Flower boy

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— Jooheon — me chamou baixinho — você me ama também?

Ele estava perto. Muito perto. Isso era ruim.
Engoli em seco e contorci os lábios. Toquei sua bochecha e o encarei, intercalando minha atenção entre a boca trêmula dele e seus orbes.

— Tenho que te beijar de novo para você entender o que sinto por você? — a boca de Minhyuk entreabriu-se e eu sorri sem mostrar os dentes — sim, Minhyuk. Eu amo você também.

E, pela primeira vez, quem teve a iniciativa do beijo, foi Minhyuk. Seus lábios quentes e macios contra os meus, seus braços em meu pescoço, seu corpo roçando o meu, sua respiração descompassada contra a minha, minhas mãos em sua cintura: eu estava completamente hipnotizado por Minhyuk.
O beijo não era calmo. Era voraz, algo que nunca esperei da parte dele.
Nossas línguas se entrelaçavam, e eu buscava explorar toda sua boca. Assim que o fôlego me fez falta, eu me afastei um pouco dele e encarei seus lábios avermelhados. Toquei sua nuca e a acariciei antes de desvencilhar-me dele por completo e andar até o sofá. Me sentei ali, sendo seguido por Minhyuk, que se sentou ao meu lado. Depois de alguns segundos, eu trouxe sua cabeça lentamente para meu ombro e entrelacei nossos dedos. Ele ficou boquiaberto no início, mas depois sorriu e se aconchegou.

[...]

Quando Kihyun e Changkyun finalmente deixaram o quarto, eu estava vendo TV e Minhyuk havia desistido do filme, e estava filmando coisas pela casa, difamando o Changkyun. Eu só conseguia rir daquela situação.

— Minnie — Kihyun o chamou — por quê está fazendo isso? — olhei para os três.

— Eu tenho que fazer jus ao meu ódio por Changkyun, oras — Kihyun riu — o quê? — Changkyun rolou os olhos — Ki, você é meu melhor amigo. É óbvio que vou te ajudar — Kihyun abriu um sorriso. Um sorriso tão largo e bonito que eu acabei sorrindo também. Eu consegui sentir a tristeza de Kihyun ser transmitida com aquele sorriso, mas também senti sua felicidade.

— Você quer comer sushi, Minnie? — Minhyuk arregalou os olhos e assentiu freneticamente, puxando Kihyun até a cozinha.

Changkyun sentou-se do meu lado quando os dois foram para a cozinha.

— Falou com ele? — indaguei.

— Kihyun tem uma vida tão complicada — suspirou e encostou as costas no sofá — a mãe morreu e suspeitam do pai.

— Isso é triste — murmurei — ele vai vir morar com você?

— Se ganhar o processo, talvez algum outro parente da família queira a guarda dele.

— Ele é de maior, Chang. Pode escolher com quem ficar — Changkyun suspirou.

— Changkyun, levante essa bunda daí, porque não sei onde estão as panelas! — Minhyuk gritou e eu ri. Olhei para Changkyun, que rolou os olhos e caminhou até a cozinha.

Acabei me levantando também, e me sentei em uma das cadeiras, observando Changkyun xingar Minhyuk todas as vezes que ele falava que era imprestável. Kihyun ria e depois focava sua atenção em cortar e limpar os peixes.
E foi graças à essas discussões, que Minhyuk deixou as algas caírem e Kihyun mandou Minhyuk e Changkyun para a sala.

— Não sei como você os atura — murmurei e ele riu — quer ajuda?

— Se você for um Minhyuk versão aprimorada, pode ficar sentado aí — ri, me levantei, arregacei as mangas e fiquei ao seu lado no balcão. Ele me entregou uma faca e um peixe. Comecei a limpá-lo e terminamos em silêncio.

Changkyun e Kihyun foram para o quarto depois da refeição, e Minhyuk eu lavamos a louça.
Minhyuk e eu dormiríamos no quarto ao lado de Changkyun e Kihyun.

— Minhyuk — estendi minha mão para ele, que me olhou desentendido — vamos dormir.

— Dormir? — ri daquela audácia. Eu estava cansado. Mas também queria aproveitar a presença de Minhyuk. Ele entrelaçou seus dedos nos meus e subimos a escada. Abri a porta e já retirei a blusa, e ouvi um gritinho de Minhyuk. Arqueei uma das sobrancelhas ao me virar para ele.

— O que foi? — ri — você nunca viu um homem sem camisa antes, Minhyuk? — ele olhou para o lado e eu me aproximei dele. Ele acabou indo de encontro a parede e eu aproveitei a deixa para colar nossos corpos e nossos lábios. Dei apenas um selinho, me afastei e o olhei: corado. Tão fofo — vou tomar banho — ele assentiu. O dei as costas e caminhei até o banheiro.

Optei por uma ducha fria, e em alguns minutos eu já havia saído do chuveiro. Sempre deixo roupas extras na casa de Changkyun, e elas estavam no closet. Enrolei a toalha na cintura, saí do banheiro e avistei Minhyuk fazendo uma live no Instagram. Quando ele me viu, engasgou e caiu da cama. Eu ri, mesmo sendo errado.
Vesti a roupa e baguncei o cabelo ainda molhado ao me aproximar da cama e me deitar. Minhyuk havia desligado o celular e se levantou da cama, indo até o banheiro. Ele acabou o banho, literalmente, uma hora depois. Me pediu para que pegasse uma roupa para ele, e assim o fiz. Minhyuk abriu a porta, e percebi o quão larga as roupas ficaram. Estaria tão adorável, se não fosse uma naja na maior parte do tempo.
Minhyuk se deitou ao meu lado, e eu apaguei a luz.

— Jooheon — murmurou. Eu me aproximei dele, e comecei a mexer em sua franja — não faça aquilo nunca mais, não quero morrer de susto — ri baixinho e dei um beijo em sua testa.

— Não farei — o puxei para que se deitasse em meu peito e ele se aconhechegou ali. Senti o cheiro de camomila emanar dele, e fechei os olhos, esperando que o sono me atingisse.

SPOTLIGHT 「 Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora