Capítulo 11: A Entrada

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Andando pelos corredores de Hogwarts a caminho do Grande Salão, Sarah vê pelas enormes janelas que o dia está ensolarado, mas um pouco frio também, já que quando saiu do banho, ela sentiu tanto frio que teve que colocar umas três camadas de roupas. Quando chega no Grande Salão, ela é literalmente a primeira aluna, ela decide parar um tempo e admirar o quão lindo e majestoso é o Grande Salão, sem os burburinhos e as milhares de pessoas sentadas nas mesas, pode-se ver muito mais a beleza das pequenas coisas, como o jeito que a luz reflete na janela, e como as cores das casas fazem o ambiente se tornar mais aconchegante e colorido. Ela se senta na mesa da Sonserina e começa a comer o delicioso café-da-manha de Hogwarts. Depois de se servir, nota que outros alunos começam a aparecer e se sentam em suas devidas mesas. Estava comendo tranquilamente com um sorriso estampado em seu rosto quanto escuta:

-Bom dia Sarah, como está se sentindo?

Pergunta Tom, que aparece como fumaça, sentando ao seu lado, sem fazer contato visual com Sarah enquanto se serve.

-Bem

Ela responde simplesmente, ainda concentrada na comida. Tom para o que estava fazendo e olha diretamente para ela.

-Bem?

-É Tom, eu estou bem, o que você esperava que eu dissesse?

Pergunta o olhando nos olhos, se arrependo logo em seguida, esses malditos olhos verdes estão a encarando com seriedade e uma pitada de preocupação, a qual percebe que ele está tentado esconder, mas falha.

-Nada, só pensei que...

Ela volta a atenção para a comida e o interrompe.

-O que? Pensou que eu iria falar o quanto estou me sentindo mal por quase ter sido estuprada e agradecer você por ter salvo minha vida, como a pequena donzela em perigo que eu sou? Não Tom, eu não vou ficar remoendo sobre o que quase aconteceu ontem, porque eu não sou de ficar fazendo drama e com certeza não sou uma donzela em perigo.

Sarah fala tudo com calma e frieza, enquanto selecionava a comida. Sarah sente o olhar de Tom sobre ela mudar de preocupado para uma abrupta raiva repentina. Tom não entendeu o motivo do comportamento hostil para com ele.

-Pelo menos poderia dizer um obrigado.

Tom fala frio e Sarah consegue ver seu desgosto no tom da voz e em suas feições. Será sempre assim com Sarah e Tom, um momento eles estão falando como pessoas quase civilizadas, e no outro estão trocando farpas e faíscas como duas crianças briguentas.

-Obrigado.

Sarah fala tão friamente quanto ele e depois começa a comer, Tom faz o mesmo, voltando a atenção para a comida, e finalmente tirando aqueles olhos pesados dela. Os olhos dele sempre têm esse efeito sobre ela, toda vez que Tom a olha com seus olhos penetrantes ela sente como se a sua armadura estivesse sendo desfeita aos poucos, essa mesma armadura que ela demorou anos construindo ao seu redor, para se proteger das outras pessoas, e ela está sendo destruída de maneira calma e gradativa, por uma única pessoa, por ele.

Eles ficaram assim por um tempo, cada um comendo o seu prato sem falar. Um do lado do outro, com todo o barulho do Salão ao redor, mas com o total silêncio dos dois. Os braços de Sarah e Tom se raspavam de vez em quando, o que deixa Sarah meio constrangida mas Tom nem parece notar, só que obviamente ele notou, ele sentia um arrepio por todo seu corpo quando acontecia, mas ele disfarçou muito bem. Sarah não sabia bem o motivo, mas toda vez que Tom chegava mais perto, ou encostava, mesmo que por acidente, ela sentia esses arrepios involuntários passarem por toda a extensão do corpo. Estava começando a se tornar muito desconfortável pra ambos, e Sarah percebe que a única maneira de acabar com essa tensão e falando alguma coisa, então ela se lembra que queria perguntar uma coisa para ele, então para de comer e olha para ele.

O Diário dos HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora