F E M

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— Eu

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— Eu... eu lamento tanto. — Eliza murmurou num fio de voz, sentindo sua garganta apertada pela vontade de chorar.

— Obrigado. — Relembrar do seu passado era doloroso e sempre o seria, mas a culpa pelo que se tornou era maior que o seu sofrimento pelo que perdeu e isso nunca o permitia chorar novamente pelo passado.

— Eu... eu nem sei o que dizer...

— Não precisa dizer nada, Eli.

— Como não? Você perdeu sua vida, sua mulher, seus filhos tudo porque sua irmã não deixou você partir em paz. — Havia revolta em seu tom de voz e em seus gestos exagerados. Eli se colocou de pé e caminhou frustrada de um lado para o outro na sala e Drake a observou atentamente.

— Lilah tinha perdido a sanidade e eu não posso culpar ninguém a não ser eu mesmo.

— Não! — A híbrida travou sua caminhada angustiada num instante e se voltou de frente para o vampiro. — Drake, o que aconteceu na vida dela não é sua culpa. Você não pode se culpar das atitudes dos outros. O que você podia ter feito? Proibido ela de regressar para a família dela e de aprender a controlar sua magia? Quem diz a você que ela não teria perdido a sanidade do mesmo jeito e levado aos eventos que criaram uma nova espécie? — Disparou irritada, não com ele, mas com a situação em si.

— Você sempre tem a resposta para tudo não é? — Replicou com um sorriso sem humor.

— Não para tudo, mas se uma coisa eu sei é que você não é culpado pelo que aconteceu. — Seu tom de voz suavizou enquanto dizia tais palavras e seus passos agora se dirigiam em direção do professor.

— Não sei se você irá pensar do mesmo jeito depois que eu te contar tudo. — Murmurou, desviando o rosto para outro canto a fim de evitar olhar nos belos olhos dela.

— O que mais há para você contar? — Indagou descrente.

— Que eu ganhei gosto em matar pessoas! Que eu descobri que vê-las agonizar enquanto o meu veneno corroía o sangue delas me trazia prazer! Eu me tornei o monstro que todos diziam que eu era. — Ele rebateu, roubando por completo as palavras de Eli. — Eu não sou a vítima que você pensa que eu sou.

— Mas também não é mais o monstro que um dia foi. — Declarou após se ajoelhar na frente dele e segurar o seu rosto para olhá-la.

— Você é mais do que eu mereço, min søde Eliza. — Ela não sabia o que ele tinha dito, mas podia perceber pelo tom que fora algo carinhoso.

— Não há nada que possa me dizer que mude o que eu penso sobre você, Drake. — Afirmou confiante.

— Nem que eu fui a causa da morte da sua mãe? — Retificou e o corpo de Eliza gelou por completo, se afastando lentamente para ouvir o restante da história.

(w)

Pelos anos seguintes Drake se tornou o terror de Inglaterra. Eventualmente ele descobriu que o seu sangue podia transformar humanos em seres semelhantes a ele e quando o tempo foi necessário, ele construiu o seu batalhão de soldados. Contudo, sua reputação não se deteve somente nas ilhas. Rapidamente sua fama se espalhou por toda Europa e muitas foram as espécies sobrenaturais que vieram tentar aniquilar o monstro sanguinário do Reinado.

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