Capítulo 8

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  o Acho que nunca me senti tão puto. Eu vou subir nessa merda desse palco e tirá-la de lá,nem que seja à força.Rafe chega perto de mim e me puxa pelo braço até os bastidores.– Cara, calma...– "Calma" uma merda! O que a Julie está fazendo com aquela roupa minúscula no palco? Porra!Eu cansei de dizer que não quero que ela cante aqui. Rafe, tira essa menina de lá antes que eu tire, seeu fizer isso não vai ser bonito! – eu digo, passando a mão na cabeça. Estou atordoado. Não sei nem oque vou fazer com a Julie quando eu conseguir tirá-la daquele palco.– Dan...– Não quero saber. Eu a quero fora de lá agora! Porra!– Daniel, não seja infantil. A casa está lotada e temos, pela primeira vez, um crítico do Los AngelesTimes na plateia. Coloca a cabeça no lugar. Não vou interromper o show. Nem você vai – a tranquilidadede Rafe me deixa mais irado. Ando para lá e para cá como um leão enjaulado. Quando eu colocar asmãos nela... Imediatamente, me vem a imagem dela cantando, de olhos fechados, e eu me sinto endurecerde novo. Merda! Eu sacudo a cabeça. Ela é a Julie, lembra? Sua irmã. Esquece isso, porra.– Daniel, bebe um pouco e se acalma – George aparece, não sei de onde, empurrando um copo deuísque na minha direção. Pego o copo da mão dele e viro de uma só vez.– Rafe, eu quero ela fora do palco em quinze minutos, com ou sem crítico. Estou puto com essamerda. Você não tinha o direito...– Sou tão dono do bar quanto você. Se você ou Zach tivessem atendido a merda do telefone no dia emque o Snash abandonou tudo, eu teria conversado com vocês. Mas não. Vocês estavam ligados só na porrada expansão, e não me deram a mínima – quando Rafe começa a xingar, eu tento me controlar. Ele não éum cara estourado como eu. Na verdade, ele é a pessoa mais calma que eu conheço.Ando mais algumas vezes pelo corredor. De repente, George me coloca sentado em uma cadeira.– Danny, senta aqui. Respira fundo. Desse jeito, você vai enfartar. Ainda bem que nenhum clienteentra aqui, eles iriam se assustar. Seu cabelo parece que passou por um furacão.– George, como você deixou que isso acontecesse? – eu pergunto, com a cabeça apoiada nas mãos.– Danny, é o sonho dela.– Sonho? Mostrar a porra do corpo num vestido curto e apertado em cima de um palco de merda?– eu grito com ele, perdendo o controle mais uma vez.– Você está aborrecido por ela cantar ou pelo vestido curto? Ela é uma mulher linda, Daniel.Merece usar roupas que a valorizem. Julie não é mais uma menina – quando o ouço falar isso, lembromais uma vez do que senti quando entrei no bar e a vi. Eu não sei o que me aborrece mais: ela estarcantando, a roupa curta ou a reação que eu tive.Vejo um movimento à minha frente, e Rafe está indo até o palco anunciar o intervalo. A banda vaisaindo, os músicos rindo e conversando entre si. Em seguida, sai o Alan idiota segurando a mão da minhamulh... irm... Merda. A mão da Julie.Levanto da cadeira e vou em direção aos dois como se estivesse possuído. Quando Julie se dá contada minha presença, ela abre ainda mais aqueles olhos castanhos, assustada, e tudo que penso em fazer étirá-la de perto desse imbecil.– JULIETTE, MEU ESCRITÓRIO, AGORA! – eu grito, nem espero uma resposta. Pego seu braço e alevo comigo.Empurro-a para dentro da sala e bato a porta com força. Eu estou tão puto e, ao mesmo tempo,desesperado.– Que merda, Julie. Eu já não falei que não te autorizava a cantar aqui?– Danny, deixa eu explicar...Não sei o que essa mulher faz comigo. Não posso ouvir a voz dela, que me sinto possuído. Quandoela tenta se explicar, não vejo mais nada na minha frente. Sinto-me tomado por um desejo enlouquecedor.Algo que eu nunca senti por ninguém. Não consigo mais raciocinar. Simplesmente atravesso a sala e aempurro contra a porta. O perfume dela toma conta dos meus sentidos. E tudo o que eu quero é provar suaboca e fazê-la gemer no meu ouvido. E é exatamente o que ela faz.