Livres

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Alex terminou de falar e Clarisse ficou tão confusa que, por um segundo, esqueceu seu próprio nome.


- Deuses? - Perguntou ela, incrédula.


- Sim, deuses gregos. - Falou Alex novamente. - Eles moram no Olimpo, que fica em algum lugar em lugar nenhum, e só os deuses conseguem ir até ele. Às vezes eles vão para os planetas onde há vida humana e fazem filhos com os humanos. Dessa união nascem os semideuses, como eu, o Mike, a Betsy e etc.


Clarisse acreditava nele, mas era muita coisa para ela absorver.


- O.K. - Ela respirou fundo. - E o que eu tenho a ver com isso? Sou uma semideusa também?


- Nós não sabemos. - Betsy estava voando ao lado deles e gritava mais alto que o barulho do vento. - Mas fique tranquila, vai dar tudo certo.


- Eu não sou uma criança. Não tente me enganar. - Clarisse não gostava do modo que Betsy falava com ela.


Betsy franziu a testa e olhou para Alex.


- Porque não funciona com ela?


- Eu não sei. - Respondeu Alex, pensativo.


- O que não funciona?


- O charme dela. - Disse Mike que estava do outro lado. - Ela é filha de Afrodite. Ela consegue mandar em qualquer um apenas com palavras. Foi por causa do charme dela que conseguimos sair do orfanato. - Ele olhou para Clarisse. - Mas não funciona com você.


Agora ela tinha entendido o que eles quiseram dizer com "charme" e porque não faria diferença o sexo da diretora. Clarisse queria entender tudo aquilo. Porque Apolo foi sequestrado? Porque ela tinha que salva-lo? Porque o charme de Betsy não funcionava com ela? Eram perguntas que ninguém sabia responder. Apenas talvez Apolo, que estava em algum lugar preso com o Minotauro.


Clarisse olhou para Melissa que estava desacordada e sangrava muito.


- Temos que levá-la ao hospital. Ela está perdendo muito sangue. Está fraca.


- Já estamos chegando ao hospital da cidade.


Clarisse olhava ao redor mas não podia ver nada. A cidade estava um breu. O sol ainda não aparecera e agora ela sabia o porquê. Apolo era o Deus do sol, ele guiava o sol pelo céu, mas como estava preso não podia fazer seu dever.




Eles pousaram os pegasos em um beco sem saída para poderem descer, foram andando até o hospital com Alex carregando Melissa em seus braços.


Quando entraram no hospital Betsy foi falar com uma enfermeira enquanto eles esperavam um pouco afastados.


Clarisse não conseguia ouvir o que elas diziam, mas depois de alguns segundos de conversa Betsy acenou para eles seguirem a enfermeira. Ela os conduziu até um quarto e Alex colocou Melissa na maca.


- Eu vou chamar o médico. Esperem aqui.- Disse a enfermeira.


Betsy saiu com a enfermeira e Clarisse foi até a maca e pegou a mão de Melissa.


- Vai ficar tudo bem. - Sussurrou ela.


Depois de alguns minutos um médico entrou no quarto e foi examinar Melissa.


- Vamos ter que dar pontos. - O médico olhou para a enfermeira. - E vamos precisar de sangue. Vou fazer um exame para saber o tipo dela e precisaremos de um doador. - Ele olhou para as crianças. - Todos aqui sabem seu tipo sanguíneo?


Ninguém sabia e todos iriam fazer o exame para saber. Todo o procedimento ocorreu no quarto e só havia um médico e uma enfermeira. Ninguém entrava nem saia do quarto.

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