Capítulo XII

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— Você enlouqueceu de vez? — Dinah perguntou, ainda atônita com as palavras da namorada.

Normani respirou fundo, passando as mãos no rosto antes de se dirigir a Camila.

— Será que você não percebe a gravidade do que está fazendo?

Camila sentiu a raiva fervendo dentro dela. Ela olhou fixamente nos olhos de Normani e respondeu com uma voz cortante.

— Você não tem o direito de falar assim comigo e muito menos de questionar o meu papel como mãe.

— Você precisa encarar a realidade! — Normani disparou, sua voz carregada de frustração.

— Baixe o tom de voz, você está na minha casa — rebateu Camila, tentando controlar sua indignação.

Normani soltou uma risada amarga, preenchendo a sala de tensão. Dinah observava a discussão com o cenho franzido, balançando Angelica em seu colo para que a pequena não se assustasse com o clima pesado ao redor.

— Não percebe que estou cuidando de você, quando você mesma não faz isso? — Normani insistiu, sua voz trêmula de emoção.

Camila sentiu a mágoa invadindo seu coração, misturada a uma fúria crescente.

— Eu não te pedi para cuidar de mim, muito menos da minha vida. Você não tem o direito de me dizer o que fazer.

— Se Lauren estivesse aqui, ela estaria decepcionada.

Dinah arregalou os olhos em total descrença, incapaz de acreditar no rumo da conversa. Ela se aproximou mais da amiga, envolvendo Camila em um laço protetor, segurando Angel com uma mão enquanto acariciava as costas da amiga com a outra.

— Vai embora daqui! — A loira ordenou com firmeza, determinada a interromper aquela troca de palavras venenosas. Camila respirou fundo, sentindo-se exausta pelas emoções que estavam a consumindo.

— Eu... — Normani começou a falar, mas as palavras morreram em sua garganta. A racionalidade começou a tomar conta dela, ao ver a expressão dolorosa no rosto da amiga e os olhos marejados que a encaravam.

— Se ela estivesse aqui, mas ela não está. — Camila falou com uma voz quebradiça, fazendo Normani se arrepender de ter mencionado o nome de Lauren. — Ela foi tirada de mim de forma covarde.

Ela não queria ser cruel com a esposa de sua melhor amiga. Ela apenas queria que Camila entendesse o perigo que corria e não se colocasse em risco. Um sentimento de arrependimento se espalhou pela Detetive.

— Desculpe, eu não quis tocar na sua dor. Eu só me preocupo com você.

Camila pegou a pasta azul do sofá com cuidado.

— Tudo o que descobri hoje... — Olhou para a pasta, sentindo o peso do conhecimento que tinha adquirido. Os olhos de Normani se fixaram no objeto nas mãos de Camila. — ....só me fez perceber o quanto Lauren estava sozinha e cercada de traidores. Fico me perguntando, onde estava sua preocupação naquela época? — Camila questionou, sua voz rouca de dor. — Por que você não estava ao lado dela?

Normani franziu o cenho, recebendo as palavras da amiga como punhais em seu peito.

— Onde você esteve durante todo esse tempo? — A advogada se aproximou um pouco mais da Detetive, olhando-a nos olhos. — Por que sua melhor amiga preferiu confiar em um estranho de outro país do que em você? — A expressão de Normani se fechou em confusão. — Talvez seja porque ela tenha descoberto que você é apenas mais uma corrupta daquele Departamento! — Camila cuspiu as palavras com horror.

Agora foi a vez de Normani paralisar, chocada ao ouvir as palavras de Camila.

— Do que você está falando? — Dinah questionou a amiga.

Até Algum Dia...Onde histórias criam vida. Descubra agora