✔ B A D ⧩▾▾⧨ O N E ▬ Origins [Interlúdio]

F I R E

— Foi assim que você se tornou um vampiro? — Eliza interrogou espantada com história da criação.

Ela tinha lido muitas teorias, muitas lendas, mas nada realmente concreto. Nem mesmo os bestiários que encontrou na biblioteca continham fatos específicos sobre os vampiros. Se ela não soubesse que era real, Eli duvidaria que aquela espécie realmente existisse, o que a levava a crer que até mesmo os próprios seres sobrenaturais não detinham conhecimento de tal.

— Se falarmos dos vampiros segundo as lendas criadas, não, eu não sou um vampiro. Mas se pensarmos na concepção de beber sangue para sobreviver e ser a origem de uma espécie sobrenatural, então sim. — Ele explicou, mas suas palavras apenas deixaram Eli mais confusa.

— Seu nome, Drakul... Drácula foi inspirado em você? E Allistair, de onde surgiu?

— Talvez. Drakul significa dragão. É apenas um nome que meu pai gostou derivado de uma história infantil que ele costumava ler quando criança. — Indicou e Eli ficou curiosa por tal história, anotando mentalmente para procurar sobre ela posteriormente. — E Allistair é uma tradução livre e adaptada de Sandarr. — Explicou, o que fazia completo sentido para ela.

— Qual a diferença entre você e os vampiros das lendas criadas? — Quis saber, se ajeitando melhor nas almofadas para se virar de frente para Drake.

Lá fora as primeiras luzes da manhã espreitavam por entre as nuvens escuras. Drake se ergueu e caminhou até as janelas, afastando as cortinas e deixando que a luz entrasse e incidisse contra a sua pele, a iluminando saudavelmente.

— Primeiramente eu posso caminhar ao sol. Sou um pouco sensível, mas nada que um protetor fator máximo não me ajude. Também não durmo em caixões. Na verdade eu não preciso de fato de dormir. Não como os humanos, claro. Para mim uma ou duas horas de sono me bastam e consigo ficar acordado por vários dias seguidos sem problemas. — Esclareceu ainda de olhos fechados e de frente para a janela, mas aquilo não parecia o bastante para a híbrida.

— Alho?

— Não gosto. — Respondeu com humor, se virando de frente para ela. Eliza percebeu que sua resposta significava que vampiros não eram afetados ou repelidos por tal alimento e riu junto.

— Crucifixo?

— Sem problema. De qualquer das formas eu seguia os Deuses Nórdicos, não é como se as cruzes do Cristianismo fossem ter algum efeito em mim. Na verdade, nenhum elemento religioso tem algum efeito sobre mim. São apenas objetos. — Contou, franzindo o cenho em desprezo e divertimento por tais teorias.

— Reflexo?

— A minha imagem aparece no espelho e em fotos, mas por conta do que eu sou, eu sempre saio mais escuro, independentemente da luminosidade. Como se houvesse uma sombra negra cobrindo a minha figura. — Contou com descaso. De qualquer das formas ele não era grande fã de retratos.