Capítulo 14: Gestos de Amizade

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Já estava amanhecendo e Sarah não dormiu nem por um segundo. Depois de toda a história que Tom lhe contou sobre o quanto ele pesquisou sua arvore genealógica, o tempo que ele ficou pensando sobre a Câmara Secreta, a história de Salazar e o Basilisco e como tem sido difícil treinar o Basilisco para matar nascidos-trouxas, Sarah não conseguiu dormir porque precisava ficar processando todas essas informações na sua cabeça.

Como assim Tom também é herdeiro de Slytherin? Se pergunta em pensamento. Depois de Tom a mostrou toda a linhagem Gaunt e explica que ele é filho de Marope Gaunt com Tom Riddle Sr, tudo fez sentido. Sarah não duvidou da história dele nem por um segundo, ela conseguiu sentir que ele estava contando a verdade. Ela não sabe explicar como tem tanta certeza, talvez seja pelo fato de que agora ela o conhece melhor, consegue dizer quando ele mente ou não. Não que ela sempre saiba quando ele mente, porque se soubesse, já teria descoberto tudo isso a muito tempo. Então não, ela não sabe da onde ela tirou tanta certeza de sua verdade, apenas sabe lá no fundo que é verdade. Existe mesmo uma Câmara Secreta com uma cobra gigante vivendo lá, e agora que Tom a descobriu, ele vai treina-la para matar nascidos-trouxas, como Liam e Hanna por exemplo. Sarah não conseguiu dormir justo por causa desse pensamento. Como ela poderia deixar isso acontecer com seus amigos? Não podia permitir com que Tom mateasse pessoas nessa escola, mas como ela iria impedi-lo?

Sarah também ficou se perguntado se Tom realmente conseguiria matar alguém a sangue frio? Uma parte dela diz que não, que por mais que ele possa ser malvado as vezes, não acha que ele seria capaz, ou pelo menos é o que ela preferia acreditar. Mas outra parte dela diz que ele faria sem nenhum problema, como se matar alguém fosse o mesmo que matar um mosca. Ela já pode ver esse olhar assassino as vezes vindo dele, e pode até afirmar que achou atraente. O que? Não! Sua louca, você está dizendo que acharia atraente ele matar uma pessoa, que pensamento horrível! Exclama Sarah pra si própria. Mas ela ainda não tinha total certeza se ele seria capaz, e sinceramente, ela preferia acreditar que não, que ele não era capaz.

Passou a noite inteira pensando se deveria contar pra ele sobre também ser herdeira, e foi uma discussão longa consigo mesma. Se ela contasse, talvez ela pudesse usar isso ao seu favor, fazendo com que ele não treinasse o Basilisco para matar, mas se ela contar, estaria botando não só a própria vida mas também a dos seus pais em risco. Ela passou tantos anos escondendo isso de todos, pra simplesmente chegar a um garoto e contar: "Ei! Sabia que eu também sou herdeira de Slytherin e sei falar língua de cobra, legal né!"

O mais engraçado é que ela nem havia cogitado em contar alguém como o Diretor ou algum professor sobre a Câmara. Parte porque provavelmente não acreditariam nela, nem mesmo se desse provas, e parte porque ela havia prometido a Tom que não contaria a ninguém, e mesmo ele sendo as vezes um preconceituoso assustador que adorava ver outras pessoas sofrendo, ele ainda era especial para ela. Ela simplesmente não suportou a ideia de não ter ele na vida dela. Foi por causa dele que ela se aproximou das meninas e do resto do grupo, e ela não podia negar que realmente gostava muito de passar o tempo com ele. Para ela, ele já era uma espécie de amigo insubstituível, mesmo com todos os defeitos e a opiniões contrárias. Ela só não sabia dizer se ele também achava isso dela.

Quando percebeu que faltava pouco para as meninas levantar, ela pegou as suas coisas e foi no banheiro tomar banho. A ideia era refrescar a cabeça no banho e parar de pensar um pouco, mas não deu certo, já que o banho a fez pensar ainda mais nessa história. O que eu vou fazer meu Deus?! Se pergunta Sarah

Termina o banho, termina de se arrumar, coloca o uniforme da Sonserina, e sai do banheiro, encontrando duas meninas sonolentas que estão recém levantar.

-Bom dia Sarah.

As duas falaram juntas, com má vontade e um tom de preguiça

-Bom dia para as belas adormecidas, já vou tomar café, encontro vocês lá.

O Diário dos HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora