1. Happening

140 8 7
                                    

1 de janeiro de 2085, 00:00 – Segunda-feira

Já celebrava meus 27 anos e também a virada do ano em meu escritório em um dos prédios mais altos da cidade de Nova York, como diretora do FBI, tinha privilégios de ter o andar todo para mim. Não estava uma correria no edifício afinal era o primeiro dia do ano, a maioria estava comemorando em suas casas, abrindo uma garrafa de champanhe ou até mesmo em festas com o amor da vida ao lado. Eu mal ligava para o meu aniversário, por quê afinal, quem nasce bem no primeiro dia do ano? Não era de comemorar com muitos, então acendi um cupcake, sozinha como de costume, apaguei a vela fazendo um pedido.

"Uma grande descoberta este ano."

Encarei a janela enorme após apagar a vela. Uma parede inteira era só de vidro onde dava para ver quase toda a cidade. Minha mesa ficava perpendicularmente à essa parede, a mesa toda de vidro com a minha cadeira branca de couro e na minha frente, duas cadeiras de escritório brancas com metais nos encostos dos braços. Havia um sofá e poltronas logo à frente, também era tudo branco e uma mesinha de centro preta com uma elefante de porcelana. Um tapete redondo acinzentado complementava a sala estando logo ao meio. Isso tinha um nível acima, pois era como se a sala ficasse num palco, assim que descia um pequeno lance de degraus, havia alguns armários e uma estante de livros, que poucas pessoas ainda guardavam.

Deixei cair sem querer um pouco de glacê no notebook, e já conseguia ouvir todos os fogos de artifício sendo estourados do lado de fora. Levantei da cadeira pra ir observá-los pela janela. Meio triste estar em um escritório enquanto há festas e vários outros meios de entretenimento, como eu já disse, mal ligava. Já comemorei muitos "anos novos" com família, com namorado, com amigos, mas hoje eu foco mais na minha carreira profissional. Foi difícil chegar até aqui e tão nova.

Não, meu pai não era um ex-funcionário e muito menos dei para o chefe para conseguir o emprego. Levei muito esporro de chefe mal humorado, sempre participava do casos no laboratório, conquistei contatos por aí. Com muito esforço e, com certeza, um pouco de sorte, fui indicada e consegui a vaga de diretora. Era incrível o escritório e até como você era tratada, como se temessem.

Sempre tive fama de ser um pouco grossa mas não era como se eu fosse ser uma vaca com qualquer um. Não, também não faz muito tempo que consegui essa vaga, quase 3 meses atrás para ser exata.

Nossa tecnologia anda muito avançada, e o mundo não acabou em 2012, nem em 2016, muito menos em 2018. O teletransporte está cada vez mais habilitado, porém ainda não é possível transportar pessoas de um país para o outro. Apenas objetos e alguns tipos de matéria-prima.
Celulares? Não chamávamos mais assim, agora o termo era "digitais". Hoje em dia, com os digitais é possível comunicar-se com hologramas, capacidade de sentir cheiros, gravar memórias, capitar pensamentos da sua própria consciência (com ajuda de um microchip instalado na população que desejou), gravar suas memórias e até sonhos. São tantos recursos que é difícil você utilizar todos.

Há prédios que possuem trens bem equipados que passam às vezes até por dentro de outros prédios ou ficam só por fora, com isso, é capaz de se mover de um prédio para o outro em questão de segundos. Nem todos possuem isso, claro.

Os robôs também são possíveis de se ver por toda parte. Nas ruas, eles só não ocuparam 100% o trabalho da população, se não, causaria uma taxa de desemprego altíssima. E eu nem estaria aqui, provavelmente.

Nem tudo está como no filme do Star Wars, onde há trânsito de carros voadores, eles existem e são muito caros, e não foi uma tecnologia que expandiu tanto por conta de nem todo mundo conseguir comprar, assim, não era muito usado nas ruas. As pessoas preferem mesmo os carros que dirigem sozinhos.

Running OutOnde histórias criam vida. Descubra agora