Demons Hunters // jjk + pjm

24

Park Jimin

Eu estava dormindo quando acordei de um pesadelo.

Havia sonhado com sangue, muito sangue no chão. Segui os rastros e de repente me encontrei na Base dos Caçadores, estavam todos feridos e a maioria morta. Minha lágrimas caíam excessivamente, tremia de medo e pavor pela cena que vi ao atravessar o salão principal.
Na escada estava no chão com os olhos entreabertos Hoseok. Ele sangrava pelos lábios e estava respirando com dificuldade, tinha um corte grande em seu abdômen, era grave.
Não conseguia mais me mover, apenas encarar aquela cena. Meu coração batia acelerado e não podia fazer nada perante aquilo, apenas ver os corpos quase mortos no salão e o meu melhor amigo na escada, desfalecendo lentamente.

Acordei suando frio e respirando aceleradamente. Passei as mãos pelos cabelos molhados pelo suor e olhei em volta assustado.
Ouvi barulhos de sussurros como se estivessem dentro das paredes. Recuei para mais pra trás da cama e ao olhar pra porta Wonho se apoiava na parede ao meu lado com um sorriso insano. Seu corpo estava todo ferido e seu rosto terrivelmente deformado. Nem parecia ele. Estava realmente com cara de demônio agora.

"Sentiu minha falta?" ele disse me olhando como um louco. Lágrimas escorreram lentamente dos meus olhos, estava apavorado.
Gritei mas nenhum som saia da minha boca. Wonho não havia sendo expulso por Jungkook?
"Eu só vim fazer uma visitinha amigável meu amigo." olhei para seu corpo e aí entendi o que era.
Seu corpo desfazia em seus pés em uma fumaça densa e negra.
Não era ele ali, não fisicamente. Seu espírito perturbado estava me atormentando. Deitei em minha cama virando de costas e tapei os ouvidos, mas não adiantou, gritos começaram a ecoar em minha cabeça, a voz dele ecoava em minha mente gritando e falando coisas sem sentidos. Comecei a tremer, não conseguia me mexer. Ele estava me perturbando e comecei a sentir pontadas por todo o corpo. Aquilo era horrível, meu corpo inteiro formigava. Porém do nada tudo parou.
Nem tinha percebido quando me escondi em baixo das cobertas, só sei que suava mais ainda e estava com o coração na boca.
Tirei a coberta de cima de mim e ao olhar pra porta Jungkook estava lá. Ofegando e suado como eu. Ele veio até mim e me abraçou. Um abraço forte, quente e... Molhado?

É, molhado, mas não de suor, de lágrimas. Lágrimas de Jungkook. Ele chorava em silêncio e suas lágrimas quentes caiam sobre meus ombros. Ele me abraçou mais forte e acariciei seu cabelos tentando reconfortá-lo. Será que foi perturbado como eu? Coloquei meu rosto em seu ombro e fechei meus olhos respirando fundo, inalando seu cheiro enquanto fazia carinho em Jungkook. Seu cheiro era bom e também me acalmava. Talvez não parecesse, mas eu estava muito apavorado.

Dali alguns minutos Jungkook se acalmou e se afastou um pouco de mim, o olhei com uma pontada de pena no peito. Ele estava acabado. Seus olhos estavam muito vermelhos pelas lágrimas, se misturando com o vinho de seus olhos, e mesmo assim continuava lindo, mesmo chorando. Continuei acariciando seus cabelos e o olho.

Jungkook olha para cada detalhe do meu rosto, meus lábios, queixo, cabelos... depois me encarou novamente se aproximando lentamente e não recuei, eu estava sentindo que queria que ele me tocasse, eu estava querendo ele muito ali comigo. Meu coração acelerava a cada milímetro mais próximo dele. Olhei para seus lábios e senti borboletas na minha barriga. Ele estava perigosamente próximo de mim.

Jungkook segurou em meu rosto ainda me olhando e selou seu lábios nos meus suavemente, como se temesse me machucar. Afastou um pouco seus lábios e me olhou como se esperasse algo. Segurei mais forte em sua nuca o beijando de volta, puxando seus cabelos levemente. Sinto suas mãos fortes apertarem meu quadril levemente e suspiro contra seus lábios.

"Não imagina quantas vezes sonhei com isso..." ele sussura entre o beijo e morde meu lábio inferior puxando suavemente, o que me faz ofegar e arranho sua nuca levemente.

Desço minhas mãos lentamente pelo seu peito e mordo seu lábio inferior. Não sabia que o desejava tanto daquela forma.

Ele me empurra levemente pra trás pela cintura me fazendo encostar na cabeceira da cama, intensificando seus beijos apertando mais minha cintura, me fazendo ofegar novamente.

Paramos o beijo em busca de ar e o afasto um pouco pelo ombro, o olhando com a respiração um pouco acelerada. Eu estava nervoso e um pouco envergonhado pelo que havia acontecido a pouco. Meu lábios ainda queimavam pelo calor dos dele. Ele estava com os lábios avermelhados o que me fez querer beijá-lo de novo, mas estava tão envergonhado, confuso com meus sentimentos, que reprimi meu desejo. Eu estava perdido.

"E-eu não sei o que..."

"Desculpa..." ele fala e solta minha cintura se afastando um pouco, enquanto suspira olhando pra baixo. Ele estava se sentindo envergonhado. "Eu não consegui evitar..."

"Não peça desculpas." o interrompo e ele me olha meio chocado. "Eu acho que também estava..." respiro fundo olhando pra baixo meio receoso de dizer aquilo. "...a-acho que também estava querendo isso..."

Ele sorri levemente e cora, o que foi muito lindo e estranho de se ver. Ainda haviam rastros das suas lagrimas nos olhos e passei a mão em seu rosto levemente o limpando.

"Por que chorou daquele jeito?" perguntei tentando mudar o assunto pelo nervosismo e também pela preocupação, limpando com a ponta dos dedos as maçãs de seu rosto recém úmidas. O olho e ele suspira.

"Parece que nós dois tivemos uma visita inesperada não é mesmo." ele diz me encarando e respiro fundo. "Eu senti a presença dele no seu quarto depois que ele se afastou de mim, então eu vim te proteger." ele diz e concordo.

"Não precisava, você fez isso desde que entrei aqui..."

Ele segura em meu rosto me encarando sério e o encaro um tanto surpreso. "Precisava sim." ele diz com certa firmeza na voz, engulo em seco e ele acaricia levemente com o polegar minha bochecha. "Não protegemos as pessoas que amamos?" corei mais uma vez e novamente meu coração se aqueceu acelerado.

Ele me amava e queria me proteger, mesmo eu estando confuso e o recusando ele continuou do meu lado. Se fosse assim, sacrificar e se esforçar para proteger a quem ama, eu certamente faria o mesmo por ele e pelos meus amigos.