Capítulo XVI

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— Uma tal de Detetive Normani me ligou, disse que era amiga da Camila. — Iniciou Hernandez, enquanto sua filha se perdia em pensamentos.

— Hm.

— Bom, ela trabalha no Departamento, e eu não me lembro da Lauren ter mencionado o nome dela em nenhum momento. Precisamos ter cautela. —

— Sim.

— Pedimos para Camila não falar nada sobre a investigação, mas se ela compartilhou a informação com essa mulher, talvez ela seja de confiança. — Ponderou Jerry.

— É.

Enquanto conversavam, Allyson estava claramente preocupada e desatenta, alisando o dorso da mão com a cabeça baixa.

— Você tem certeza de que está bem? — Perguntou seu pai, percebendo a angústia da filha.

— Não se preocupe, pai. Estou bem. — respondeu Allyson, ainda com um semblante cabisbaixo.

Hernandez se aproximou e tocou seu queixo com carinho, incentivando-a a levantar o rosto.

— Quer me dizer alguma coisa?

Allyson desviou o olhar, relutante em compartilhar o que realmente tinha acontecido.

— Não. — Respondeu, tentando evitar o assunto.

— Eu estava esperando você me contar o que de fato aconteceu, mas estou agoniado demais para esperar. — Desabafou, demonstrando estar ansioso por respostas. — Como aconteceu essa picada? Porque não tem a menor possibilidade de eu acreditar que, do nada, entrou uma viúva negra aqui e te picou. — Questionou ele, cético.

Allyson desvencilhou o rosto das mãos do pai.

— Não comece com as suas teorias.

Jerry suspirou frustrado.

— Allyson, não tente me fazer de bobo. Estamos em uma região árida, quase sem nenhuma ocorrência de acidentes com aranhas. — Argumentou ele, preocupado com o que a filha poderia estar escondendo.

— Pai, não precisa fazer disso uma investigação jornalística. — Retrucou a mulher, irritada. — Já falei que estou bem e não quero mais falar sobre isso. — Nesse momento, ela não comentaria nada com o pai sobre o que tinha acontecido. Sabia que ele faria um escândalo e tentaria protegê-la, mas, nesse momento, ela não estava interessada em desviar o foco. Ela tinha sim ficado amedrontada, e a sensação de medo e a dor excruciante que sentiu lhe deixou em choque. Porém, estava mais concentrada em tentar se lembrar das palavras de Veronica e da história que ela contou sobre Alina. Tinha certeza de que a mulher tinha lhe falado mais coisas do que conseguia se lembrar. Por isso, precisava pensar sem desviar o foco para outras banalidades.

— Tudo bem, vou respeitar o seu espaço por enquanto, apenas por enquanto. — respondeu seu pai, com firmeza, deixando claro que o assunto não estava encerrado.

— E essa Normani. — Tentou desviar o assunto. — Quando estão planejando se encontrar?

— Ainda não sei. — Falou seu pai, incerto. — Primeiro quero conversar com a Camila para saber mais sobre essa mulher, e então depois marcamos um encontro.

Allyson assentiu, demonstrando compreensão.

— Qualquer novidade, você me fala. — Pediu ela, caminhando até a escrivaninha para pegar sua bolsa.

— Aonde você vai?

— Tenho coisas para fazer.

— Sim, como se deitar e descansar. Esqueceu que estava no hospital?

Até Algum Dia...Onde histórias criam vida. Descubra agora