Capítulo 2 de 12

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O amor que merecemos ter, ou melhor, que achamos merecer, sufoca-me. O achismo deixa-me ao chão, sem palavras. Pois jamais vi outra forma de amor, sem ser a do meu achar.
Às vezes penso que nada é capaz de preencher o vazio que habita o meu ser. Que ninguém seria capaz de preencher isso.
Hoje, finalmente entendi o significado de karma. Talvez essa mensagem do cosmos, sobre o meu vazio, seja um karma. Mas a pergunta é; por quê?
Por que a cada beijo que ouso provar entristece-me cada vez mais? Cada toque, enoja-me?
"Beijos que não tem gosto de beijo."
A ternura do toque dos lábios é o significado do amor, das chamas que o eu de outro pode provocar-lhe, mas quando você não encontra esse sentimento, beijos acabam não tendo gosto de beijo, eles perdem a graça, a vontade, o desejo. E, sinceramente, não sei quando sentirei o verdadeiro significado de um beijo.
Todos desejam o amor, o almejam, mas ninguém ousa se libertar das correntes do ego, do não sentir. Porque sentir é algo raro, não é um jogo e ninguém tem coragem de pular em um abismo por outro. Ninguém tem coragem de amar, de sentir. Mas, tudo o que eu queria, é que fosse infinito o que um dia achei sentir, mas não houve nada para ser infinitamente sentido.

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