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Fui visitar o Cam no hospital quando fiquei sabendo da notícia. A primeira coisa que me veio na cabeça foi se ele estava em estado de risco ou só com ferimentos leves.

Quando cheguei lá, o médico não deixou eu entrar. Me barrou, esticando os braços para os lados impedindo que eu passasse pela porta da sala onde o Cameron estava. Me irritei, e o empurrei para trás, fazendo com que o mesmo caísse no chão. Com o passe para entrar na sala, eu entrei. Eu o vi...vi aqueles olhinhos fechados encima daquela cama. Vi seu cabelo louro escuro bagunçado, e a cada detalhe seu que eu via, era como se eu voltasse no tempo em que estávamos juntos.

-Cam, você pode não estar me ouvindo, mas fique sabendo, que eu estou aqui. Sempre vou estar aqui Cameron...

Não consegui terminar a frase sem derramar uma lágrima do meu olho, que por si já estava vermelho.

Depois de minutos passados o olhando e acariciando o seu cabelo, seguranças do hospital entraram na sala em ué eu e Cameron estávamos e me puxaram para fora. Puxaram os meus braços com força, mas eu não queria sair, eu queria ficar ali. Me debrucei, lutei contra os homens fortes que estavam a me segurar. Eu só conseguia gritar o nome do Cameron, para que ele acordasse e saísse dessa, o mais rápido possível.

Quando os guardas me tiraram da sala a força, eles me jogaram no chão do hospital na espera, me encararam, e viraram as costas. Eu não conseguia fazer mais nada a não ser chorar ali, agachada no chão do hospital com todos me olhando.
———————
Depois da vergonha passada, fui pra casa.
Me joguei com as costas no sofá, fiquei olhando pro teto e, sem ao menos eu querer resistir, o choro tomou conta da minha pessoa novamente. Eu não conseguia tirar os meus pensamentos daquela sala do hospital. Eu não conseguia mais nem se quer ter vontade de tentar resistir aos meus pensamentos negativos. Eu só tinha aqueles demoniozinhos falando no meu ombro "mano, ce fudeu, ele não vai resistir", mas ainda sim eu tinha aqueles anjinhos no meu ombro direito "continua tendo boas lembranças com ele, bons pensamentos, vai tudo dar certo, ele é forte."

Para me ajudar a sair dos meus disturbios mentais, só o barulho da campainha mesmo.

DING DONG

A campainha tocou.

Me levantei -sem nenhuma força de vontade- do meu sofá para abrir a porta.
Com surpresa, era o Justin.

-Aí meu Deus, Kylie!

Ele me abraça muito forte. Um abraço com calor e preocupação que só ele tinha.

-Oi amor, desculpa não ter te dado notícias, eu to bem. -menti, botando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

-Tudo bem. Como ele está? -me pergunta ele, olhando diretamente nos meus olhos, e segurando os meus ombros.

-Bem...eu não sei. Não me deixaram entrar na sala em que ele estava, então eu a invadi. -sai dos braços dele, indo sentar-me no sofá que eu ali escutava antes.

-Kylie, porque fez isso? Podia ter agendado uma visita com ele. -saiu da porta e foi sentar-se comigo no sofá.

-PORQUE EU NÃO QUERIA VER ELE "OUTRA HORA" TÁ LEGAL? EU DEIXEI TUDO PRA "OUTRA HORA" E AGORA ELE TÁ LÁ, JUSTIN. ELE TÁ LA NAQUELA SALA ME ESPERANDO, E EU NÃO POSSO FAZER NADA! MERDA! -aumentei o tom da voz sem perceber, e ele se assustou comigo.

Ele não falou nada, ele só percebeu. Ele percebeu que eu precisava mais do que nunca de um abraço. E assim foi feito. Ele me abraçou, fazendo com que eu encostasse a minha cabeça no peito dele, e o queixo dele acima da minha cabeça.

Chorei.

Chorei do meu jeito dramático que só ele é o Cameron entendem.
Justin só sussurrava bem baixinho:
"eu te amo" sem parar.

Que esse abraço nunca termine.

N.U.D.E.S- Jylie Onde histórias criam vida. Descubra agora