Capítulo 1

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Olá, amorecos!!!

Antes que qualquer coisa, quero avisar que o Wattpad está uma meleca daquelas, então se vc tiver problema em visualizar o capítulo completo, me avise, o Watt está passando por diversas manutenções e espero que volte logo ao normal. 

Estou muito feliz em estar de volta, e agora com a história da Verô e do Ricardo. 

Quero agradecer a cada um que acompanhou Alice e Marcelo em "A proposta" e que agora me acompanhará nessa nova aventura.

Não posso deixar de agradecer à você que não me conhece e que está me dando a oportunidade de tê-lo como leitor(a).

Puxe a cadeira, se acomode e fique à vontade para comentar (amo isso), e não se esqueça de dar o seu voto ao final.

Beijokas. 

Verônica


— Vamos passar cedo na sua casa, não esquece — avisou Alice.
— Esperarei na portaria — respondi. — Estou doidinha pra conhecer o Vet.
— Você não tem jeito — disse, rindo do apelido que eu tinha dado para seu namorado.
Depois de tanto sofrimento, minha chefe finalmente desfrutava de um novo amor. Bem diferente de mim, que tinha um dedo podre para homens.
Meu Fiat Uno cruzava capenga as ruas de São Paulo.
Segui sozinha, como sempre.
— Seu fio de uma égua! — xinguei baixinho o motorista que cruzou na minha frente sem nem dar seta.
O rádio tocava fanhoso a música Chão de Giz, de Zé Ramalho. Pensei em meus pais, fazia anos que não tinha notícias deles e estava tudo bem assim. Tive uma infância regada a dinheiro, e seca em amor. Quando decidi sair de casa e traçar o meu destino, deixei para trás feridas que talvez nunca se curassem. Trabalhei em vários lugares até conseguir juntar dinheiro para cursar a tão sonhada faculdade.
O dinheiro era curto, então a opção foi morar em um cortiço até que as coisas melhorassem. Dividir a cozinha e o banheiro com várias pessoas não foi fácil. Mas nunca me arrependi de nada do que fiz para conseguir a minha independência.
A mudança começou quando um professor me indicou para a vaga de auxiliar de escritório em uma empreiteira. O salário era bem melhor do que o da loja. Consegui me mudar para uma quitinete e minha vida melhorou. Mesmo assim, as mensalidades continuaram a se acumular.
No dia da minha formatura, não tinha ninguém da minha família para me parabenizar, não tinha ninguém para quem sorrir, mas, ainda assim, lá estava eu, com o maior sorriso que tinha. Sozinha, eu tinha vencido.
Em casa, enquanto o micro-ondas fazia o seu serviço, tomei um banho e comecei a preparar a mala. Seria a minha primeira viagem a trabalho. Precisava dar uma relaxada. Peguei o celular e abri o Facebook. Passei pelos vários amigos, verificando quais estavam disponíveis e quais já estavam amarrados. Nada de interessante. Fui para a lista do WhatsApp.
— Hummm... Não. Rodrigo? Não, é péssimo na cama e vai achar que já estamos namorando. Carlos? Acho que pode ser — falei comigo mesma.
Fiz a ligação como quem não quer nada. Descobri que ele estava viajando com a noiva. Será que todo mundo tem alguém, menos eu? Só pode ser conspiração. Abri a gaveta e olhei para o Betão.
O consolo tinha sido comprado e devidamente apelidado tempos antes. Solteira, sozinha, dedo podre... Era minha única companhia, além da lasanha borrachuda do micro-ondas.

Ao longe, escutei um barulho incômodo. A música ficava cada vez mais alta. Levantei-me às pressas, acreditando ter perdido a hora, porém ainda estava escuro, então era um bom sinal. Alcancei o celular, desliguei o despertador e me espreguicei lentamente. Tudo doía. Aquele sofá era uma desgraça. Pequeno, duro, uma estampa odienta. Segui para o banheiro mancando, a danada da perna estava dormente.

Quando Alice me avisou que estava chegando, eu já a aguardava na portaria. Só não estava preparada para o deus que desceu do lado do motorista. Se segura, Verô, não vai dar vexame, pensei.
Ele a puxou para perto, protetor e possessivo. Que sorriso é esse? Não é à toa que minha amiga está de quatro por ele.
— Prazer, Verônica. É muito bom conhecer a amiga da minha mulher.
A voz rouca, o charme... Não consegui me controlar.
— Alice, você não me preparou para a beleza do seu namorado. — Virando-me para cumprimentar Marcelo, continuei: — Por favor, diga que seu amigo é tão lindo quanto você!
Bom, pode ser que eu tivesse pedido para que Alice visse com o namorado se ele tinha alguém conhecido para me apresentar.
— Olha, Verônica, não posso opinar — foi sua resposta bem-humorada. — Mas garanto que ele tem olhos, orelhas e boca no lugar certo.
— Menina, eu amei esse seu Vet.
— Pois pode deixar de amar, que ele é meu! — Fechou a cara. — E vamos logo, antes que nos atrasemos.
No avião, agarrei-me ao cinto. Nunca tinha voado antes, e já me preparava para o pior.
— Meu Jesus, receba a minha alma...
— Que isso, Verô? — Alice notou que eu suava.
— Essa merda não vai subir!
Quando o avião deixou o solo, senti como se estivesse em uma montanha-russa. O estômago quase saindo pela boca.
— Pronto, Verô. Já subimos.
Abri um olho e espiei pela janela. O piloto fez uma curva, e vi a asa do avião.
— Essa merda vai cair! Eu sou tão nova pra morrer! — Respirei fundo.
Senti Alice segurar minha mão, tranquilizando-me. Consegui relaxar um pouco, mas a cada reajuste da aeronave, eu quase morria. Só descansei quando voltamos ao solo.
— Obrigada, Senhor! Prometo ser uma menina melhor a partir de hoje.
Juntei as mãos em uma prece e agradeci aos céus por ter sobrevivido.
Alice ria sem parar. Pegamos nossas malas e seguimos para o hotel. Ainda teríamos muito trabalho pela frente.

Um amor (quase) perfeito   (Antigo: Irresistível)Onde histórias criam vida. Descubra agora