VII

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No dia seguinte Johan nao compareceu ao trabalho, tão pouco saiu de seu quarto, seus pensamentos nao haviam se posto no lugar ainda, e se ouvesse uma remota chance de Helena estar certa então boa parte de sua vida havia sido escondida dele. Enquanto jogava os pesados lençóis da cama para o outro lado a parte se abriu, Adélia colocou sua cabeça gentilmente para dentro.

- Johan? Você esta bem? - Perguntou ela - Não foi trabalhar ontem e...

- Ótimo - Cortou ele, os olhos da mulher se arregalaram com a rispidez de sua voz - Se não se importa.. Tenho que me vestir..

Adelia assentiu e então voltou para trás fechando a pequena fresta por qual havia posto sua cabeça. Johan a encarou sair e então soltou o corpo de volta sobre a cama.

(...)

Não demorou muito para que ele se vestisse e saísse pela parte de trás da casa, enquanto galhos quebravam sob seus pés ele foi em direção a floresta, rumo a sua profundezas, seu pai não iria ate a suposta cidade dos curandeiros ele provavelmente iria a algo mais próximo, como o pântano, ou a venda da esquina, mas Johan sabia que se quisesse respostas não seria em lugares decentes que conseguiria, com um pouco da erva que Adelia colocava em seu chá no bolso de seu casaco cinza. Quando o chão desregular deu lugar a árvores mais próximas e um chão lamacento, casinhas feitas de bambu começaram a surgir e homens e mulheres extremamente sujos e magros caminhavam de um lado para o outro, quando o mesmo se aproximou os olhos negros das pessoas ali o seguiram, murmúrios preencheram o local e ele sabia que não era comum licantropos naquele lugar. Johan seguiu seu caminho pois a cabana que procurava se encontrava no fim do local. Era pequeno, menor do que ele realmente achou que seria, uma pequena casinha feita de bambus com a porta semi-aberta uma pequena placa escrito "Remédios e cia." Ele se aproximou ao passo que uma mulher baixa de cabelos negros compridos e oleosos com uma pele esverdeada apareceu.

- Posso ajuda-lo? - Perguntou, sua voz era roca e rastejante, ele podia jurar que ela era algum tipo de lagarto em pessoa.

- Se eu puder entrar.. Sim - disse ele
A mulher ergueu as sobrancelhas e então gesticulou para que ele entrasse, Johan passou pelo pequeno espaço entre a porta e a mulher. O interior era quente, as paredes tinhas quadros pendurados do qual ele não conseguia distinguir seus desenhos, ervas estavam espalhados pelo local, no fundo uma cama com lençóis brancos e lamacentos, no centro uma pequena mesa redonda com livros grossos abertos.

- Eu lhe diria para sentar... Mas não acho que um rapaz tão lindo como você pretenda passar muito tempo por aqui, certo? - ela caminhou para trás da mesa redonda enquanto Johan a seguia com o olhar.

- Certa - Disse ele - Não tenho pretensão de ficar aqui mais do que necessário...

- Pois então, diga-me o que deseja? - Disse ela com um aceno de mão.

- Quão vasto é o seu conhecimento sobre isso? - perguntou ele, ela pegou os pequenos ramos que Johan lhe deu e girou na mãos cautelosamente. - Isso é... Rosemary.. - Disse ela - Uma erva tão nobre e tão traiçoeira, depende dos motivos a ser usada. É geralmente usada para manter casamentos em sua tranquilidade e sem traições... Me admira um rapaz como você se preocupar com sua jovem esposa.

- Não sou casado- Disse ele, sua cabeça rodou porque seu pai o fazia beber daquilo que protegia o casamento? Qual era o sentido daquilo? - Para que mais ela serve?

- Ja lhe disse.. Ela protege o casamento...

- Deve ter mais utilidades - Disse Johan

- E porque espera por isso? - Perguntou ela

- Eu... isso, venho bebendo isso a mais tempo do que pode imaginar minha senhora e vem me provocando perdas de memória, mudança em meus olhos.. Então sinto duvidar de suas habilidades mais não estou aqui para me dizer que essa planta somente serve para manter bons casamentos...

AprisionadaOnde histórias criam vida. Descubra agora