Fuga

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A duas seguiram andando rapidamente. Elas nada disseram durante a breve caminhada, Lana, em momento algum, soltou o braço de Aline, que a seguia dando pequenos saltos para compensar a diferença de passada entre elas. Até que finalmente se depararam com a paliçada.

— É este o ponto? — perguntou Lana.

— É sim, eu acho.

— Bem, é alto mesmo! — respondeu a ruiva com uma careta.

— Eu falei desde o começo que era alto!

— Eu sei, eu sei! — disse Lana virando as cotas para a amiga e se curvando.

— O que está fazendo?

— Vamos! Monte nas minhas costas. Não temos tempo a perder, o ideal seria que fosse feito à noite, mas não podemos esperar.

— Você vai me carregar? — perguntou Aline incrédula com a proposta.

— Anda logo!

— Eu não acredito que é este o seu plano de fuga!

— Quer tentar escalar isso sozinha? Para mim é mais fácil! Melhor, explique para aqueles soldados que estão vindo em nossa direção o que exatamente você está fazendo aqui comigo!

— Que soldados? Onde? — perguntou Aline de susto, prendendo-se rapidamente às costas de Lana, sem se dar conta de que não havia nenhum guarda por perto.

— Tudo bem! Agora é a parte mais difícil — disse Lana tomando fôlego e cravando a primeira lâmina na madeira.

Foi uma escalada longa que avançava lentamente, mas depois de um tempo era visível o progresso ao olhar para baixo.

— Não quer cravar primeiro os buracos e depois subimos? — perguntou Aline.

— Agora que estamos na metade do caminho que você me dá essa ideia? — respondeu Lana com muita dificuldade.

A jovem loira tentava permanecer o mais imóvel que podia. Sentia o corpo trêmulo e o suor que escorria de sua amiga.

Finalmente chegaram próximas ao topo.

— Aline, você consegue se pendurar na madeira? Suba que eu não vou aguentar por muito tempo.

— Espere. Eu vou tentar! — Aline escalou por cima da amiga com um pouco de dificuldade e finalmente alcançou o topo da paliçada. Nesse instante a menina ficou pálida ao ver um pequeno grupo de soldados se aproximando.

— Lana! Venha logo que eles estão chegando!

A ruiva virou o rosto e localizou o homem com um sabre nas mãos correndo adiantado em relação aos demais. De súbito, ela empurrou Aline para o outro lado, que, desprevenida, gritou desesperada até cair em cima de um denso arbusto.

Com os braços e pernas arranhados, a menina se esforçou em vão para se levantar, o mundo girava à sua volta. Uma forte dor percorreu seu corpo, os olhos ficaram vermelhos e marejados. Ela deu um gemido e teve vontade de chorar. Contudo, antes de qualquer reação ela escutou o som das facas deslizando pela madeira.

Lana descera tudo que havia escalado, usava as facas para suavizar a queda e os pés descalços contra a madeira para manter o equilíbrio. Assim que chegou ao solo, gritou:

— Aline! Eu quero que você siga beirando o muro na direção do portão de entrada. Lá você deve criar uma distração para que abram o portão. Você acha que consegue?

Ainda sem entender a situação, a menina choramingando e deitada no solo, apenas apoiada pelos braços, respondeu:

— O que aconteceu? Por que você não pulou para este lado?

Lana - Uma Aventura de Fantasia MedievalOnde histórias criam vida. Descubra agora