"Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta, uma garota de olhos azuis e louros cabelos cacheados, tão graciosa quanto valiosa.
Mas, ela não usava um capuz vermelho e também não tinha medo de um lobo mau.
Ela tinha medo de uma serpent...
(Auto-consciente e assustado, feito prisioneiro de guerra)
Running out of air, buried in a sadness
(Ficando sem ar, enterrado em uma tristeza)
Want a way out of this paralyzing world
(Quero uma maneira de sair deste mundo paralisante)
Our last night - Sunrise
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Narração de Jughead Jones
Acordei desorientado.
Estava sem roupas e suado. Tentando puxar o ar para os meus pulmões mais ele me faltava. Debati-me na cama, lutando contra os lençóis e senti um corpo quente e mole escorregando pela lateral do colchão indo de encontro com o chão.
Um grito estava preso no fundo da minha garganta.
Eu não sabia direito que dia era aquele e muito menos me lembrava do que estava acontecendo ao meu redor. Havia sonhado com a noite que minha mãe fora embora - apesar de ela não ter ido embora de noite e muito menos na minha frente - parecia tão real que chegava a doer.
Uma dor emocional que podia facilmente ser confundida com física.
Estava em panico e hiperventilando.
O suor frio impregnado por todo o meu corpo fazia o lençol grudar na minha pele claustrofóbico. Então, mãos suaves e pequenas tentaram segurar meus ombros - e sem saber de onde elas vinham no escuro - empurrei com força para trás. Um xingamento baixo e feminino encheu o quarto e fiquei perdido tentando descobrir de quem era aquela voz conhecida.
O lençol foi arrancado do meu corpo e um corpo macio e quente subiu em cima de mim - sentando em cima da minha barriga - apertando-me contra o colchão.
- Shiuuu! - Ela pediu enquanto segurava o meu rosto com força. - Foi só um pesadelo. Não é real. Não é real.
O rosto de Betty Cooper entrou em foco no meio da penumbra. Os olhos verdes dela estavam dilatados e bem próximos dos meus.
- Você não está sozinho. - Afirmou afastando-os meus cabelos com as pontas dos dedos. - Não está sozinho.
Meu coração batia violentamente no peito e nada tinha com o fato dela estar completamente nua em cima de mim. Eu nem sabia o motivo dela estar ali. Aquilo parecia outro sonho maluco e juvenil do começo da minha puberdade quando ainda era loucamente apaixonado pela melhor amiga do meu amigo.
