Eu garanto

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Narração Jughead Jones

Narração Jughead Jones

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- Três dias. - Grunhi irritado. - Três dias, SweetPea e nada! 

Bati com o punho fechado no balcão do Whyte Wyrm. SweetPea mexeu com os ombros despreocupado, enquanto levava a garrafa de cerveja até os lábios. 

- Você está de péssimo humor, hein? - Falou cheio de ironia. - Deve ser porque não viu sua namoradinha hoje. - Alfinetou me olhando de soslaio. 

- Betty não é minha namorada. - Garanti amargamente. 

Estava com muita raiva nos últimos dois dias e como meu companheiro suspeitava a responsável por toda essa combustão de sentimentos, era Betty Cooper  a loira maravilha da pacata - nem tanto assim - Riverdale.  

Nos últimos dois dias, Betty havia aprontado todas com Verônica Logde, colocando-se em risco por causa de uma brincadeira idiota e completamente misógina do nosso querido Chucky Cleiton. 

Eu queria que ela não se envolvesse com aquela história. Não queria que ela tivesse ainda mais visibilidade do que era necessário, não quando aparentemente estávamos sendo vigiados. É claro que ela não quis me dar ouvidos e me ignorou quase que completamente para se juntar a sua mais nova amiga em busca de justiça. 

- Só por que ela não quer. - Ele acusou com um sorriso. - Você é louco por ela. 

- Cala a boca! - Mandei. 

SweetPea deu de ombros rindo. 

Ele estava se divertindo com tudo o que estava acontecendo, mesmo que o cheiro de encrenca pairasse sobre a gente a cada segundo que aquele carro estava desaparecido, ele ainda arrumava tempo para se divertir as minhas custas. 

- Qual é? Porque você não traz logo ela aqui e apresenta pro seu velho? - Perguntou ele, olhando por cima do ombro para onde meu pai estava. - Vocês não fazem o tipo discreto mesmo, e vai ser bem mais fácil de manter o rabo dela protegido se for oficial. 

Olhei para ele indignado por causa da junção de palavras, mas, ele até tinha razão. 

Betty e eu não estávamos sendo discretos o suficiente, Archie e o Pop Tate já haviam nos visto juntos mais de uma vez. O Keller também estava sempre espreitando pelos corredores do colégio e pelo que eu sabia, várias pessoas poderiam ter visto ela na garupa da minha moto. 

- Mesmo que eu fizesse isso... - Falei levando um cigarro aos lábios. - E eu não tô te dizendo que vou. - Afirmei rapidamente para ele quando seus olhos brilharam de um jeito cheio de razão. - Quem te garante que seria mais fácil manter o rabo dela protegido aqui com os Serpentes? 

- Eu garanto. - Afirmou. - Estou aqui para isso. Manter o rabo do futuro rei Serpente seguro, e a nossa princesa do lado norte também está inclusa no pacote.

- Você nem consegue encontrar a droga de um endereço. - Zombei dele tragando o cigarro. - Não vou por a segurança da minha garota nas suas mãos. - Ele me olhou descrente, então completei rindo. - Além do mais, ela é osso duro de roer e não ia concordar em ter proteção. 

Contei para o SweetPea tudo o que tinha acontecido nos últimos dias entre Betty e eu. Eu precisava conversar com alguém sobre o assunto antes que me levasse a loucura, ele era um ótimo ouvinte - quando não estava soltando piadas e gargalhadas - e eu confiava a minha vida à ele. 

Narrei rapidamente a minha vontade - nem tão secreta assim - de quebrar a cara do Chucky Cleiton, pelo simples fato dele ter desejado a minha garota - Betty havia se colocado em um papel ridiculo de isca para pegar aquele palhaço - que estava obcecada com uma vingança que não era realmente dela. E eu que não conseguia entender nada do que ela tentava me explicar - talvez, por que estava muito irritado com tudo o que acontecia ao nosso redor - estava agindo de modo irracional e grosso, como todo gangster motociclista devia agir ou ao menos fora isso que Betty Cooper jogara na minha cara. 

É, talvez eu estivesse me comportando como um gangster, mas, era isso que eu era e fiquei satisfeito em ironizar aquilo assim que ela deixou escapar. Nem deixei oportunidade para arrependimentos, provoquei-a com os melhores jogos de palavras e uma grande dose de sarcasmo, -não por maldade - mas, sim por que eu estava furioso comigo mesmo por não compreender de onde vinha tanta raiva e ainda mais furioso com ela por ser o motivo principal da minha falta de controle. 

Será que ela não entendia o que estava acontecendo? 

Não, ela entendia. 

Era inteligente demais para não entender.

E teimosa demais para obedecer. 

 Ela era minha e ter pessoas achando que ela estava disponível para flerte estava me deixando louco. 

- Então, a patricinha Rivervixen armou uma cilada para pegar o Bulldog bundão? 

- É, cara. - Confirmei bebendo a minha terceira cerveja aquela noite. - Foi por isso que a gente brigou. 

Havia passado dos limites de possessividade quando Betty me falou que ia servir de isca para pegar o mauricinho, além dela ter invadido a escola - com Cheryl Blossom,  Verônica e  Kevin - atrás de um maldito livro onde os jogadores marcavam pontos por pegar garotas em seu joguinho desgraçado.

- Betty Cooper subiu no meu conceito. - Ele riu. 

Ainda estávamos rindo e trocando piadas quando o Foca chegou do nosso lado todo nervoso, parecia ter corrido uma maratona para chegar ali, uma sorte o bar está quase vazio pois teria chamado muita atenção desnecessária. 

- Bebe um pouco e respira, irmão. - Pedi. 

Passei minha garrafa pela metade para ele que deu um longo gole e agradeceu com o olhar. 

- Mais calmo? - Perguntei minutos depois e ele acenou com a cabeça, ainda sem fôlego. - Agora fala. - Mandei. 

Ele respirou profundamente duas, três e depois quatro vezes e então começou:

- Eu achei o carro. Ele está no limite do território Abutre e pior... - Ele ofegou outra vez, olhando para nós nevorso. - Os Canibais estão com ele. 

- Você tem certeza disso? - Perguntei apertando a garrafa em minha mão. 

- Tenho. - Foca confirmou. - Quase absoluta. 

- Você sabe o que isso pode significar, não sabe? Sabe que essa é uma informação muito perigosa para todos nós? - Continuei perguntando com calma. 

Foca e SweetPea me olhavam como se eu estivesse ficando louco e talvez eu tivesse mesmo com uma cara de quem está prestes a ter um ataque psicótico. 


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