Você está vivo? - O homem pergunta, são suas últimas palavras, pois o grito de Whoiz ecoa por todo o Lar de Maria Antonieta, e uma rajada de raios cai sobre o local, atingindo muitos e destruindo partes dos prédios. Esther se foi...

Fenômeno 16: O Primeiro Ciclo.Onde histórias criam vida. Descubra agora