36| f a l l i n g d o w n

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C A I N D O

Aurora e Lana voltaram para Nova York há alguns dias e agora eu conseguia sentir de verdade a ausência da Alicia. Tudo estava tão silencioso, sossegado e calmo. E, porra, eu odiei. Tento ao máximo não ficar fazendo perguntas sobre Alicia para o pai dela, mas as últimas coisas que eu soube, é que o doutor permitiu que ela parasse de tomar o remédio tarja preta. Ela ficava ainda mais ansiosa com medo de que o remédio para ansiedade a tornasse dependente. Apenas piorou o que ela estava sentindo. Agora os momentos com um terapeuta foram para todos os dias e o pai dela me disse que ela está tentando dormir por conta própria. E eu acreditei, até me lembrar do que Sophie contou. Ela realmente está ficando em casa de madrugada? Fico esperando por ela longos minutos na frente da sala, mas ela não aparece. E eu esperava que esse fosse o último recurso, entretanto, foi preciso ser usado: falar com as pessoas que ela tem saído nos últimos dias. E isso inclui Carver e Evan.

— Carver. — o chamo antes que ele entre na sala. — Preciso bater um papo contigo. É importante.

Ele franze a testa, mas assente. Vamos em direção a ginásio.

— Você tem falado com a Alicia, não tem?

— Apenas o que ela deixa. Parece aérea ultimamente.

— Sobre isso que eu queria falar. Você tem saído com ela? Sabe, de madrugada? — não acredito que estou perguntando isso a ele.

— Não. Ela nunca me ligou. — diz. — Mas...

Porra.

— Tem um cara que era amigo nosso quando a gente ainda estava junto. Ele me disse há alguns dias que a encontrou em uma festa no campus da UCLA.

— Merda... em quais condições?

— Ele disse "se divertindo", mas depois disse que ela estava bêbada. E talvez até drogada. Eu não acreditei, porque ela não é disso...

— Talvez seja, cara. — solto uma lufada de ar, querendo socar a parede. — Ela parou de tomar os remédios. E eu acho que faz tempo, antes mesmo do médico ter dito que podia parar.

— Caralho. Onde ela está agora?

— Não faço idei...

— Chase, graças a Deus! — Juliet vem correndo em minha direção, ofegante. — Você já viu as redes sociais hoje?

— Não. Que merda aconteceu, Juliet?

— Mais vídeos! Ela ficou marcada por causa daquele vídeo do bar e todo mundo a vê como... como isso. — pego meu celular, mas ela o tira da minha mão. — Você não vai ver.

— Tá louca, caralho? Eu preciso ver!

— O que eles estão dizendo pra ela... — ela balança a cabeça. — Ela estava drogada, Chase. Você não vai querer ver.

Ao mesmo tempo que eu gostaria de ver, sei que vou me arrepender um segundo depois.

— O que eles dizem, Juliet?

— Eles xingam ela. Como se ela fosse...

— O que ela está fazendo no vídeo? — Carver pergunta.

— Ela está ficando com um cara. E os amigos desse cara estão filmando, dizendo um monte de merda. É nojento... — os olhos dela aguam, de repente.

— Porra, Juliet. Você disse vídeos. O que tem mais? 

— Ainda esses caras filmando... ela estava dançando. Parece que só tinham eles. Um deles bateu na bunda dela, jogou bebida nos peitos dela e depois lam...

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