Cap. 3 - O Laço Que Une

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Johan permanecia sentado embaixo da mesma árvore onde havia dado o seu primeiro beijo na garota dos seus sonhos. Por mais real que havia sido o beijo, ele ainda tentava assimilar os fatos.

Ela realmente existia!

Não era um sonho!

Não era apenas fruto da sua imaginação!

A chuva ainda caia embassando sua visão. Sem pensar nas consequências, Johan se levantou e seguiu pela estrada de terra em busca de sua garota. Eles tinham um laço forte que os união até mesmo em sonhos e ele iria aonde fosse preciso para tê-la em seus braços novamente e para sempre.

Enquanto corria na chuva ouviu uivados vindo do norte.

Alguém estava em perigo.

Outro dia eu te encontro minha menina. - Johan pensou enquanto voltava na direção do uivo.

Transformando se em um lobo, Johan correu por entre as árvores. Os uivos cada vez mais tristes se aproximavam. Quando percebeu estar próximo o suficiente para ver o que acontecia, Johan voltou para sua forma humana e espiou.

Emille estava ferida e não conseguia voltar a sua forma humana.

Maldita maldição - pensou.

Johan se aproximou com cautela da irmã. Sabia que se ouvesse algum caçador por perto seria o fim dos dois.

- Irmão? - A loba perguntou ao ve-lo ali. Seu olhar era de súplica e lamentações.

- O que aconteceu? - Johan perguntou preocupado com o ferimento na pata da irmã.

- Eu pisei em um espinho enquanto caçava um javali.

- Emille. - Ele a repreendeu com o olhar. - Caçar é tarefa dos machos. Você deveria estar em casa arrumando seu enxoval de casamento. O que diria mamãe se estivesse aqui?

- Que estou certa em querer sair dessa vida monótona e que eu não deveria me importar com o que vão pensar ou dizer de mim. Eles não tem que achar nada. Afinal já estou crescida. - Emille falou mudando seu tom de voz. - Agora me leve pra casa. Não consigo me transformar. A dor está prendendo a magia.

Johan pegou a irmã nos braços e a carregou pela floresta adentro até chegarem na caverna onde moravam.

Por fora era só uma toca de lobo em uma gruta, mas por dentro parecia um palacete de tão grande que era.

Com 6 andares, a caverna mantinha um grande refeitório no centro e ao redor as casas de todo o povo condenado a viver aquela terrível maldição.

Não tinham elevadores, apenas escadas ligavam cada corredor. Assim que foram avistados na entrada, Harry correu até os irmãos e ajudou Johan com Emille até o quarto da matriarca da família.

- Descanse Emille. Vou chamar o doutor e já volto. Fique com ela Harry. - Johan falou ganhando um manear de cabeça em confirmação.

Assim que Johan voltou com o médico, Emille foi avaliada e constataram que o espinho era venenoso. Por esse motivo teriam que sair em busca da flor daquele espinho para fazerem um chá antídoto para Emille. Caso ela não bebesse o chá em 8 horas, seria o fim.

Johan e Harry se alertaram, e enquanto o caçula levava o médico até a saída, Harry procurava pelo pai.

Para Klaus Wolf, ver a filha naquele estado era como ter uma faca encravada em seu peito. Ele devia ter ficado de olho. Sempre soube que ela puxara a mãe o coração aventureiro e o desejo por liberdade.

Se ele tivesse tomado conta dela... Não estaria sofrendo de novo.

Sua esposa tinha se jogado em sua frente quando um caçador tentou mata-lo.

Ela rasgou a artéria do pescoço do homem que antes de cair morto no chão, atirou friamente em sua caça.

Já havia se passado 19 anos desde que o destino brincou com seu coração, mas as feridas ainda não tinham se fechado e ele guardava bem as lembranças do passado.

 Apaixonada Pelo Lobo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora