Choque.
É uma palavra com múltiplos significados. Podemos interpreta-la como: "encostei meu dedo na toamda e levei um choque", ou podemos interpreta-la como: " Ele viu aquilo e ficou em choque". Para que sejam dadas tais interpretações, há fatores que contribuem para a que possamos identificar a interpretação correta. Se dissermos ao leitor que o personagem estava próximo à uma tomada, a mais provável interpretação a ser dada, é a primeira alternativa; porém se lhes é dito que o personagem está passando por uma situação frágil, cheia de dilemas e possíveis revelações, os leitores assumirão que a segunda interpretação é mais conveniente. Choque, pode ser um susto, assim como quando nos queimamos com o ferro de passar ou quando tomamos uma ducha fria. Mas é um susto. E foi assim quando Forrest se mudou: um susto, algo que ocorreu de forma rápida e dolorosa, como uma agulha. Não era uma situação nada interessante, para o saber de vocês; Forrest costumava acordar, no meio da noite, com os gritos ininteligiveis das brigas de seus pais. Tinha pesadelos constantes e, por vezes, encontrava em sua mãe, hematomas, escondidos pelas mangas compridas.
Forrest tinha apenas 13 anos nessa época; seus olhos verdes com detalhes em castanho claro eram constantemente acompanhados de olheiras profundas, que eram destacadas em sua pele demasiadamente branca. Seu cabelo ruivo encaracolado, herdado de sua mãe, costumava estar bagunçado pelo simples desgosto de se cuidar. Tinha 1,65 de altura, que fazia dele um tanto baixo. Usava óculos redondos, com lentes regularmente sujas por lágrimas; mas, apesar de sua situação deplorável, Forrest, adorava ler e tocar piano, pois o ajudava a esquecer a realidade.
Quando não estava preocupado com seus pais, refletia sobre o quanto queria encontrar alguém por quem ele se apaixonaria sinceramente e que fosse sua companheira por toda a vida.
Quando a mudança foi finalizada, Forrest sentiu, finalmente, sua realidade voltar ao normal. Ele já não chorava e conseguia dormir sossegado.
Forrest decidiu ficar com sua mãe, Grace, por proximidade. Seu pai, Bertrand, se demonstrou violento nos "tempos escuros" da família, o que levou Forrest a negar sua oferta para morar com ele no Arizona.
Os primeiros meses em Sea Lake foram calmos para Forrest, que todas as manhãs, pedalava sua bicicleta em direção ao colégio e voltava de tardezinha, por volta de 16:45.
Num dia cinza e coberto de nuvens, Forrest olhou pela a janela da sala, por acaso; ao olhar através dela, notou o bosque, que passara despercebido por seus olhos, anteriormente - o mesmo, ficava na parte da frente da casa, próximo ao jardim.
Em poucos segundos, estava lá, admirando as altas árvores do bosque, como se o tempo entre sua saída de casa e sua travessia pelo jardim tivesse sido comprimido e esquecido. Lá dentro parecia calmo... e isso chamava sua atenção. Forrest arriscou um passo adentro do tão nublado bosque e sentiu um vácuo, como se ele não pudesse ouvir nada do lado de fora; saiu de lá às pressas, fora estranho o que lhe acabara de acontecer, ele recuou, temendo o que estava para acontecer. Queria se arriscar mais um pouco. Tentou dar dois passos em direção ao bosque, e quando lá estava, tentou gritar e percebeu que sua voz não se projetava como antes, se tornara mais difícil falar, pois a voz enfraquecia gradualmente até sumir no silêncio, fazendo-o não ser capaz de terminar uma única frase.
Forrest não percebera que começara a chover do lado de fora por conta do vácuo.
Depois de alguns minutos, Forrest voltou para casa, encharcado; Grace ainda estava muito chateada pela separação, então acabou por não fazer um lanche para ele. A mulher adormecera sobre sofá ao lado do aspirador de pó, que ficara ligado. Forrest, preparou um sanduíche ao passar pela cozinha, aproveitou e pediu um jantar para ele e sua mãe: sushi. Forrest o pediu pelo telefone e pagou com sua própria mesada, como um gesto de cuidado para com a sua mãe.
Depois de jantar, com sua querida mãe já acordada, Forrest fora para a cama e ficara pensando um bom tempo sobre aquele bosque esquisito até adormecer... e adormeceu profundamente...
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Olá leitores! Gostaram do primeiro capítulo? Se sim, votem, porque isso ajuda muito o livro! ( e me deixa muito feliz ;)
O próximo capítulo já vem aí!
Bjs da Harumi :)
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O Outro Lado do Bosque
RomanceNévoa... apenas névoa. Interprete como quiser, mas o fato é inegável: a névoa cobria os pensamentos de Forrest. O bosque, tão silencioso, tão misterioso, tão próximo, com uma névoa tão espessa, que impedia qualquer um de ver através de suas altas á...