O PALHAÇO | Creepypasta

3. O PESADELO CONTINUA

Depois da minha experiência da semana anterior eu me sentia um pouco mal e não entendia por que aquilo havia acontecido e se era real... mas com certeza não era normal. Tive vários pesadelos e lembro de por pelo menos 3 vezes ter acordado sufocando com um cheiro de carne podre no meu quarto.

Aquelas imagens do palhaço matando aquele homem não saíam da minha cabeça, isso sem contar a impressão que eu tive de que aquele homem era eu. Mas não fazia sentido, por que eu?

Ao longo de uma semana eu tentei aparentar que estava tudo normal, mas quem me conhecia sabia que tinha algo errado. O problema é que eu não poderia explicar, como eu contaria isso a alguém?

Os dias passaram e nada novo aconteceu, a internet voltou ao normal e eu deixara de pensar naquilo. Até que numa tarde algo estranho chamou minha atenção: os backgrounds de todos os sites que eu visitava estavam pretos e as letras em azul. Obviamente não era normal, então fui verificar as configurações do navegador. Não havia nenhuma alteração nas configurações. O aplicativo do minilua disparou 5 vezes consecutivas e a sensação de medo voltou.

Tentei acessar pelo I. Explorer, mas estava do mesmo jeito, tela preta e letras azuis até que algo inacreditável aconteceu, o aplicativo do minilua voltou a disparar. Mas como? Eu estava no Explorer!

Eu cliquei, mesmo sabendo que algo horrível iria aparecer. Mas nada apareceu e o computador reiniciou. Ao voltar o papel de parede havia mudado, era um luar tenebroso e algo como um espírito flutuava sobre uma árvore desfolhada. Minha web cam ligou sozinha.

Fechei a web cam e abri o Chrome, a página inicial agora era o próprio site minilua com fundo preto e letras azuis. A mascote Pam também estava diferente, tinha uma expressão séria, um olhar vazio.

Havia somente um post, "Ancient clown's curse". Eu já havia lido aquilo, mas algo me dizia que estava diferente. Abri o link e fui para a mesma página que já estivera há algum tempo.

As mesmas palavras em norueguês, mas não era o mesmo vídeo.

Não haviam comentários e eu sabia que seria inútil, eu teria que assistir ao vídeo. Comecei a assistir, mas nada aparecia e após 3 minutos de tela preta de repente algo apareceu, era minha cara,eu estava sendo filmado em tempo real pela minha web cam.

Eu fiquei estático olhando para a tela sem saber o que iria acontecer. Atrás de mim meu quarto, a cama, o armário e a janela fechada. Nada fora do normal.

Observei a cena durante uns 2 minutos e nada, quando desviei meus olhos para o teclado ao voltá-los para a tela lá estava ele atrás de mim, O PALHAÇO.

Ele me fazia gestos como para que eu olhasse para ele, eu olhei para trás e não havia nada. Retirei os cabos do meu computador e não os coloquei novamente.

Resolvi sair de casa, eu não poderia ficar ali, naquele quarto. Eu moro a 2km da praia então resolvi caminhar até lá para pensar melhor sobre tudo que estava acontecendo. Ao chegar lá me sentei num banco e fiquei olhando para o céu, eram 6 horas da tarde, o sol já se punha e o luar surgira no céu imponente.

Havia uma menina no banco ao lado do meu, ela estava com um livro na mão (mas ela não estava lendo). Fiquei mais um tempo observando o mar e ao dirigir meu olhar a ela novamente, ela me fitava, (com um olhar vazio)

Eu então olhei para o livro, era um livro pequeno com a capa preta e umas palavras em azul. Eu levantei de sobressalto e por um segundo perdi minhas forças. Avancei na direção dela e perguntei se poderia sentar ao seu lado, ela consentiu e seguiu-se o seguinte dialogo:

— Qual o seu nome? — perguntei.
— Sara.
— Você mora por aqui?
— Na verdade não, eu sou do sul.
— Esse livro que você esta lendo, é sobre o que?
— Literatura norueguesa no século XVIII.
— Você sabe falar norueguês?
— Não, mas eu sei do que se trata.

Eu pedi para ver o livro e quando ela me entregou, folheei algumas páginas, fingindo interesse até encontrar o que queria. O autor se auto-intitulava The Old Clown, não havia foto.

Olhei para ela, e perguntei:

— O que significa tudo isso?
— Eu também não entendo, mas você não pode ignorar.
— Quem é ele? O que ele quer?
— Não desvie o olhar, assista até o fim, é possível vencê-lo.

Ao dizer isso ela se levantou e foi embora.

Voltei pra casa, todos estavam na sala me esperando, não falei com ninguém fui direto para o quarto, o que quer que fosse acontecer tinha que acontecer logo. Eu não iria fugir mais.

Liguei meu computador e esperei que algo acontecesse, não demorou muito e o navegador abriu sozinho me direcionando diretamente ao minilua. Novamente um post, um vídeo, minha web cam ligou.

Eu estava novamente sendo filmado e mantive meu olhar fixo na tela.

A luz do meu quarto se apagou. Voltou de repente e lá estava ele, sentado na minha cama sorrindo para mim. Eu lembrei do que a menina me disse, não desviei o olhar, e o que se seguiu foi uma verdadeira tortura.

Ele começou a quebrar as coisas, e a fazer aquelas coisas típicas de palhaço. De repente ele se aproximou, chegou muito perto e eu pude sentir o cheiro putrefato de sua boca. (mas não era real)

Ele pegou uma arma, apontou para a própria cabeça e quando eu esperava um espirro de água ou uma bandeira escrito "POW", vi a cabeça dele se despedaçando e o sangue se espalhando pelo meu quarto. Continuei assistindo e ele voltou, a cabeça estava deformada mas o sorriso ainda fixo.

A próxima cena foi ainda pior, ele estava com minha família e matava um por um de maneiras diferentes. Tiros, decapitações, pancadas, mas eu sabia que eles não estavam ali.

Ele percebeu que eu não iria parar de assistir e ficou enfurecido, começou a destruir tudo, chegou ao meu lado e apontou a arma para mim, mas não disparou, apenas sorriu e foi embora deixando uma carta no chão do quarto.

Eu li, era uma lista.

Eu não entendia uma palavra, mas sabia do que se tratava.

Agora estou de viagem para São Paulo, não sei o que vou fazer lá, mas eu tenho que ir, alguém precisa da minha ajuda, espero que não seja tarde...