⤿ AMOR E CUIDADO | IRMÃOS HAITANI
─ Foi naquele momento Hana, naquele momento em que você cuidou de nós dois tão gentilmente, naquela sala de hospital, foi alí que nos apaixonamos por você. ─ Sua voz grave soou em sussurros, fazendo algumas lágrima...
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Dedos ensanguentados, olhar sádico e movimentos frenéticos de vai e vem em um punho cerrado, enquanto que uma risadinha cínica escapava de seus lábios ressecados e rachados, demonstrando que ele estava se divertindo com aquilo, com certeza, muito mais do que deveria, afinal, o cara alí no chão já estava apagado e, provavelmente morto, então porquê continuar batendo?
Aí está, não havia motivo algum, ele simplesmente sentia vontade e isso era o suficiente para continuar desfigurando o rosto daquele, outrora, traidor desmiolado que, vamos confessar, não tinha um pingo de amor a vida.
Bastou apenas uma das mãos de Ran para puxar o Haruchiyo de cima daquele corpo desfalecido, mão essa que estava tão manchada de sangue quanto.
─ Já chega, Sanzu, você já fez muita bagunça por hoje! ─ Exclamou o Haitani mais velho, soltando a gola da camisa do rosado.
─ Que se dane a porra da bagunça, esse cara era um traidor e ele merece muito mais do que a morte! ─ Vociferou irritado, ameaçando voltar para cima daquele corpo no chão.
Uma risada ecoou pelo cômodo completamente bagunçado, cheio de móveis quebrados e sangue seco no chão, esse simples som grave e melódico conseguiu atrair a atenção dos dois.
─ Você é um sádico mesmo, Sanzu, vamos lá, não temos mais nada para fazer aqui. ─ Rindou apareceu na sala, limpando as mãos vermelhas em um pedaço de pano que encontrara por ali.
"Tsc".
Esse foi o único som que Haruchiyo soltou antes de dar as costas para os irmãos e sair daquela casa, indo em direção ao carro para irem logo embora dali.
─ Não faça essa cara, todos lá dentro já estão mortos, você só iria ficar batendo em cadáveres. ─ Ran falou, adentrando o veículo, bem atrás do volante.
Não confiava em Sanzu para dirigir e Rindou ainda tinha um buraco de bala não cicatrizado no ombro, e por mais que Ran tivesse negado que ele fosse naquela missão, o mais novo insistiu e Mikey não fez nenhuma objeção quanto a isso, o que deixou Ran irritado.
─ Que seja, só vamos logo, temos que passar o relatório para o Mikey. ─ Haruchiyo disse, cruzando os braços e mandando o foda-se para o cinto de segurança.
O Mikey, sim, o rosado estava pensando no que diria para o seu "rei" quando chegassem na sede da Bonten.
"Eu matei todos aqueles que ousaram trair você, Mikey" ou talvez "Fiz como você pediu, deixei aqueles que traíram você, irreconhecíveis". Bom, não se sabia ao certo, mas qualquer frase que soasse boa na sua cabeça bagunçada, era uma opção, afinal, queria a todo custo agradar o Sano.
Ran e Rindou não falaram nada o caminho inteiro, apenas pensavam em uma boa desculpa para dar a Manjiro quando dissessem que teriam que ir para casa correndo.
Ela viria pela tarde novamente, eles sabiam disso, por isso, estavam desesperados e ansiosos. Quanto antes passassem aquele relatório, mais rápido poderiam ir para casa encontrar a mulher que estava, aos poucos, se infiltrando em quaisquer pensamentos que os irmãos tinham.
