Capítulo 3 - Conhecer

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Estávamos em uma raiz externa do lado de fora, olhei para cima deslumbrado com o tamanho daquela árvore gigantesca que parecia medir mais de 500 metros de altura, seu tronco era grosso e largo, o quarto anterior não passava de um minúsculo cômodo em comparação com a extensão magnífica daquela planta. As folhas enormes balançavam como algodão caindo, mesmo que grandes o vento não demonstrava dificuldade em jogá-las de um lado ao outro. A força vital daquele lugar era quase material, senti um calor e uma sensação de liberdade, senti como se estivesse mais vivo do que nunca, senti como se nunca fosse morrer. Esse foi o meu primeiro contato físico com magia.

"Que árvore é essa?" – perguntei.

"Essa é a Grande Árvore Amangel, ela é a fonte e reserva de todo poder desta ilha e das fadas. Nossas vidas dependem da saúde dela. Mas agora você não precisa saber mais sobre isso, vamos, apresse-se." – Baelly disse enquanto segurava minha mão.

Nesse instante ela me puxou, degraus se formaram entre as raízes e nós saímos correndo. "Por que essa pressa?" – perguntei ofegante. "Ainda não estou muito bem para correr." – continuei.

"Não quero que os outros saibam que você já acordou, quanto menos habitantes nos verem é melhor." – disse Baelly. "E eu só estou na forma humana para que os outro não estranhem nossa diferença de tamanho, assim quase iguais eles podem não reparar em você." – continuou.

Passamos correndo em frente a uma grande instalação com a placa que dizia "Biblioteca de Amangí", e esse era o nosso destino, mas ela não parava de correr. "Baelly? Já passamos da biblioteca." – disse.

"Eu sei, eu sei. Nós não vamos para lá, digamos que eu não sou muito bem recebida nesses lugares, então vamos para um lugar secreto."

Corremos muito até chegarmos perto de uma ponte que dava para fora da cidade, ela parou em minha frente e disse; "Vamos precisar descer para o rio."

"Descer? Mas tem uma ponte bem na nossa frente." – questionei.

"Sim, eu sei, mas o lugar que eu quero te mostrar fica bem embaixo de onde nós estamos. É uma caverna que eu e a Jude criamos há um tempo atrás."

"Ah, então eu finalmente irei conhecer essa Jude?"

"Suponho que você já conheça." – Baelly respondeu enquanto se abaixava. Nesse momento ela olhou ao redor para ver se não havia alguém nos observando, encostou o dedo em um galho e falou "Vitas expalio."

"É assim que eu faço para descer até lá." – ela disse.

O galho começou a crescer e formar uma escada. "Nós fadas temos uma forte ligação com a natureza, é fácil controlar o terreno ao redor, gostou?"

"Ainda acho estranho, mas bem útil." – respondi enquanto fazia um sinal de legal com o dedão

"Não se preocupa, com tempo você se acostuma."

Descemos a escada e nos deparamos com um monte de cipós que saíam da base da ponte encostados na parede e iam até o chão onde estávamos.

"Agora você vai falar outras palavras estranhas e os cipós irão magicamente se mover e mostrar uma entrada secreta, acertei?" – perguntei.

"Não, é só afastar uns aqui que você vai ver a maçaneta da porta. Isso é tão mágico não é?" – respondeu com ironia.

Ela abriu a porta e então entrou primeiro. "Sinta-se à vontade." – ela disse enquanto estendia a mão para que eu entrasse. A primeira coisa que vi ao entrar naquele lugar foi a moça que havia me visitado anteriormente, por ironia do destino a pessoa que vivia me dizendo para acordar estava dormindo.

Thomas e a queda das estrelas (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora