(Antes de começar o capitulo eu queria agradecer os comentários, os votos e tudo mais, muito obrigada mesmo ♥ ... agora indo ao que interessa.)
Já era a segunda vez que Johan invadia a cela de Helena, não que ela se importasse já que nunca teve companhia em muito tempo, Liam e ele continuavam ficando no turno da noite, encarregados da alimentação, alguns guardas ficavam do lado de fora da torre das masmorras apenas por precauções, Johan estavam com seu casaco preto sobre a farda, ele usava somente a parte do peito como se nada de ruim fosse acontecer, estava sentado em uma das extremidades do colchão de Helena e ela na outra, ambos bem distantes.
- Tem certeza que não se lembra de nada? – Perguntou pela 10ª vez, Helena balançou a cabeça e riu pasma, como ele podia lhe perguntar a mesma coisa pela milésima vez e ainda esperar uma resposta diferente, mas de certa forma ela entendia, se soubesse que sua mãe ou seu pai ainda estivessem vivos ela também faria o máximo de perguntas que pudesse.
- Pela Milésima vez... Não Johan, lhe contei tudo que lembro – Disse ele – Entretanto... – Começou ela, Johan a olhou pelo canto do olho – Você não me disse o que lembra daquela noite.
Ele pareceu ser pego de surpresa pois tossiu um pouco e então voltou a si, passou a mão sobre os cabelos negros recém cortados no alto da cabeça e então disse:
- Muita pouca coisa ... – Confessou – Não lembro boa parte das coisas que faço, resultado daquele maldito remédio – xingou ele, Helena o encarou com surpresa não sabia que Johan tomava alguma coisa. – Acho que comentei com você que tenho problemas com meu lobo certo? – Ela assentiu – Mais do que o normal, é como se eu perdesse o controle muito facilmente, então para impedir de que eu me transforme e nunca mais volte, meu pai e minha mãe me davam essas ervas encantadas, não gosto de coisas encantadas, essas coisas sempre veem com um preço mais caro do que você normalmente pode pagar, mais mesmo assim. Tomo desde muito pequeno então quando durmo é como se metade do meu dia se dissolvesse em cinzas.
Helena sorriu, não porque achou graça, mais sim por simpatia, era horrível ter de ficar metade de sua vida presa em uma cela, mas ela não gostaria de esquecer nada de sua vida, as memorias muitas vezes são tudo o que temos.
- Pelo menos sei que você é uma ótima pessoa para contar segredos – Disse, Johan riu levemente e assentiu – Então não lembra de quase nada daquele dia? Nada mesmo?
- Bem pouco – Disse – Lembro de descer as escadas às pressas porque era aniversário do meu pai e mamãe estava preparando suas famosas tortas de maçãs, ela tinha feito as empregadas me vestirem de azul e preto, ela dizia que combinava com meus olhos... – Ele encarou Helena e então riu – Uma piada que nunca entendi, até porque meus olhos são castanhos. Continuando, lembro de ver vários convidados entrando e então minha mãe me deu um pedaço de torta e disse que iria procurar meu pai, mordi um pedaço da torta e me senti um pouco tonto, não sei dizer o porquê – Ele parou, como se buscasse na memória mais detalhes – E então... Só me lembro de entrar no salão a essa altura já havia gritos e mais gritos, meu pai me pegou pelo braço e me arrastou para meu quarto, fechou a porta, pouco tempo depois a guarda levava minha mãe pelos braços e não lembro do meu pai dizer nada para impedir...
- Ele te disse o porquê levaram sua mãe?
- Disse que mamãe havia envenenado alguém... Com as tortas... Ele sempre dizia que ela tinha alguns problemas mentais, mais nunca levei a sério, nunca, minha mãe jamais envenenaria alguém Helena, ela não era desse tipo de pessoa, dissimulada que tenta assassinar o próprio marido com sua comida preferida. – Disse ele - E eu lembro de ver sangue, muito sangue quando entrei no salão principal – Johan balançou a cabeça e levou os dedos brancos até as têmporas – Droga! Malditas ervas...
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Aprisionada
LobisomemEm um mundo dominado por lobisomens, reis e rainhas. Helena é mantida em uma cela com demais prisioneiros por anos, após uma reviravolta a garota se encontra no lugar de seus pais, lutando contra bestas e descobrindo uma parte de si que ela nunca im...