A Tempestade

Cap.1 O chamado da tempestade

O entardecer na capital era tranquilo, a luz do sol refletia na águas do porto dando um aspecto dourado, as ruas do porto estavam agitadas como sempre, navios entravam e saiam da cidade, ao caminhar pelo porto, nota-se uma fileira de navios, ambos pintados de azul escuro e dourado, eram os navios da marinha imperial que serviam a imperatriz Celeste de Castia, muito bem cuidados e muito bem equipados.

Ao andar mais um pouco pelas docas, nota-se um navio diferente dos outros, uma fragata pintada de vermelho e dourado. É o único navio que não faz parte da marinha imperial,porém, serve a marinha imperial.

O navio não estava agitado, porém, também não estava quieto, haviam apenas duas pessoas lá, o capitão e a sua quartel mestre.

– Mais uma vez arrisco minha vida para dar a corte imperial o que eles querem, e tudo o que recebo são apenas cem rosas de ouro! –Reclamava o capitão enquanto andava de um lado para o outro em sua cabine.

– Não julgo tua raiva, eu e os marujos estamos fartos disso, quase morremos para roubar aquele mapa do reino de Forti-Costi, perdemos alguns homens e mulheres na batalha! – Afirmou e seus olhos lacrimejaram ao lembrar do ocorrido– E o pior é que precisamos de mais dinheiro, não apenas para pagar os marujos, mas também para melhorias, ainda usamos os mesmos canhões de 5 anos atrás, sem falar nos sabres e mosquetes!

– Deuses, enfrentamos muito para receber pouco, um absurdo!

-– Realmente, mas acho melhor deixarmos essa conversa para outra hora capitão, a tripulação do navio nos aguarda na taverna para jantarmos.

O rapaz suspirou pesado e assentiu.

Daren Thornel tinha 19 anos, muitos duvidavam o fato de ele ser um capitão, por ser muito novo, porém, os seus estudos e forma de treinamento rigorosa de seu próprio pai, o antigo capitão do navio, fazia dele um rapaz hábil para o cargo. Talvez por ser tão jovem, justificaria o fato de ser subestimado pela marinha imperial e admirado pelas pessoas comuns do porto de Parità, a capital do império da Rosa Azul. Ele era um rapaz animado e sonhador, cabelos dourados como o sol e olhos azuis como o mar, tinha um porte atlético que invejava diversos rapazes do porto. Seus pensamentos neste momento eram incertos, seu sonho era fazer parte da frota imperial, ao invés de ser um caçador de recompensas que tem sido desde os 14 anos, quando herdou o navio de seu pai que também tinha mesmo sonho e morreu sem te-lo realizado.

Entrando na taverna Serpente-Real, Daren e Eleanora (sua quartel mestre) encontraram os seus marujos, como sempre relatando suas aventuras, desta vez estavam contando como invadiram uma fortaleza de Forti-Costi.

– Então vinham três guardas em nossa direção, ambos com espadas afiadas e fúria em seus rostos –Um marujo contava– Eu pensei que não conseguiria lutar, mas então Morrigan veio e lançou uma bola de fogo em um barril de pólvora que se encontrava próximo deles, tal ato me encorajou a continuar lutando, não é mesmo Morrigan?

A jovem feiticeira de cabelos negros e olhos lilases estava prestes a responder-lhe quando ela avistou os dois.

– Daren, Nora, venham até aqui, se juntem a nós, conte-nos como vocês dois juntos invadiram a sala de planos do forte! –Morrigan exclamou com um sorriso.

Daren e Nora se entreolharam, a melhor coisa naquele momento era ficar de bom humor e esquecer um pouco dos problemas, com ajuda da bebida é claro.

Depois de muitas risadas e conversas, Daren acaba saindo da taverna para respirar um pouco, por mais que estivesse um pouco melhor, não conseguia deixar de esquecer a falta de reconhecimento que recebia da Marinha Imperial.

Ele caminhou e se apoiou na balaustrada que dividia a rua do porto e o mar azul, fitou as águas que exibiam o seu reflexo iluminado pela a lua que já se encontrava lá no alto, eram muitas as preocupações, se continuasse recebendo o que recebia, O Orgulhos dos Mares e seus marujos não durariam por mais tempo, o barco resistiu a muitas coisas até agora, mas por quanto tempo mais ele resistiria?