CAPÍTULO II

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Aviso: Jasmine não é para corações fracos, para pessoas frescas, e para quem espera um neném fácil de lidar

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Aviso: Jasmine não é para corações fracos, para pessoas frescas, e para quem espera um neném fácil de lidar. Vamos de mente aberta?

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Não queremos perder. Nem deveríamos. Não deveríamos perder pessoas, saúde, dignidade, confiança. Tempo. Eleanor Rosseau, mãe dedicada e amiga leal. ─ A lápide recém-feita aponta o último lugar em que ela descansará.

Quando o papai morreu, ouvi dela que há apenas uma forma de honrar aqueles que já se foram, aqueles que estão mortos: vivendo. Eu sei que as circunstâncias de sua morte deixam tudo mais doloroso. E ter que ir para longe de casa não deixava nada mais fácil também.

Mas, tudo o que precisamos são alguns passos, a vida se encarregará do que tiver que ser. Deixo a rosa escapar por meus dedos indo para o vão entre seu nome e a data. Cravada no concreto, o pior pesadelo da minha vida.

Pesquei a mochila, sentindo o frio se instalar por meu corpo e as gotas da chuva fina caindo sobre os meus óculos. Olhei o céu, escuro. Era um péssimo momento, parecia uma cena dramática de filme quando eu deixei o cemitério, atravessando as faixas de concreto e a grama verde entre as lápides.

Seriam algumas horas até o meu destino.

Houston, Texas, minha casa dos últimos 14 anos, já não poderia mais ser meu lar. O lugar em que eu havia conquistado meu papel, meu trabalho, uma vida, onde havia enterrado minha mãe, não poderia mais chamar de casa.

"Se tiver juízo, irá para o mais longe possível." Haviam algumas gotas de sangue sobre a digitação no papel. Sofisticado. Times new. E agora estava meio amaçado no porta luvas enquanto eu atravessava as avenidas da cidade, algumas milhas longe. As últimas palavras ainda pesavam ─ Embora, não exista lugar para onde você possa fugir ─, mas, não me permiti pensar nelas.

Sobreviver. Eleanor havia me ensinado isso, desde muito cedo.

358 miles. 5h11mins. Ou menos. New Orleans. O lar do meu coração, dos meus primeiros anos e das boas lembranças. Eu estava indo de volta, pelo menos até que o risco fosse maior e a necessidade de fugir fosse mais urgente.

A menos de duas horas do meu destino, atraída por uma placa ─ temos café ─, decidi parar um pouco, estava faminta, e com um pouco de sono, fruto da noite anterior. O bar, ou como for que chamavam esse lugar, era inóspito. Eu não via mulheres, apenas, uma quantidade estranha de homens espalhados entre a mesa de bilhar, o balcão sujo do bar e algumas mesas lá no fundo.

Estava prestes a me virar para sair, quando meu estômago reclamou, a sonolência em meu corpo confirmou o pedido. Caminhei até o balcão e me sentei, esperando para ser atendida. Ao meu lado, um homem se sentou.

─ O que uma garota tão bonita faz em uma merda de lugar destes? ─ perguntou, eu me contento em olhar o senhor de mãos trêmulas que desliza um papel amassado para minha frente.

Completamente Dimitri - Samuell's - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora