7| s e c r e t s

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S E G R E D O S

| Alicia Louise |

Lembro que sempre tive medo do que todos pensariam se soubessem dos meus sentimentos por Dylan. Para todos a nossa volta, nós não éramos nada além de melhores amigos; éramos isso até mesmo para Dylan. Era eu quem passava horas sem pregar os olhos na minha cama, imaginando e dramatizando quando seria o dia que ele corresponderia o que eu sentia. Eu poderia parecer corajosa, mas era apenas uma fachada. Pelo menos fui corajosa o suficiente para contar a ele como me sentia e, bom, não terminou bem. Seus olhos azuis pareceram perdidos ao se encontrar com os meus e sua boca se abriu e se fechou diversas vezes, sem ter algo sólido a dizer. Ele não me queria. Ouvir a sua voz dizendo que não sentia nada por mim além da amizade foi imprevisível. Minha personalidade elevava a proporção da rejeição quando essa acontecia; eu não suportava ser rejeitada e piorava quando era por alguém que eu amava. Minha reação foi simplesmente levantar e deixá-lo para trás, no parque onde minha irmã costumava brincar. Ele não era obrigado a corresponder meus sentimentos, eu sabia disso, mas eu não conseguiria agir como se ainda fôssemos melhores amigos. A questão era que eu ainda era sua melhor amiga, mas ele havia deixado de ser o meu. Deixou de ser a partir do momento que eu não conseguia olhá-lo sem querer sentir seus lábios nos meus. Dylan, ao perceber que estava me deixando escapar entre seus dedos, me forçou a conversar civilizadamente com ele dentro de seu quarto. Poderia não ser romântica ou sonhadora, mas fui no momento em que ele me beijou enquanto eu falava algo que nem me recordo.

A partir do primeiro beijo tudo virou flores. A sensação de namorar escondido, como se fosse proibido e errado, só fazia toda a paixão se intensificar. Nem conseguíamos perceber na época que não era mais brincadeira de criança, mesmo com o primeiros reais problemas de relacionamentos começarem a aparecer. Meu pais permitiam que Dylan subisse para o meu quarto e que ficássemos sozinhos, afinal, eles o conheciam e viam a inocência que sempre exalou. Não era nada de amigos as nossas brincadeiras em meu quarto que meus pais nem sonhavam que tínhamos. E em uma dessas vezes, meu pai entrou no quarto e nos flagrou aos beijos em cima da cama.

— Que porra é essa aqui?! — meu pai exclamou, fazendo-me parar de beijar Dylan. — Sai de cima dela, Dylan.

Dylan levantou em um pulo. Ele sempre morreu de medo do meu pai e esse era o único motivo para não contarmos nada. Mesmo eu sabendo que conseguiria dobrar o meu pai, Dylan tremia na base cada vez que eu dizia sobre contar.

— Desce, Dylan. — meu pai ordenou, sem tirar os olhos de mim. Naquele momento até eu tremi na base. 

Dylan me encarou um pouco assustado e eu apenas dei de ombros. Minha mãe já havia me perguntado se as vindas diárias de Dylan aqui não era apenas porque éramos amigos, afinal, nos víamos no colégio todos os dias. Eu sempre negava quando minha mãe questionava, mas ela me conhecia melhor do que eu me conheço.

— Alicia, o que... desde quando isso está acontecendo? — meu pai sentou na beirada da minha cama. Me surpreendi pela sua calmaria no instante em que Dylan saiu.

— Não tenho muita certeza. Acho que tem uns dois meses. — respondi, colocando os pés na cama novamente.

— Dois meses?! E o que é isso? É só coisa de momento ou você está apaixonada? — meu pai questionou, me encarando.

— Estou apaixonada. — admiti, abrindo um sorriso. — Completamente apaixonada. — encostei a cabeça no travesseiro e cobri o rosto com as mãos. O sorriso que eu abria de orelha a orelha era ridículo. — Mas não sei se ele sente o mesmo. Sei que ele tem medo de você, mas o que você poderia fazer? Você gosta do Dylan e sabe que é melhor ser com ele do que com um bad boy todo tatuado, com piercings, que fuma e que dirige uma Harley.

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