O sabor de Minhyuk

1.3K 211 119
                                    

agora é o honey narrando 💘

[ 📸 .*+ ]

Minhyuk provavelmente estaria confuso. Eu o evitei por muito tempo, e pouco a pouco fui deixando de o ignorar.

Até mesmo porque ele parece não se lembrar.

Minhyuk não se lembra de que estudamos fotografia juntos nas férias de verão nos últimos três anos. E quando me transferi para esse colégio, ele me perguntou como eu me chamava. Isso fez eu me sentir menor que um grão de areia. Então, a solução plausível que encontrei foi o ignorar. Não queria conversar com meu amor platônico, sabendo que ele sequer lembrava meu nome ou como meu rosto era.
Tudo bem que eu era mais cheinho na época e Minhyuk me ignorava de vez em quando, mas eu procurava ser educado com todos. Já ele sempre queria ser o centro das atenções e não aceitava "não" como resposta.
Quando o vi aqui, eu fiquei tão feliz, porém tão triste ao mesmo tempo. Minhyuk não se lembrava de mim.
Eu me lembrava de todos, até mesmo de Kihyun, que falava comigo e perguntava como meu dia estava, já que estudamos no fundamental juntos.
Assim que Minhyuk disse para eu o deixar me amar, meu coração parou. Só Deus sabe o quão importante Minhyuk é para mim desde o primeiro dia da aula de fotografia.
Eu o quis ignorar e preencher-me com a crise existencial que tenho. Só que algumas crises são mais fortes que as outras, e por vezes, falho ao esconder a tristeza. Percebi que não o teria tão perto daquele jeito novamente, então deixei que meu coração seguisse meus sentimentos.

Me deixe te amar — Minhyuk sussurrou.

E, instantaneamente, acariciei seu rosto antes de selá-lo lentamente.

Eu simplesmente deixei a decepção — por Minhyuk sequer lembrar-se de mim — de lado e fiz o que eu queria fazer há tanto tempo: beijá-lo.
Um Minhyuk em silêncio era melhor que um Minhyuk tagarela. Eu o devia beijar mais vezes, até mesmo porque seus lábios eram tão macios e convidativos que eu tinha certeza que depois disso eu não resistiria ficar longe deles.
O primeiro selar que o dei, foi apenas o encostar de nossos lábios. Quando a onda de choque percorreu meu corpo, pedi passagem com a língua, e Minhyuk não tardou em permitir. Ter sua língua na minha, sua respiração contra a minha, seus gemidos abafados contra os meus, era a oitava maravilha do mundo. Eu não queria que aquilo acabasse, caso contrário, eu devia pensar em uma boa desculpa.
Deslizei minha mão, que antes estava em seu rosto, até sua nuca e acarieicei seu cabelo sedoso. Ele comprimiu um grunhido e eu sorri entre o beijo. E foi nesse momento que Minhyuk tocou meu peito e afastou-se um pouco, ofegante, de mim.
Seus olhos arregalados procuravam o que dizer, e eu apenas mordi meu lábio inferior e encarei seu lábios inchados. Eu queria mais. Eu queria mais do sabor de Minhyuk.
Não esperei outra permissão, estava de saco cheio daquilo. Apenas o puxei para outro beijo, esse mais voraz e sedento. Tanto da minha parte quanto da dele.
A mão de Minhyuk, que antes estava em meu peito, subiu para meu pescoço e depois ele a deixou em minha nuca — fazendo leve carícias ali. Eu enlouqueceria.
Precisávamos de ar, mas eu não queria me desvencilhar dele. Infelizmente, eu me afastei e molhei os lábios, dando de cara com um Minhyuk estático indeciso entre sorrir e sair correndo.

— Jooheon, o que diabos é você? — ele murmurou e eu ri baixo. Fiz alguns movimentos circulares em seu cabelo e ele fechou os olhos. Aproximei-me de seu ouvido, mordi o lóbulo de sua orelha e sussurrei ali:

— Seu mais novo sonho de consumo — senti Minhyuk estremecer e sorri. Afastei-me dele e o encarei — você não se lembra de mim, não é? — ele engoliu em seco e negou com a cabeça — eu já imaginava.

Levantei-me, ajeitei o uniforme e deixei Minhyuk sentado ali, ainda processando o que havia acabado de acontecer.

[...]

Assim que voltei para a sala, Changkyun estava escorado no batente da porta. Suspirei. Ou a primeira palavra seria "Kihyun" ou ele me perguntaria como eu estava.

— O que foi?

— Estava te esperando — ele sorriu — como foi?

— Como foi o quê? — arqueei uma da sobrancelhas.

— Minhyuk e você, no terraço — rolei os olhos e ri.

— Foi muito bom.

— Kihyun ficou feliz em saber que você estava lá — disse — ainda mais quando Minhyuk disse que subiria para lá — molhei os lábios.

— Vocês são nossos cupidos ou algo do tipo? — ele riu baixinho e assentiu. Antes de sair, bagunçou meu cabelo e apertou minha bochecha.

Changkyun é estranho, e Kihyun também. Talvez seja por isso que eles são um belo casal.
Sentei-me no lugar de sempre: o fundo. Olhei para o horário, e sabia que as coisas começariam a desandar. Teria a mesma aula que Minhyuk.

Estaríamos na mesma sala. De novo.

Respirei fundo, apanhei meus materiais de inglês e caminhei até a sala, de maneira a encontrar um Minhyuk apreensivo que mexia no celular.
Sentei-me ao seu lado e ele assustou-se. Cruzei os braços na mesa e neles me deitei. Com a cabeça inclinada na direção de Minhyuk, o fitei, e ele apenas conseguia me fitar também.
Quando Minhyuk foi abrir a boca para falar algo, a professora interrompeu dizendo "bom dia".
Inglês sempre foi uma matéria fácil, e eu sempre voava durante as aulas. A diferença, dessa vez, era que eu estava voando nos orbes escuros de Minhyuk.
Então quer dizer que Lee Minhyuk também fica envergonhado.
Molhei os lábios antes de levantar-me da mesa e encarar o quadro.

— Por quê me beijou? — ele sussurrou — está bêbado ou algo do tipo? — contorci os lábios.

— Por quê as pessoas se beijam, Minhyuk?

— Porque é bom — ele disse como se fosse óbvio.

Parece que ele está voltando ao normal.

— E por quê acha que eu o beijei? — e, mais uma vez, Minhyuk ficou envergonhado. Era fofo como alguém daquele jeito ainda tinha sentimentos.

O resto da aula foi aquele clima tenso e confortável ao mesmo tempo. Eu ainda estava chateado com Minhyuk pelo fato de ele não se lembrar, mas eu não o incomodaria com isso. As pessoas mudam, e com Minhyuk não foi diferente.

[...]

Assim que todas as aulas acabaram, eu me perguntava se Minhyuk ainda estava no colégio; tínhamos muito para conversar. Não sei como Minhyuk funciona, mas de tanto o observar, eu já devia ter uma breve noção.
Sobrepus minha mochila no ombro e deixei a sala. Caminhei calmamente pelo corredor, ultrapassando a biblioteca e mais outras duas salas. E foi nesse momento que senti uma mão macia agarrar a minha e me puxar para trás: ninguém mais ninguém menos que Minhyuk me guiava para a biblioteca.

— Minhyuk — o chamei. Ele não me olhou.

— Cale a boca — ele ziguezagueou algumas prateleiras, até que ficássemos em um canto longe e escondido do cômodo. Minhyuk escorou-se na parede, de braços cruzados e eu deixei minha mochila no chão, me aproximando dele em seguida. Uma de minhas mãos estava acima de seu ombro, colada à parede. Com a outra mão, puxei Minhyuk pela cintura, de maneira a arrancar um som surpreso.

— Seria mais efetivo se você me calasse — murmurei enquanto meus olhos passeavam por toda extensão de seu rosto.

SPOTLIGHT 「 Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora