Capítulo 2 - Despertar

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Eu me encontrava deitado em uma cama feita de folhas verdes e secas, haviam rosas e outros tipos de flores por todo canto exalando um aroma de leveza, o ar daquele lugar era puro e gracioso. Ao redor haviam troncos enormes se estendendo por todos os cantos e movendo-se para formar entradas ou saídas sempre que alguém se aproximava. Não haviam janelas mas o local estava claro, a luz do sol caía de cima como se os raios estivessem passando por vidros, mas não havia vidro e nada transparente, apenas folhas, folhas grandes e largas.

"Desculpe, mas quem é você?" – perguntei ainda atordoado e sem enxergar direito.

"Eu sou a Baelly, é um prazer estar falando com você pessoalmente." – ela respondeu.

Minha primeira impressão sobre aquela criatura não foi muito agradável, era um ser estranho de mais ou menos 60 centímetros com orelhas pontiagudas. Quando minha visão foi voltando ao normal e adaptando-se ao ambiente reparei que ela tinha asas e como se isso não fosse estranho o suficiente ela estava voando ao lado da cama onde eu me encontrava.

"O que é isso, você tem asas? Eu estou sonhando?"

"Sim, e não." – ela respondeu com um sorriso largo e com os olhos quase fechados. "Eu tenho asas porque sou uma fada, e você não está sonhando, muito pelo contrário, você acabou de acordar de um sonho." – continuou. "Talvez tenha sido mais um pesadelo, não sei. Mas você ao menos lembra quem é?"

"Isso não é possível, fadas não existem. Coisas desse tipo são apenas histórias criadas e contadas para crianças." – respondi enquanto me recusava em acreditar naquilo.

Ela então parou de voar e sentou-se em um tronco que mais parecia uma cadeira e estava ao lado da cama. "Então como você explica isso?". Foi nesse momento em que ela começou a crescer, suas asas sumiram, as orelhas perderam as pontas e seu cabelo mudou de roxo para um tom loiro. Ela parecia apenas uma humana comum, então encostou a ponta da unha do dedo indicador no tronco onde estava sentada e traçou uma linha reta enquanto falava coisas que eu não conseguia entender, nesse mesmo instante ela se pôs em pé e o tronco começou a mudar de uma cadeira para um pequeno cajado cujo ela pegou e apontou para mim.

"Só preciso de duas palavras para que você seja esmagado por essa cama, mas não sou tão ruim assim. Aliás, muito pelo contrário, eu sou um amor e com tempo você se acostuma." – disse com um tom de ironia enquanto se segurava para não rir.

"Porque você está me ameaçando? O que eu fiz e onde eu estou?"

"Vamos com calma, em breve você terá todas as respostas. Primeiro deve responder à minha pergunta. Você ao menos lembra quem é?"

"Meu nome é Thomas, eu tenho um pai, uma mãe e 17 anos. É tudo que eu lembro. O que houve? Por que eu não consigo lembrar de mais nada além disso? E onde estão meus pais, o que aconteceu com eles?" – questionei enquanto tentava me levantar.

Minha cabeça doeu um pouco e acabei ficando tonto, as coisas começaram a girar e então percebi que ainda não estava bem o suficiente para levantar. "Calma aí, você não pode se esforçar muito, acabou de despertar de uma maldição e talvez leve algum tempo para que você possa sair por aí como bem entender." – ela disse enquanto jogava o pequeno cajado no chão.

Em seguida sussurrou novamente as palavras estranhas que eu não consegui entender e o cajado voltou a transformar-se em um tronco-cadeira ou qualquer coisa que aquilo fosse. Voltando a diminuir de tamanho, ganhando suas asas, pontas das orelhas e cabelo roxo, ela sentou-se no tronco e indagou "Então, você pode me contar como era a sua vida antes de acordar?"

Thomas e a queda das estrelas (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora