Prólogo

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Rússia, 14 de abril de 1992.

A neve caia forte numa pequena casinha no bairro de Ecaterimburgo, era bonito de ser ver ainda mais aquele dia, mas a pequena Caroline mal olhou pra janela aquela noite.

Ela escutava seus pais brigando mais uma vez. Ela sempre que escutava corria pra baixo da cama e tampava os ouvidos, pois sabia que se ficasse ouvindo seria castigada pelo pai.

Mais uma vez a mãe de Caroline achou indícios da relação do marido com a máfia russa, era o que a mãe de Caroline temia, era o que todos familiares temiam, afinal se fosse verdade aquilo teria um preço, mas Caroline não entendia nada.

Naquele momento a mãe de Caroline entrou correndo no quarto e procurou a menina. Achou embaixo da cama, e puxou Caroline pelo braço e cochichou baixinho:

— Quando eu falar pra você correr, você corre sem olhar pra trás. — ela falava e é uma lágrima descia.

—A gente vai viajar pra outro lugar, você não queria conhecer o Brasil? — a mãe de Caroline falava em meio a soluços e choros, Caroline fez com que sim com a cabeça, a mãe de Caroline ficava olhando ela é encostou sua cabe cá na testa da filha.

Ela tentava ao mesmo tempo segurar as lágrimas para não preocupar a filha e nem passar a tensão que sentia naquele momento.

—Então vamos pro Brasil- dizia a mãe de Caroline.

Assim que pegou algumas mudas de roupa, colocou numa mochila e colocou nas costas da menina.

As duas saíram da casa correndo, ao passar pela sala, Caroline viu seu pai jogado no sofá com uma garrafa de vodca na mão, outras jogadas no chão. Ele estava muito bêbado e gritando pra elas sumirem de vez se não eles iriam pega-las.

A mãe de Caroline falava para ela não dá trela para ele, pois ele tava bêbado, mas as frases soavam bem ao ouvido de Caroline.

— Podem fugir, se esconder, HA HA HA. Eles vão achar vocês, e eles querem ela, a primogênita, a descendente "Brejneva" — dizia o pai dela bêbado rindo alto.

A mãe de Caroline falou para ela correr. Elas correram, pegaram um táxi e foram direto pro aeroporto, chegando lá embarcaram pro Brasil.

Caroline e a mãe passaram horas no voo. Caroline fingiu dormir ao ouvir a mãe chorando.

Quando ela lembrou das frases do pai. As frases remoía na sua cabecinha, mas quando ia perguntar finalmente pra sua mãe acabou evitando e finalmente conseguiu pegar no sono.

Quando acordou viu sua mãe a cutucando e apontando pra janelinha do avião, elas ja tinham chegado ao Brasil.

Quando elas chegaram no lugar que morariam se surpreenderam, era tudo delas mas também era outra vida, o passado Brejneva na Rússia era apenas passado, ali seria vida nova.

A mãe de Caroline a levou pro seu quarto. Chegando la Caroline admirou as luzinhas do teto, sua mãe deu boa noite e fechou a porta, Caroline olhava admirada as luzinhas, naquele momento o sono batia mas veio novamente as frases de seu pai na sua mente.

"Eles vão achar vocês, e eles querem ela, a descendente 'Brejneva', não adianta se esconde" — as risadas dele ecoava ao fundo.

Naquele momento Caroline tampou a cabeça com a almofada desejando afastar aquelas lembranças e num piscar de olhos ela levantou tomando um susto. Ela fixou os olhos no teto, as luzinhas deram lugar a um teto liso e é um lustres normal.

Ela olhou pros lados, se levantou indo direto pro banheiro, se olhou fixamente no espelho e falou consigo mesma:

— Era só um sonho, novamente o mesmo sonho 25 anos depois? — tacando água no rosto, Caroline respirou aliviada, mas encucada por esses sonhos estarem sendo mais frequentes. Se tinha algum significado Caroline não sabia, mas aquela era a lembrança que ela não queria lembrar, porque foi exatamente no dia do seu aniversário, quando ela estava fazendo 10 anos.

***

Obrigado por ler este capítulo da minha história, espero que estejam gostando e que continue acompanhando.

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