Capítulo 16: Verdes nos Azuis

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Assim que Sarah se joga no buraco, começa a deslizar em um túnel gosmento e molhado, parecendo um escorregador, até cair em terra firme, cercada por ossos e esqueletos. Sarah levanta depressa, horrorizada e sentindo um cheiro de carne morta que a faz ficar enjoada. Riddle desce um pouco depois dela, pousando perfeitamente de pé, firme, sem perder o equilíbrio. Ele percebe que Sarah está com a cara enjoada, ele chega mais perto dela, olhando diretamente em seus olhos e pergunta:

-Você está bem?

Ele pergunta, e por um momento, ele pareceu genuinamente preocupado com Sarah, mas ai Sarah se lembra que esse é Tom Riddle, e que ele está provavelmente fingindo assim como finge para todos os outros.

-Estou, e não finja que se importa, não precisa fingir perto de mim.

Fala com um tom de indiferença e ela percebe que seu olhar de preocupado mudou para sério e sem emoções. Ele não fala mais nada e continua andando a sua frente, e ela apenas o segue, o mais perto possível dele, já que está com medo desse túnel escuro e gosmento. Eles caminharam por um tempo, com ele na frente, parecendo calmo com o caminho, como se já tivesse feito ele várias vezes. Sarah toma um tempo para analisar ele melhor agora que consegue olhar para ele sem ele perceber. Ele está sem a capa preta e comprida da Sonserina, usando apenas uma camisa branca com a gravata da Sonserina em torno do pescoço, seus cabelos negros estão em perfeita ordem e sem nenhum sinal de fios rebeldes devido a umidade do ambiente. Sarah se pergunta se ele não usa algum tipo de feitiço para manter o cabelo sempre tão perfeito. Ela consegue também ver através da camisa branca que as costas dele parecem ser largas e musculosas, não tão musculosas como Lestrange ou Rosier, mas ainda assim, não deixa de ser um físico bonito.

Perdida em seus pensamentos, Sarah dá um grito quando vários ratos passam ao seu lado. Ela corre e agarra o braço de Tom com força, se escondendo atrás dele enquanto ele olha para atrás, tentando ver o que assustou Sarah. As suas feições passam de analíticas para debochadas assim que ele percebe que a menina gritou por causa dos ratos. Ele solta uma gargalhada que ecoa por toda a caverna, fazendo as pernas da menina balançarem. Ele tinha uma risada tão forte e imponente, assim como ele.

-Medinho de ratos Lancaster?

Sarah olha para cima e vê que ele está olhando diretamente pra ela, com um sorriso de lado.

-Não faça gracinha, eu apenas levei um susto.

Sarah fala tentando parecer convincente para esconder seu medo, mas falha miseravelmente. Tom não consegue deixar de rir, mas então ele percebe que Sarah estava o segurando em seu braço. Ele em primeiro momento quis se afastar do toque, mas ele não faz. De alguma maneira que ele não entende, ele acabou gostando do toque.

-Quem diria que a forte e independente Sarah Lancaster é uma menininha no final de tudo. Uma menininha com medo de ratos de esgoto.

Sarah revira os olhos e lança um olhar mortífero para ele. Só agora percebendo que ainda estava segurando o seu braço meio musculoso e que estava extremamente porto dele. Sentindo seus olhos ainda nela, solta seu braço rápido e dá vários passos a distância. Ele percebe a sua reação a proximidade, e isso só serve para que seu sorriso abra ainda mais. Mas uma parte de Tom não consegue deixa de ficar um pouco triste com a separação. Uma pequena parte bem lá no fundo.

-Vamos?

Pergunta Sarah querendo encerrar isso e continuar com o caminho.

-Vamos.

Ele fala com um tom malicioso enquanto se vira para frente e segue caminho, com ela ao lado dele dessa vez.

Caminharam mais um pouco até chegar em uma porta de metal redonda e enorme, com serpentes esculpidas ao seu redor. Novamente, Tom fala "abra" em língua de cobra e a serpente começar a se mover. Depois da cobra ter feito todo o percurso, a porta se abre e revela a Câmara Secreta.

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