"Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta, uma garota de olhos azuis e louros cabelos cacheados, tão graciosa quanto valiosa.
Mas, ela não usava um capuz vermelho e também não tinha medo de um lobo mau.
Ela tinha medo de uma serpent...
But they never did, ever lived, ebbing and flowing
(Mas eles nunca se afogaram, sobreviveram, livres e soltos)
Narração de Jughead Jones
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As pessoas do lado norte do rio Sweetwater não entendiam como eram as coisas do lado sul.
Era fato.
Eu não esperava que Archie Andrews - o ruivo mais sortudo do mundo - meu melhor amigo, entendesse também. Como ele poderia?
Nascera e crescera na família certa, do lado certo da cidade.
Ele tinha um quarto só dele em uma casa de dois andares com a vizinhança perfeita. No verão, seus vizinhos se reuniam e faziam um almoço no gramado da casa dos Cooper - seus vizinhos - e ocupavam a rua inteira com mesas e cadeiras de armar, onde as crianças pequenas pulavam em volta de um polvo de plástico vermelho - que esguichava água de seus tentáculos - acoplado em uma mangueira.
Como eu poderia esperar que ele me compreende-se? Não podia.
Não era inveja.
Não sou invejoso. Muito menos ingrato.
Realmente amo Archie como meu próprio irmão de sangue. Eu agradeço muito tudo o que ele e seu pai faziam - e ainda fazem - por mim.
Mas, como ele poderia entender o que eu sinto pelos Serpentes?
Nós brigamos feio por isso. Por eu ter entrado finalmente para os Serpentes do Sul.
Eu não podia convencê-lo com argumentos. Não quando todos os argumentos que tinha eram infantis e bobos para ele.
O que ele entendia de honra entre malfeitores? O que sabia sobre rixas de gangues? O que ele podia entender de auto preservação? Ou, de legado?
Nada.
Eu havia nascido do lado sul do rio Sweetwater.
Crescido dentro de um trailer.
Meus vizinhos eram os filhos de outros membros de gangue. Os Serpentes e os Canibais.
