Capítulo 4 - 🌙

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Na hora da saída, para Giordana era a melhor parte do dia. Ela nunca fora apegada a escola ou aos estudos. Entretanto, ela ama ler livros. Além disso, não ia com a cara de algumas matérias — como qualquer outro adolescente. Sua matéria predileta é ciências. Adora aprender mais sobre os planetas, sobre o próprio planeta em que vive. E odia matemática, tudo que envolve conta.

Do outro lado da rua, há um parque. Lotado de árvores, um laguinho com alguns peixes, barraquinhas de comida, algumas estátuas, um muro repleto de imagens da história da cidade, um parquinho para as crianças. Ela sempre, quando o sinal bate alertando a todos de que o dia de aula havia acabado, esperava sua mãe debaixo de uma árvore com flores lindas do lado de uma das barraquinhas. Alguns alunos paravam ali também.

Mas antes de sua mãe chegar Miguel se aproxima e, dessa vez, acompanhado.

— Eae. – Miguel cumprimenta com um sorriso em seu rosto.

Giordana levanta o rosto colocando as mãos na frente de seus olhos para tampar os raios de sol que atrapalhavam a sua visão. Quando ela vê com quem ele estava acompanhado logo muda sua expressão de incomodada, pelos raios de sol que passava pelas brechas de seus dedos, para uma expressão de surpresa. Ela não, por que ela?

— Oi. – Yara diz com a cara fechada.

— Oi. – Giordana responde com a voz rouca e desajeitada.

Yara tira sua franja de seus olhos.

— Então, aquela festa foi muita massa. – Miguel fala para Giornada, mas olha para as flores da árvore – E nós estávamos pensando em ir para uma festa hoje à noite – ele diz agora com as duas mãos coladas – e pensamos que talvez você queira ir com a gente?

Ela olha para Miguel e depois para Yara. Pensando se deveria mesmo ir. Quando ela estava preste a recusar Yara a interrompe:

— Vamos, vai ser legal. – Yara diz olhando para seus sapatos.

A garota que Giordana derrubara a bandeja de comida a quatro dias atrás, agora estava a chamando para a festa. Giordana balança que sim com a cabeça.

— É em um prédio do lado de uma restaurante, em frente à uma distribuidora de bebidas. E é na esquina de uma casa toda alaranjada. – Ele pega o celular que estava em seu bolso. – Acho melhor mandar as coordenadas pelo celular, é bem mais fácil. – Demonstra um sorriso tímido.

— Esperamos você lá, às 18:30. – Yara sorri.

Pensamentos rondam a cabeça de Giordana, como que aquela garota estava cheio de sorrisinhos para ela depois daquilo que ela fez? Yara nem deixara Giordana ajudar a limpar a lasanha que preenchia seu rosto. Talvez eles estavam planejando matá-la, ou, até mesmo, tranca-la nesse prédio e tortura-la com lasanha e copos de suco.

Os dois viram-se e vão caminhando para uma padaria do lado do colégio, aonde haviam várias mesas repletas de alunos.

Alexa logo buzina para Giordana. No carro, Giordana pensa em vários jeitos de pedir para sua mãe para sair. Talvez ela nem deixe e Giordana esteja se iludindo, mas seria bom, aí eles não iriam a torturar. Ou, dessa vez, seria melhor pedir para o pai.

Chegando em casa, ela corre direto para seu quarto. Ele não era nem grande, nem pequeno. Tinha uma estante cheia de livros de todos os gêneros: terror, suspense, fantasia, romance e outros. Sua escrivaninha com seu notebook e outros livros, esses do colégio, seu armário que não era tão grande, mas cabia várias roupas. Giordana não se importava muito com a moda, mas sempre se vestia bem e bonita, nunca desleixada.

Seu notebook apita, ela deixou-o ligado. Quando ela o abre, uma mensagem de Lívia sobe. Lívia é sua melhor amiga que o destino resolveu distância-las, dando ao Henrique uma oportunidade de ouro, tendo que se mudar para Anápolis. Mas mesmo com o ocorrido, elas continuaram a se falar.

Poderia Ter Sido PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora