Capítulo 03

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Benjamin

Depois do almoço, eu voltei para a empresa junto com o Gary, mas acabei saindo mais cedo do que o normal. Eu sei que não é um bom exemplo para o primeiro dia de trabalho, mas eu estava bastante cansado e não queria continuar dormindo as próximas semanas em um hotel. O Gary já tinha um apartamento aqui em Boston, mas eu ainda não tinha nada e comecei a adiantar logo isso. Além disso, logo iria trazer a Donna para vir morar comigo.

Com a leitura do testamento do meu pai, ficamos sabendo que a casa onde vivíamos e tudo que há dentro dela, havia ficado para a Donna.

Eu confesso que fiquei muito feliz por meu pai ter tomado essa decisão e meu coração doeu quando ela veio me perguntar com lágrimas nos olhos se eu achava que ela era interesseira. Sempre soube que ela não era esse tipo de pessoa e disse que meu pai fez certo em ter deixado aquilo para ela, mesmo que no fundo Donna não se importe muito.

O problema é que não temos familiares tão próximos assim, eu não a quero deixar sozinha em Londres. Ela também não quer ficar sozinha e diz que tem que ficar perto de mim para impedir que eu fizesse besteiras. Então, antes de eu vir e depois de pensarmos muito, decidimos deixar a casa nas mãos de uns amigos imobiliários de confiança para apenas tratar de cuidar do imóvel.

Não vender, não alugar, não emprestar. Apenas zelar para que nada dentro se estrague.

–Donna? –Falo quando ela atende o celular. Já é fim de tarde e estou no hotel.

–Benjamin? Como você está, meu filho?

–Estou bem e você?

–Também estou bem, mas com saudades de você. –Sua voz tem um efeito capaz de me acalmar.

–Eu queria ter te trago logo, mas ainda estou dormindo em um hotel.

–Não tenha pressa.

–Eu tenho. Estou cansado de dormir em hotel. –Digo e ela ri leve. –Eu já estou providenciando a nossa nova casa. Provavelmente, você já poderá vir semana que vem.

–Tão rápido?

–Eu te falei que tenho pressa –Dessa vez sou eu quem rio. –Você se importa?

–Claro que não! Eu preciso logo ir para perto de você para cuidar do meu menino.

Suas palavras fazem meus olhos marejarem.

–Então pronto! No decorrer desta semana eu te envio as fotos da casa que estou pensando em comprar e você me diz o que acha.

–Você tem bom gosto. Eu tenho certeza que vou gostar.

–Bem que eu tenho mesmo –Falo sorrindo. –Agora vou desligar, tudo bem? Nos falamos outra hora.

–Tudo bem e se cuida.

–Pode deixar. Qualquer coisa você me liga.

–Ligo sim. Beijos.

–Beijos. –E encerro a chamada.

Já vi e salvei vários folhetos digitais a venda em Back Bay, mas hoje o dia foi curto de mais para escolher uma. Irei tratar disso no fim de semana. Agora tenho coisas mais importantes e mais interessantes para fazer.

–Vai para algum lugar? –Pergunto assim que o Gary atende minha chamada. Como eu disse, ele já tem um apartamento em Boston e mesmo que tenha me convidado para ficar lá até ter minha casa, eu recusei.

Amor em Dólar - (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora