Dumbledore explicou a Remus que Snape não havia deixado a mata-cão com ele, como de costume. E pediu ao lupino que fosse até as masmorras, pois sabia que o cálice estava pronto. Severus o avisara que o levaria, mas algo deveria ter acontecido.
Sem jeito, Remus bateu na porta do escritório de Severus,mas parecia que o outro não ouvira. Curioso, acabou colando o ouvido na porta de carvalho.
-Respire... Isso, com bastante calma, Hazel. Tudo bem...
Havia um som um tanto sufocado no fundo, e aquilo o deixou muito preocupado.
-Mas que diabos...
Abriu a porta depois de bater outra vez, mas não ganhou os olhos negros. Ele estava totalmente focado na adolescente de dezesseis ano, ajoelhada no tapete, com a cabeça erguida, tentando respirar. Severus estava sentado ao lado dela, apoia do o corpo precariamente com as mãos. Parecia ser uma situação comum para ele. Mas para o lobo não era.
-O cálice está na mesa, Alvo. Peça desculpas a Lupin por ter me atrasado.
-O que ela tem?-Pediu, vendo o homem ficar tenso.-Precisa de ajuda, Severus?
-Ela está bem. Por favor, pegue a poção e saia. Estou ocupado.
Um tanto relutante, o lobo obedeceu. Foi tomando no cálice até chegar ao Salgueiro Lutador. Não demorou para estar na Casa dos Gritos. A transformação foi especialmente dolorosa, mas o lobo estava tão desanimado que apenas se deitou no sofá.
"Qual é o problema, Aluado?"
"Ela está doente, Remus... Minha lua está doente."
"Lua? O que... Espera, nossa lua é... HAZEL?"
▪《■》▪
O professor de Defesa Contra a Arte das Trevas ficou indisposto naquela semana, e Severus o substituiu com eficiência. Hazel ficou feliz por isso. Seu irmão sempre quis lecionar aquela matéria, e teria a chance aquele ano, mesmo sendo de forma bastante pontual e temporária. Era o bastante para ele ter um gostinho do que tanto queria fazer.
-Pare de esconder suas tatuagens, Hazel.-Brigou, depois que a aula acabou e todos saíram.-Já é a terceira vez que você entra em estado de estresse esse ano. Por que elas estão incomodando você?
-Eu só não quero que eles fiquem olhando pra mim...
O pocionista acabou respirando fundo, antes de entregar o caderno de lições da irmã.
-Vamos, hora do jantar. Não vai burlar o horário dessa vez.
-Sim, senhor...
A menina apenas abaixou a cabeça e saiu da sala, deixando-o para trás.
-Eu odeio quando me chama assim...
Resmungou, antes de segui-la para o Grande Salão. Claro que percebeu os olhares que a irmã recebia, mas ninguém comentava nada por ele estar há poucos passos dela.
Hazel foi para seu lugar costumeiro, e Snape fez o mesmo. Percebeu que Remus parecia prestes a ter um faniquito na cadeira ao seu lado. Parecia que algo corroia o lobisomem.
-Severus...-Chamou depois de um tempo, no momento em que os alunos falavam alto entre eles, abafando a conversa.-Sinto muito pela indiscrição mas...
-Se quer perguntar sobre Hazel, esqueça, lobo. Não vou responder.
Remus engoliu algumas boas ofensas que quis lançar ao colega, e voltou a admirar a figura da moça.
O lobisomem passaria as próximas seis semanas se remoendo da mais pura curiosidade.
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Dear Creature
Fiksi PenggemarO mundo bruxo tinha uma visão retorcida e patética de tudo à sua volta. Remus era um expert nessa constatação. Os Bruxos tem uma visão perturbada do que há a sua volta. As Criaturas não.