Helizabeth esculta seu pai chama-la e corre até ele:
- Sim papai.
- Filha você sabe onde está a chave do carro?
- Sim, eu guardei na mesinha, vou pegar.
- Então tá.
Ao pegar a chave pergunta:
- Desculpa a curiosidade, mas pra onde o senhor vai?
- Você quis dizer "Pra onde nós vamos", iremos pra casa de sua vó, fazer uma visita.
- Eba!!! Então vou me trocar.
- Tá, vá. Rápido porque daqui a pouco vamos sair.
Helizabeth foi se trocar, cerca de meia hora depois desceu:
- Vamos, já estou pronta.
- Já que está pronta. Vá chamar a sua mãe.
- Tá bom papai.
Helizabeth subiu as escadas correndo até o quarto de seus pais:
- Mamãe já está pronta? O papai pediu pra te chamar.
- Sim, vamos agora.
- Mamãe posso levar a Cherry?
- Sim mas leve aquelas fraldas que põe no chão, pra por no carro pra caso ela queira fazer xixi.
- Tá bom mamãe. Obrigada!
- De nada, depressa coloque em uma bolsa tudo que ela vai precisar.
- Tá bom.
Helizabeth pegou a cachorrinha e a levou para o carro, quando todos estavam no carro, Mark questionou:
- Ela vai?-Referindo-se à cachorra,
- Quem? A cachorra?
- Sim.
- Claro que vai papai, inclusive tenho certeza que vovó gostará muito dela.
- Se ela fizer xixi no meu carro...-diz ele com uma cara indescritível.
- Não ela não fará pois coloquei tapete higiênico.
- Tá vamos logo então - Disse Mark com cara de virginiano organizado e limpinho.
Ao chegarem na casa da vó, eles saíram do carro em direção a porta e tocaram a campainha, quem atendeu foi o vô Alfredo:
- Olá!
- Oi vovô, que saudades de você. -Disse Helizabeth empolgada.
- Também senti saudades de você minha princesa.- Helizabeth riu.
- Oi papai, tudo bem com vocês?
Seu pai um pouco decepcionado olhou para ele com um olhar fixo e trêmulo.
- Comigo sim, mas não posso dizer o mesmo de sua mãe. Mas entrem vamos conversar lá dentro.
Mark olhou de rabo de olho para Heliza. Eles entraram e foram em direção a sala onde estava vó Helena:
- Oi vovó, como está? Senti saudade da senhora. -Disse Helizabeth com um olhar triste mas forte.
- Não vou dizer que estou bem mas não precisa se preocupar. - Respondeu a avó com uma voz baixa e calma, como se não conseguisse falar. Então foi a vez de Mark:
- Filha vá ver Cherry.
- Papai!
- Filha não discuta por favor.
- Tudo bem papai. -Bufou Helizabeth. Quando a menina saiu com sua mãe, prosseguiu Mark.
- Como está mamãe? -Mark disse dando-lhe um beijo em sua testa.
- Nada bem.
Então Alfredo chamou Mark até a cozinha, Mark olhou pra sua mãe com um olhar triste.
- Mamãe já volto.
Mark foi até seu pai, sem saber do que seu pai ia falar sentou na em uma das cadeira, com um rosto aflito perguntou:
- O que acontece papai? Me diga por favor, eu suporto. Preciso saber.
- Seja forte meu filho. -Disse Alfredo com uma voz baixa e agitada.
- Papai diga logo, estou ficando nervoso e assustado.
- Tá bom, nós fomos no hospital para ver o que sua mãe tem e eles disseram que é muito grave.
- Mas disseram o que era?
- Sim...
- E então?
- Sua mãe está com...câncer meu filho. - Disse Alfredo com uma lágrima descendo seu rosto.
- O que? Não pode ser, pelo o amor de Deus diga que não é verdade. -Mark gritou, com lágrimas em seu rosto pálido.
- Infelizmente é isso meu filho.
- Então vamos levar ela em um oncologista, se for preciso pagar pra ele curar ela.
- Isso não será possível.
- Por que papai? É claro que dá, meu Deus! Será que vocês não veêm que ela está sofrendo.
- É claro que vemos meu filho, mas é que esse câncer ele já evoluiu muito. Descobrimos tarde, estágio quatro é incurável.
- Mas e se ela fizesse uma cirurgia?
- Entenda ela não iria suportar, ela está fraca só fará ela ir mais rápido.
- Papai temos que tentar algo, por favor! é melhor do que vela sofrer lentamente. -Mark já em prantos.
- Não sei meu filho. -Alfredo disse preocupado.
Os dois passaram a ficar calados. Então Helizabeth chegou, ambos estavam chorando então ela os olhou preocupada:
- Papai o que está acontecendo? Me digam por favor.
Mark olhou pra seu pai rapidamente e disse que ela se sentasse.
- Minha filha precisamos que seja forte.
- Sim papai serei, agora me diga por favor.
- Sua vó está muito doente.
- Doente do que?
- Sua vó está com câncer.
- Não, isso não é verdade ela não está com câncer, ela só está com uma febre que já vai embora, igual as minhas. Não é verdade. -Helizabeth saiu chorando. Então Mark levantou-se, mas seu pai segurou seu braço e com a cabeça disse que não:
- Não vá deixe ela, será pior se for.
- Por que contaram pra ela isso? -Heliza falou com um olhar furioso.
- Mas...
Heliza saiu decepcionada com a decisão tomada por Mark sem consulta-la.
- Deixe ela, você tomou a decisão certa, ela só está nervosa porque não queria machucar a filha que acabou de fazer 12 anos.
Mark preocupado baixou a cabeça e pensou. Mesmo dentro dele sabia que era a decisão certa, ele sabia que se tivesse falado pra ela, ela não iria deixar falar pra Helizabeth, que no futuro ia ficar ainda mais mal pelo fato de termos escondido dela. Mark curioso pergunta para seu pai:
- Ela sabe? Mamãe sabe?
- Não, não tive a coragem. Não queria que ela piorasse.
- Mas papai...Por que não dizemos?
- Pra quê? Só pra fazer ela sofrer.
- E se... -Parou Mark.
- E se? E se o quê?
- Se ela perguntar?
- Não dizemos nada.
- Eu não vou ficar sentado de braços cruzados vendo ela morrendo aos poucos. Eu não consigo saber que minha mãe está morrendo e eu não estou fazendo nada por ela.
- Meu filho...
- Papai vamos ao médico amanhã mesmo com ela, vamos ficar lá até ela ficar bem.
- Eu sou o marido dela, eu sei o que é o melhor pra ela!
- Eu sou o filho dela, tenho o seu sangue.
- Você não entende, ela morrerá lá. -Disse Alfredo nervoso, batendo na mesa.
- Ela não ira morrer. Se você fosse pelo menos um pouco otimista, mas você só pensa... -Parou Mark, porque sabia que seu pai não iria gostar do que seria dito.
- Não ouse dizer isso! E não levante sua voz pra mim, aqui é minha casa!
- Tá bom fica com seu egoísmo sozinho, porque você e ele se dão muito bem. - Mark virou as costas e saiu sem dizer mais nada.
- Mark Andrade volte já aqui.-Mas o filho nem deu ouvidos.
Alfredo sentou na cadeira e focou lá por alguns minutos.
Mark foi até a sala e pegou sua mãe no colo e a levou pra o carro:
- Mark meu filho o que está fazendo?
- Mamãe você cuidou de mim, agora é minha vez.
- Meu filho eu estou bem, não preciso ir o médico ele já me liberou e disse que recuperaria rápido.
- Mamãe por favor não me faça ficar pior.
- Tudo bem meu filho, só não entendo porque disso.
- Heliza pegue Helizabeth e vamos. -Gritou Mark tenso e com pressa.
- Mas já? Acabamos de chegar.
- Não faça perguntas Heliza, vamos logo por favor!
- Tudo bem, venha Helizabeth.
- Pra onde vamos mamãe?
- Vamos Helizabeth, sem perguntas.
Todos entraram no carro e quando iam em direção a estrada, sem ao menos perceberem que estavam deixando a cadelinha Cherry pratrás, quando vô Alfredo saiu de casa gritando:
- Mark volte aqui...Mark!
- Papai por que o vovô ficou?
- Helizabeth não pergunte. -Reclamou Mark.
Helizabeth colocou a cabeça no ombro de sua mãe. Heliza estava muito nervosa mas era a única que poderia acalmar Helizabeth, então ela foi forte mesmo sem saber direito o que estava acontecendo. Quando Heliza percebeu uma gota de lágrima cair sobre seu ombro esquerdo, imediatamente olhou para Helizabeth que estava chorando:
- Por favor querida não chore.
- Mamãe pra onde estamos indo? Por que a vovó está conosco? Por que o vovô ficou lá sozinho?
- Acredite minha filha sei o tanto quanto você sabe.
- Já estamos chegando mamãe. -Disse Mark olhando pra sua mãe quando Helizabeth gritou, Mark olhou para frente mas já era tarde demais:
- Papai!
Todos começaram a gritar e o carro virava, várias e várias vezes.
Se Mark não tivesse discutido com seu pai, se não tivesse pego sua mãe colocado no carro com sua esposa e sua filha, se tivesse ouvido seu pai e não tivesse olhando para trás naquela hora... Se...Quando Mark acordou viu Heliza no banco de trás, estava desacordada e percebeu que estavam no meio do mato. Sua mãe não estava mais ao seu lado, também não conseguiu achar Helizabeth, não estavam no carro. Teriam sido jogadas do carro? Ele então tentou se soltar do cinto que o prendia mas sua perna estava presa, quando conseguiu sair foi para trás e acordou sua mulher que não tinha noção de nada:
- Heliza acorde, acorde por favor.
- O que está acontecendo? Onde estou? Cadê Helizabeth?
- Calma, calma. Me desculpe, eu não sei, eu não tive a intenção. Temos que ir procurar ela e minha mãe.
- Ai meu Deus! Cadê minha filha? - Heliza chorava desesperadamente.
- Por favor Heliza vamos. Me ajude.
- Tá bom. ta bom.
Com a Ajuda de Heliza, Mark soltou sua perna, mas ainda mancava. Eles saíram do carro e começaram a gritar, chamando pelo nome de Helena e Helizabeth. Já era por volta das 6h gritaram sem parar, quando escutaram algo, Mark rapidamente com os olhos cheios de lágrimas se manifestou:
- Filha?
- Mamãe? -Quando escutou uma voz baixa.
- Estou aqui.
- Mamãe! Você está bem?
- Estou sentindo um pouco de dor no em minha perna, mas estou bem.
- Deixe-me ver. -Quando Mark olhou a perna de sua mãe estava com um ferimento grave. Então continuou. - Mamãe precisamos te levar para um médico ou você vai sangrar até...
- Mark não acho Helizabeth, meu Deus cadê minha filha. -Disse Heliza nervosa em meio a lágrimas que rolavam sobre seu rosto.
- Por favor Heliza vá procurar Helizabeth enquanto procuro ajuda.
- Tá mas... - Mark interrompeu na hora.
- Por favor vá atrás dela, minha mãe tá sangrando e não posso deixar ela sozinha.
- Tá, eu só quero minha filha.
- Tem um celular?
- Tenho mas tá no carro.
- Vá atrás.
- Eu não lembro o caminho.
- É por ali, só vá reto e verá o capô do carro. Se achar o celular não venha até aqui ligue de lá mesmo.
- Tá.
Heliza seguiu o caminho que Mark disse, ao ver o capo do carro correu até lá, entrou no carro e pegou o celular e então ligou para Polícia:
- Olá por favor precisamos de ajuda.
- Quem é?
- Meu nome é Heliza, Heliza Teruya.- Ok senhora Teruya, pode nos dizer onde se encontra?
- Não sei, tem muito mato. Estávamos na estrada quando meu marido bateu em alguma coisa e saímos da estrada e viemos parar aqui.
- Tudo bem vamos ir procurar por vocês. Ok?
- Tá, por favor venham logo minha filha sumiu.
- Ok estamos indo.
A polícia demorou por volta de 2h para encontra-los. Quando enfim os encontrou, Mark estava chorando em cima de sua mãe:
- Ela não resistiu, ela não resistiu! Isso é tudo minha culpa. -Gritou Mark.
- Calma meu amor não foi sua culpa.
- Claro que foi. -Mark pôs as duas mãos em sua cabeça, Heliza foi até ele e tentou consolar o marido. Quando uma voz grossa interrompeu.
- Eu peço que por favor se afaste do corpo. -Disse um dos policiais.
- Ela é minha mãe não podem fazer isso.
- Por favor senhor se afaste do corpo.
- Meu querido faça o que pedem. -Heliza disse tentando acalmar a situação.
- Eu te amo mamãe, me perdoe por tudo. -Mark deu um beijo na testa de sua mãe e saiu em direção a Heliza.
- Minha filha?
- O que tem sua filha?
- Ela sumiu, eu disse a vocês.
- Me desculpe senhora, havíamos nos esquecidos. Tem alguma foto dela?
- Tenho uma no meu pingente.
- Serve, por favor me empreste.
- Aqui está.
- Muito bem, qual o nome da menina? Qual sua idade?
- O nome dela é Helizabeth e tem 12 anos.
- Muito bem, obrigada agora temos que levar vocês para um hospital.
- Mas minha filha?
- Se te deixa tranquila, está vendo aqueles homens? -Heliza concordou com a cabeça. E então o policial prosseguiu. - Eles irão atrás de sua filha, mas você e seu marido precisam ir.
- Tudo bem, iremos sim.
Levaram Mark, Heliza e o corpo de Vó Helena para o hospital mais próximo. Helizabeth ainda não avia sido encontrada.O que acontecerá com Helizabeth?

VOCÊ ESTÁ LENDO
Helizabeth
Teen FictionHelizabeth é uma garota meiga que pelo seu jeito de ser conquista as pessoas por onde passa, mas também desperta a inveja de alguns. Filha única de pais que a amam muito. É amiga dos animais, adora livros e aventura mas descarta altura pois tem medo.