2- Influenciado?

67 4 6
                                    


Jonathan Dellacourt - 13 anos, 4 meses, 7 dias depois

Dirigir a 120 km onde o máximo permitido era 60 não era uma coisa que ele faria, mas dessa vez era preciso. Acontece que seu primeiro filho era apressado igual a mãe e decidiu que não iria esperar os 9 meses para nascer. Isso, claro, não era algo que ele poderia prever, mas Camile ia ficar furiosa com ele de qualquer jeito.

E ele também ficaria se culpando por bastante tempo se não conseguisse ver o nascimento do seu garotinho ou garotinha por que Asher, em pleno os 17 anos, ainda não tinha aprendido a beber sem fazer alguma besteira.

- eu espero que o meu sobrinho ou sobrinha não seja tão feia quanto o pai

Resmungou Asher que estava esparramado no banco de trás de qualquer jeito, incapaz de ficar sentado sem escorregar pela cadeira. Jonathan cogitou frear o carro subitamente só pra ver seu irmão adotivo colidir com os bancos da frente, mas invés disso só disse:

- eu espero que ele não puxe a idiotice do tio.

Ele geralmente não levava as burradas de Asher muito a sério, a não ser que elas tivessem sido graves, como as de hoje foram. Nesse caso ele tinha que acionar o modo "irmão mais velho" e manter a voz firme enquanto dava uma bronca.

Ele se perguntava constantemente se o relacionamento que teria com seu filho seria parecido com o que tinha com Asher, esse era um dos pensamentos que o atingiram com mais frequência desde que soube que a esposa estava grávida. Mas infelizmente eles vieram junto com algumas preocupações não tão divertidas quanto. Preocupações sobre sua família biológica. 

Não era que ele sentisse saudades, todos esses anos ele nunca tinha dedicado um segundo do seu tempo pra se perguntar sobre Nicolle Dellacourt, mas nos últimos oito meses ele tinha ficado extremamente ansioso para saber quem ela tinha se tornado, como estava e que escolhas ela teria feito. Seria muito reconfortante saber que a irmã estava bem, porque isso significaria que o destino dela nunca esteve escrito, que ela era só uma pessoa normal, e que se por acaso a criança que sua esposa Camile estava esperando fosse uma menina, ela também poderia escrever o próprio.

Mas então ele empurrava todos esses pensamentos pra longe e usava o que todo mundo dizia como conforto.

"Seus pais biológicos eram loucos. Você e a sua irmã eram crianças e foram influenciadas por as coisas que eles falavam, por isso viam o que viam. "

Em seguida ele forçava sua mente a focar em problemas mais realistas, como roupas para o enxoval (as quais ele inconscientemente só comprava azul), brinquedos (os quais ele só comprava bolas de futebol e bonecos de super-heróis) e em pesquisas de escolas pela cidade.

Infelizmente esses pensamentos não ocupavam sua mente tanto quanto gostaria, e antes que percebesse lá estava ele de novo, pensando no dia em que seus pais decidiram colocar uma corda em volta do pescoço dele e de sua irmã para fazer um favor para o mundo.

Jonathan chegou no hospital estacionando o carro de qualquer jeito em um lugar provavelmente proibido. O som dos pneus até chamaram a atenção dos médicos do lado de fora mas não tanto quando os gritos de Asher assim que Jonathan desceu e trancou as portas.

- você está se esquecendo de mim!

Gritou pela janela

- crianças mal comportadas ficam de castigo, Asher.

- Você não pode me deixar preso aqui

Ele protestou mesmo sabendo que Jonathan poderia sim deixa-lo preso no carro.

- Você vai ficar ai quietinho, pensando sobre o que você fez.

Jonathan segurou o riso, Asher odiava quando alguém o dizia o que fazer como se fosse uma criança pequena e Jonathan adorava irritar Asher.

A atmosfera mudou quando ele entrou no hospital.

Andar 4, quarto 101.

Era esse o lugar que falaram para ele encontrar Camile quando ligaram.

Mas quando chegou Camile não estava, no lugar dela havia uma enfermeira que forrava a maca em que sua esposa dormiria.

- boa noite?

Disse a mulher

- boa noite, eu sou o acompanhante de Camile Velasquez, sou o pai do bebê.

- ah, certo. Sua esposa já está em trabalho de parto a um tempo, então para a equipe medica não ser desconcentrada o senhor não vai poder entrar pra assistir o nascimento. Mas daqui a uns minutos sua esposa vai estar de volta, vamos levar o seu bebê pra o berçário, dar os devidos cuidados e ver se ele vai precisar ou não ficar na incubadora. Caso não precise o traremos para o quarto e amanhã ou na pior das hipóteses em uns dias vocês já vão ter alta.

Ela disse com um tom extremamente positivo, mas aquilo não serviu para acalmar Jonathan. Ele queria ver a esposa e o filho, e queria ver agora.

- certo mas... onde ela está?

A enfermeira ofereceu um sorriso

- sala de parto 2, não tem com o que se preocupar papai, vai ficar tudo bem. Quer que eu peça pra trazerem um café enquanto o senhor espera?

- sim, por favor.

Ele retribuiu o sorriso, e então ela saiu. Jonathan esperou um tempo para se certificar que ela já estava longe e foi atrás da tal sala de parto número 2.

Ao chegar, ele abriu a porta devagar para não fazer barulho, então o choro da criança preencheu o ambiente. Ele tinha perdido o parto, mas chegou a tempo de ouvir quando o médico disse:

- enfermeira Martha? hora de nascimento: 03:25, sexo: feminino, parabéns mamãe. 

   



mais uma vez obrigada a todo mundo que chegou até aqui, como diria os caras do meu facebook vocês são topster. Nos próximos capítulos as coisas vão começar a esquentar um pouco, se fosse você eu não perdia. E pra não correr o risco você devia seguir a história (só clicar no "+" ali em cima e adicionar a sua biblioteca aqui do wattpad) ai você vai receber uma notificação toda vez que a fic for atualizada! Se gostaram do capitulo não esqueçam de clicar na estrelinha, qualquer coisa podem falar comigo nos comentários ou pelo meu instagram/twitter (oopsbea)   

vejo vocês segunda, xx Beaoubia

The seekOnde histórias criam vida. Descubra agora