– Dan...Beijo-a com força. Ela passa os braços ao redor do meu pescoço, me puxando para mais perto.Minhas mãos parecem ter vontade própria e correm pelo corpo dela enquanto nos beijamos de formaselvagem.Meu pau já está uma rocha de tão duro. Nesse momento, já não penso em nada, a não ser em ter seucorpo nu colado ao meu. Seguro seu cabelo com força, sem afastar nossas bocas, enquanto a minha mãodireita encontra a barra do vestido curto. Ela empina o corpo, facilitando que eu levante a saia.Minha mão encontra uma calcinha muito pequena. Passo os dedos por cima dela, e descubro que estácompletamente molhada. A razão já me abandonou há muito tempo. Eu solto seu cabelo e, com as duasmãos, rasgo a calcinha que atrapalha o meu objetivo. Jogo a calcinha no chão e passo os dedos entre suaspernas.Ela se surpreende e me dá um olhar tão excitado que eu simplesmente não consigo parar. Suspendoseu corpo pequeno contra a porta, apoiado no meu. Ela passa as pernas ao redor da minha cintura e eucomeço a explorar seu clitóris com os meus dedos.Eu enfio um único dedo. Ela geme em meu ouvido. Enfio mais um, pressionando seu clitóris com opolegar.– Você está tão molhada – eu falo, puxando-a para um beijo. A essa altura, meu pau implora parafazer o seu caminho entre as pernas dela.Ela empurra o corpo contra a minha mão. Eu mantenho o ritmo e a sinto enrijecer e ofegar. Meusdedos entram e saem com mais velocidade. Ela geme mais alto, murmurando meu nome enquanto oorgasmo a atinge com força.– Ohhh... Danny!Quando ouço o meu nome sair dos seus lábios, me sinto quebrar em mil pedaços. E então só consigopensar: que merda eu fiz?Tiro meus dedos de dentro dela e a coloco no chão. Ela me olha, ainda ofegante do clímax, seus olhosnublados de prazer. Ao mesmo tempo, parece confusa. Abaixo seu vestido rapidamente, antes que acoragem me abandone, e me afasto dela sem conseguir encarar seus olhos. Que merda eu fiz?– Danny?Ouvimos o som de alguém batendo na porta. É Rafe que chama do outro lado.– Daniel, libera a Julie. Ela precisa voltar a cantar. Os clientes estão impacientes e o crítico do LATimes ainda está aqui.Continuo de costas, me sentindo arrasado e, ao mesmo tempo, excitado e querendo mais. Que merdaeu fiz?– Danny? – ela me chama de novo, com a voz trêmula, e eu me sinto ainda mais miserável porassustá-la assim.– Vai, Julie. Volta pro palco.– Danny, mas...– Julie, porra, volta pro palco! – eu falo mais alto, com raiva de mim mesmo por permitir que elavolte para lá, onde todos os machos presentes vão desejar fazer o mesmo que eu. Passo a mão na cabeça,pensando mais uma vez: que merda eu fiz?– Ok, eu vou voltar. Mas nós vamos conversar sobre isso. Eu não vou abrir mão de cantar porquevocê não quer. Se não for aqui, vai ser em outro lugar – ela fala e eu sinto desespero com a ideia de elacantar em outro lugar, onde eu não possa protegê-la.Ouço a porta se abrir e bater com força. Olho para trás e ela se foi. Fico sozinho na sala, com seuperfume enlouquecedor e a sua calcinha rasgada no chão. Abaixo e pego a peça de renda.Vou até a bancada, perto da minha mesa, e abro a garrafa de uísque. Encho um copo e viro de umavez, tentando me preparar para o que virá pela frente.Olho para a calcinha rasgada em minha mão e me convenço de que preciso aprender a pensar maiscom a cabeça e menos com o pau.JulieSaio da sala dele batendo a porta, como se mil demônios corressem atrás de mim. Empurro Rafe, queestava no caminho, e vou direto para o banheiro feminino, rezando para que esteja vazio. Não sei como,mas depois do que aconteceu dentro daquela sala meu lado prático assumiu o controle, e tudo que possopensar é em me olhar no espelho e ver se o estrago é recuperável.Entro no banheiro e tranco a porta. Olho-me no espelho e levo um susto. Meu cabelo está umaverdadeira confusão. Não tenho mais batom e minha boca, rosto e pescoço estão vermelhos.Não quero pensar em nada disso agora, ou não vou ter condições de subir ao palco.Ouço uma batida na porta e a voz de George chamando meu nome.– Julie, meu bem, posso entrar?Abro a porta para ele, que me olha de cima abaixo.– Preciso de um pente. E maquiagem.Ele levanta sua maleta mágica.– Estava no meu carro. Ainda bem – aceno em concordância, enquanto ele me empurra até umacadeira e começa a arrumar meu cabelo. – Quer conversar sobre isso?– Não.– Ok. Você vai voltar para o palco?– Vou.– Vai continuar monossilábica e me deixando morto de curiosidade?– George, estou tremendo, com raiva, com vontade de socar alguém, descabelada, arranhada e semcalcinha. Acho que tenho o direito de ficar um pouco calada, não?– Ai meu Deus! – George fala e fica boquiaberto. Poucas foram as vezes em que eu o vi perder a fala.Ele fica uns dez segundos com essa cara, até que cai em si e volta a arrumar o meu cabelo.Tento me distrair, murmurando a próxima música de hoje, mas meu corpo não para de tremer e ficacada vez mais difícil me estabilizar. George percebe e toma conta da situação. Vai até a porta echama Rafe.– Ela vai voltar? – ele pergunta a George.– Vai. Só preciso de uns minutos, um shot de tequila e um café quente – se Rafe estranha esse pedido,ele não demonstra.– Pra que a tequila? – eu pergunto, quando ele volta a me arrumar.– Pra você parar de tremer.– E o café?– Pra você tomar depois da tequila e não ficar bêbada enquanto canta.George volta a arrumar meu cabelo. Uma batida na porta nos assusta. Ele abre e dá de cara com Rafe,que traz o que foi pedido.– Obrigado. Mais alguns minutos, e ela sai – Rafe acena concordando e George entra novamente nobanheiro e me passa a tequila. Viro de uma vez e ela desce queimando.– Merda.– Deixa descer enquanto eu termino o cabelo – ele tenta dar um jeito no ninho de pombo que meucabelo se tornou. Meu corpo começa a relaxar e eu paro de tremer. Então ele fica na minha frente e retocaa minha maquiagem rapidamente. Antes de passar o batom, me entrega o copo de café. Quando eu começoa beber, ele se ajoelha para ficar na altura dos meus olhos e fala: – Garotinha, chegou a hora da virada.Não sei o que aconteceu naquela sala e vou esperar até que você se sinta confortável para me contar, maseu posso imaginar. Você agora vai sair desse banheiro, com toda dignidade do mundo, e vai subir naquelepalco e cantar lindamente, como se a sua vida dependesse disso. Você vai dançar e flertar com Alan, oGostoso. E quando o show acabar você vai para casa, sem dar um pio com Daniel. Vai dormir edescansar, porque de manhã faremos uma reunião de emergência na sua casa para traçar um plano deação.– George, do que você está falando? – eu estava confusa.– Nós vamos fazer esse homem comer na sua mão. Ou eu não me chamo George Preston.Sigo a orientação de George e saio do banheiro pisando duro, a caminho do palco. Quando estouquase chegando, Alan me intercepta, me pegando de surpresa.– Lind...– Alan, por favor, agora não.– Você está bem?– Estou. Mas não quero conversar. Quero me concentrar para voltar a cantar.– Ok. Se você precisar de alguma coisa, seja o que for, sabe que eu estou aqui, não é?– Sei sim, obrigada – me afasto dele, subindo de volta ao palco fazendo cálculos mentais de onde euteria de me posicionar para que a plateia não visse o que não deveria por baixo do meu vestido, já queaquele-cujo-nome-eu-não-quero-mencionar rasgou a minha calcinha nova.A banda sobe no palco atrás de mim, e recomeçamos a cantar. Olho ao redor do salão e vejo o idiota,encostado no balcão, sem tirar os olhos de mim. Desvio meu olhar, lembrando que temos um crítico aqui,e tento me focar no quanto isso pode ser crucial para a minha carreira.O show prossegue, eu canto e danço com Alan várias canções. O público vibra e dança conosco,cantando junto a maioria das músicas.O show se aproxima do final e combinamos de fechar com um dueto. A música escolhida foi NeedYou Now, de Lady Antebellum. Alan e eu cantamos virados um para o outro, dando ênfase a toda aemoção que essa música merece.Desvio meu olhar de Alan e, automaticamente, me volto para Danny. Ele me olha com um olharenfurecido, parecendo estar no limite da sua tolerância. Estou ficando realmente assustada com ele.Danny sempre foi estourado, mas nunca agressivo, principalmente comigo. Esse homem selvagem quese mostrou hoje à noite é algo tão completamente fora da sua natureza que me assusta e me excita aomesmo tempo. Acho que estou ficando louca. Só pode ser isso.A música vai chegando ao fim. Alan soltou sua guitarra e está incentivando a plateia a cantar e baterpalmas. Eu olho para ele e sorrio, animada com a participação de todos.No último verso da canção, vem uma surpresa: Alan segura minha mão, me puxa para si, dobrandomeem seus braços, e fala com os lábios quase grudados nos meus: – Eu disse que hoje você seria minha.  

Louca por VocêWhere stories live. Discover now