Em um lugar de clima desértico, dorme um garoto de cabelos brancos, para ser exato, parece que ele foi arremessado até ali. Ele acorda, não possui memórias de seu passado, família ou lugar de onde viera, acordara a sentir dores, uma que lhe incomoda em particular em seu olho direito, que não lhe permite abrir.
Tudo o que vê é aquilo decide chamar de nome, "Akira" estava escrito no chão, fato indicador de que sabia ler e que, provavelmente, passou pelo processo de educação, no entanto a perda de memória lhe incita caminhar como opção restante e seu objetivo se tornara encontrar algo significativo para responder as dúvidas que lhe surgem.
O garoto não tem consigo alimento ou qualquer outra coisa a não ser as roupas do corpo, calças de um tecido simples e leve, e uma vestimenta de couro para o tronco.
Ao caminhar afastando-se da área desértica onde acordou, vê florestas ao longe e próximo de sí, árvores frondosas. Como que por instinto as escalava, com destreza por sinal, o que indicava que possuía habilidade para tal feito, embora desconhecidas, mas assim conseguia se alimentar.
Caminhar sem rumo é complicado, pois depender da sorte o preocupa - será que acordaria na manhã seguinte? - perguntava-se sempre. Quando acorda, agradece, a quem? Não sabe, mas o faz de toda forma e volta a caminhar.
Certo dia, a andar próximo à floresta aproveitando à sombra, a dependência de nada mais que a sorte se tornou uma grande desvantagem, de repente, do meio das árvores sai uma criatura em sua direção.
É um ser monstruoso que só lhe inspira medo, assim, sem ter reação frente a tamanho desafio, recebe um ataque, logo, tudo o que conseguiu fazer foi ficar de olhos fechados. Mas, para sua surpresa, ao abrir o olho esquerdo (o único que lhe era possível abrir no momento), percebe que de alguma forma desviou da investida do monstro, daí, instintivamente continua a esquivar até perceber uma abertura como forma de derrubar o adversário, criando assim uma oportunidade que lhe permite a fuga.
Akira conseguira escapar e procura também afastar-se da floresta para evitar mais possíveis problemas, mesmo assim não para de correr, volta e meia olhando para trás para verificar se o monstro o segue. Viu que sim, mas como o local onde corre é levemente plano não se preocupa muito em olhar para frente, pois só o que interessa-lhe é garantir que seu perseguidor não o alcance.
Distraído e sem tempo de reação, acaba tombando com outro jovem, também andando despercebido. Este, por sua vez, olha para Akira e brada irritado.
"Olha por onde anda!"
"Eu sinto muito, mas não foi a minha intenção, eu estava..." Akira tenta se explicar.
Mas, um pouco impaciente, o outro interrompe.
"Tá tá, não importa, eu também estava distraído, mas, mais importante, porque você estava
correndo?""Como eu dizia, eu estava fugindo..." Ao falar, Akira percebe que o outro garoto possui consigo um objeto em forma de cruz com as pontas afiadas e nota que pode usar como arma, então pergunta.
"Ei, me empresta isso um instante?"
"Você é idiota?"
"O que você disse?"
"Perguntei se você é idiota! Eu não sou a ponto de confiar minha arma nas mãos de um estranho." O garoto, já irritado, resmunga.
Akira fica sem graça e, logo, se apressa em desculpar-se.
"Ah, eu acho que me precipitei, me desculpe. Então já que não vai me emprestar, você pode dar um jeito naquela coisa ali?" Já tremendo, aponta na direção da qual estava vindo, era possível avistar o monstro correndo com uma expressão que em nada lhe agrada.
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Nefilins - Os Filhos Dos Anjos
FantasyA terça parte dos anjos, que foi banida do céu junto a Lúcifer, por muito tempo habitou disfarçada entre os humanos a coabitar com as mulheres, isso desencadeou o início de uma nova raça de seres humanos que herdaram o sangue dos anjos caídos e habi...