Capítulo um - Traidor a bordo

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Ela estava cercada. Muitas criaturas infernais e rebeldes estavam ao seu redor como um monte de abutres a espera de sua carne para lhes saciar a fome grotesca. O olho direito na cor lilás olhava atentamente para seus inimigos com fervor e atenção, enquanto ela tinha de movimentar sua cabeça variadas vezes uma vez que seu olho esquerdo na cor castanha era cego. Castigo do erro de sua linhagem.

As Criaturas eram muitas, mas mesmo que estivesse sozinha ela sabia que aquilo não era um problema. Não podia permitir que viesse a ser um problema outra vez. Então aqueles seres ao seu redor vieram para cima de si. Rapidamente Zúria tirara seu laço Metamórfico do seu cinto e com um grito estridente ela deixou que o mesmo fosse girado e os espinhos mortais neles golpeassem os demônios.

Muitos vinham de uma única vez em sua direção, atacando-a com os seus venenos infernais que eram semelhantes a lava de um vulcão, tão destrutiva quanto. Ela desviara do ataque logo se erguendo sobre suas asas até o alto, espetando sua palma em um dos espinhos de seu laço invocando o poder de sua arma. Não tardara para que a longa espada e dois gumes surgisse entre sua mão e ela desceu com velocidade e força, atravessando a cabeça de uma das criaturas cravando o gume de sua espada no chão derrubando e destruindo alguns dos seres ao redor com o poder explosivo de sua lâmina celeste.

Naquela batalha ela estava determinada a não falhar, não importava o que isso pudesse lhe custar. Não falharia outra vez como falhara na batalha por Dematron. Os flashes daquela batalha sangrenta ainda estavam vívidas em cada parte de suas lembranças como um tenebroso fantasma que decidira atormentar-lhe para sempre, sem direito a descanso. O rosto horrorizado de seu esposo ao ser morto pela Criatura era como uma marca em si, manchando não só sua pele, mas seu coração agora imerso em um luto que parecia que jamais teria fim.

Naquele momento ela sentia o peso de suas lembranças multiplicar sua raiva como um perigoso veneno a ser injetado em suas veias. Ela travou a mandíbula atacando aqueles demônios como se sua vida dependesse daquilo e com sua espada letal golpeava inúmeros deles destruindo seus espíritos imundos para sempre. O suor descia por sua face enquanto ela era atacada com o veneno daquele seres imundos. Arfante ela atirara sua espada no corpo de um das criaturas ao seu redor o qual virara uma fumaça negra que fedia a enxofre. Rapidamente ela correra para recuperar sua arma, mas uma das muitas criaturas ao seu redor se lançara sobre si rasgando seu braço com sua longas garras envenenadas. Zúria lutava contra o peso daquele ser enquanto o restante deles estavam ao seu redor cercando-lhe como verdadeiros abutres.

A baba ácida pingava sobre sua pele corroendo o tecido negro de seu rosto. Seu esforço era evidente pela mandíbula travada em resistência, então ela girara a criatura erguendo-se sobre suas asas passando com velocidade entre os demais recuperando sua arma.

— Havenuss! — Ela gritara ao que a lâmina de sua espada batera contra o chão arremessando e dizimando filas de demônios. Ela estava no controle da situação outra vez.

Todavia, antes que pudesse voltar a atacá-los, os mesmos foram sendo desfeitos pelas máquinas ao redor.

— Modo treinamento desativado — a máquina anunciou com sua voz robótica recolhendo suas armas de ataque, desfazendo suas projeções de batalha enquanto desativava seus androides que sumiram nas paredes tecnológicas.

Ainda arfante Zúria observou tudo com o cenho franzido tendo a certeza de que não havia se passado o tempo que havia programado. Ela olhou ao redor com seu olho lilás, enquanto desarmara o poder de metamorfose de sua arma voltando a ser um laço guardando a arma no cinto de sua roupa. O cabelo longo trançado fora jogado para trás, enquanto ela limpara o suor de sua testa com o dorso de sua mão.

Não demorara muito para que a grande porta automática fosse aberta e a figura de um dos soldados celestes aparecesse andando em sua direção.

Celestiun - E o Imperador Hoberon (Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora