Demons Hunters // jjk + pjm

21

Acordei num quarto escuro, de início não reconheci, mas era o meu quarto. Eu havia apagado depois de tudo aquilo? Suspirei e tentei me levantar mas senti uma pontada no peito, me lembrei da bela apunhalada que levei de Wonho e o xinguei em meus pensamentos por aquilo que fez, agora eu estava um trapo.

Deitei a cabeça novamente no travesseiro e fiz a luz acender mesmo deitado, olhei em volta do quarto mas não havia ninguém ali. Bufei de tédio e tentei me sentar, doeu bastante mas consegui. Abri minha blusa e olhei para onde levei o golpe. Tinha um curativo ali, mas as veias em volta do meu ferimento estavam arroxeadas e meio saltadas. Fechei os olhos querendo que aquilo fosse mentira.
Wonho realmente queria me matar. Eu estava envenenado graças à adaga que estava com a lâmina envenenada. Tentei levantar mesmo sabendo que os curandeiros iam falar no meu ouvido depois, mas ao pisar no chão vacilo e caio pela dor crescente no peito ao deixar a coluna ereta. Xingo Wonho de novo e tento me levantar. Enquanto isso a porta se abre e logo dois braços me seguram tentando me levantar.

"Droga que pesado..." murmura a criança que invadiu meu quarto. Eu ainda estava meio confuso então não reconheci a voz na hora. "Que raios está fazendo no chão?" a pessoa consegue me levantar, sento na cama e ao encará-lo me surpreendo, meu coração acelerou na hora e engoli em seco.

"Jimin o que..." começo retomando meu ar mas como sempre ele me interrompe.

"Por que tava no chão? Achei que estava morto!" ele exclama.

"Por que sempre me interrompe quando começo a falar?" Falo o encarando e suspiro já cansado.

"Eu não te interrompo sempre." ele cruza os braços me observando.

O observei por alguns segundos e fiquei aliviado ao ver que estava bem (muito melhor do que eu pelo menos). Jimin tinha alguns ematomas e band-aids no rosto e nos braços, mas ele ainda emanava luz de seu sorriso e felicidade do seu olhar. Sorri levemente me sentindo bem por ter feito algo bom desde que comecei a ser o que sou agora, por ter salvado alguém que amo e não o matado por poder ou desejo de ver seu doce sofrimento.

"...tá me ouvindo?" dizia ele meio irritado. Fiquei pensando na vida e nem ouvi o que ele dizia. "Ficou brisando enquanto falava com você? Não vou repetir as coisas que disse, não é todo dia que agradeço um demônio e não vou fazê-lo de novo." ele diz cruzando os braços, o que foi muito fofo, balancei a cabeça tirando essa ideia de fofo dos pensamentos, que bobeira.

"Mas o que é estar brisando?" falo o olhando meio confuso.

"É você ficar pensando em um monte de coisas enquanto falam com você ou quando está num grupo de amigos... Não que você tenha um..." o encaro bravo e ele hesita. "...digo, um grupo por perto." ele sorri levemente tentando diminuir o que disse, e novamente aquilo foi fofo. Passei as mãos no rosto e concordei.

"Tá entendi mas o que quer aqui?"

"Só queria agradecer pelo que fez por mim..." Ele diz me olhando e fica brincando com seus dedos enquanto me olhava. Sorri levemente, ele estava nervoso. "...por ter protegido a mim e aos meninos também..."

"Eu também tenho que te agradecer." falo o olhando sincero e ele franze a testa.

"Mas por q..."

"Obrigada por estar me salvando e salvando a todos que chegam perto de você." ele cora, o que era uma das coisas mais lindas que já vi, mas eu continuo pra não me distrair pela beleza do pequeno. "Às vezes penso se o Cara lá em cima fez eu te encontrar para que você salvasse nossas almas... Às vezes me pergunto se não é um anjo que Ele colocou em nosso caminho." olho para o chão pensativo e ele engole em seco.

"E-eu também acho que Deus te colocou em meu caminho..." Ele começa falando baixinho e estava ficando mais corado, olhando para seus pés agora. "Está me mostrando que nem todos os monstros fazem monstruosidades." Ele me olha e o olhar dele fez meu coração palpitar, pela primeira vez me senti feliz por alguém pensar em mim desse jeito.
Pela primeira vez na vida, me senti visto e tratado como um ser humano pelos mesmos, me senti uma pessoa de verdade, e não um monstro.