Capítulo dois - Como um meteoro

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Na ampla e clara sala do Trono estava silêncio. Dois soldados guardavam a entrada no local enquanto mais dois soldados guardavam a Imperatriz Zaara abaixo dos degraus que separavam os servos do Trono. Suas armaduras em uma mistura de prata e azul claro reluziam com a luz que entrava pelo mosaico de vidraças atrás do trono, na cor azul celeste. As imponentes estátuas ajoelhadas atrás do trono ganhavam as cores do mosaico, deixando suas imagens ainda mais belas, em uma mistura de imponência e delicadeza.

De um lado estava a estátua de um soldado Celeste ajoelhado apoiado em sua espada enquanto repousa sua testa sobre o cabo da mesma. Em seu corpo, a sua armadura de guerra era colorida pelas cores do mosaico. Fronte a si estava a estátua de um Anjo na mesma posição que o Celeste também apoiado em sua espada e envolto em sua pesada armadura.

    Todavia, atrás de si lá estavam suas longas asas abertas aumentando a sua beleza e imponência. Aquelas duas estátuas simbolizavam a união entre os Celestes e os Anjos, uma aliança entre os dois Impérios selada a muito tempo pelos antigos Imperadores e Imperatrizes.

Finalmente, em frente às duas estátuas estava o Trono das Almas. Ao redor do imponente trono haviam penas de puro diamante tão pontiagudas que poderiam facilmente perfurar a melhor das armaduras.

    Atravessando a sua transparência a luz que entrava através dos mosaicos projetava seu brilho na pequena sequência de degraus que separavam o Trono da Imperatriz do piso do local criando um reflexo em luzes quase como o das mansas ondas da água. Sobre o Trono estava Zaara Walker, Imperatriz de Celestiun.

Zaara se mostrava impaciente assentada em seu trono com as mãos sobre o colo e os olhos sobre a grande porta dupla da entrada do local. Zúria ainda não havia comparecido em sua presença e sua demora começava a lhe preocupar. Mas poucos instantes depois a porta fora aberta pelos guardas, e o soldado ao qual havia encarregado de acompanhar a Comandante até ali atravessara a porta, todavia, sozinho.

— Minha Imperatriz — o soldado se aproximara logo ajoelhando-se na presença de Zaara mantendo uma certa distância do Trono das Almas.

— Onde está a Comandante, soldado? — a mesma perguntara franzindo seu cenho ainda olhando mais uma vez para a entrada do local onde as portas foram novamente fechadas pelos guardas.

— Perdão, Majestade, mas no caminho para cá, a Comandante Zúria alegara querer ir ao toalete, todavia, quando notei sua demora demasiada fui a sua procura ela não estava lá.

— Zúria não é de pregar peças em seus soldados.

— De fato, Majestade. Mas antes do acontecido, a Comandante parecia estar a procura de alguém, um homem.

— Que homem? — Zaara perguntara sentindo em seu íntimo que talvez Zúria já tivesse descoberto da pior maneira.

— Não saberia dizer, Majestade, mas a Comandante parecia bastante perturbada com a presença desse suposto homem.

Antes que pudesse dizer mais algo, todavia, as portas do local foram violentamente abertas e os guardas de pronto entraram em formação de ataque. No instante seguinte, o corpo de um homem fora brutalmente jogado ao chão enquanto o mesmo tinha seus braços presos rente ao seu corpo.
    O homem gemera de dor continuando deitado ao chão incapaz de seu soltar do laço ou de levantar-se. Zaara levantara-se em um pulo do trono, permanecendo ali mesmo olhando fixamente para as portas escancaradas.

— Protejam a Imperatriz — um dos guardas gritara, em posição de ataque pronto para atacar quem quer que fosse que estivesse invadindo aquele lugar. Todavia, quando Zaara encarara o corpo do homem atado com o laço de Zúria, ela não precisara de mais evidências para saber quem estava por vir.

Celestiun - E o Imperador Hoberon (Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora