Running Out

2. Evidences

Sabe aquela sensação de que tem alguém te observando? Ou como se algo estivesse atrás de você? Era o que eu estava sentindo naquele momento. E só depois de ouvir aquela voz eu me toquei.

– E a minha reserva está no nome de Bieber. Justin Bieber. – a voz rouca soou logo atrás de mim.

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Qual a probabilidade da pessoa que você não gosta estar no mesmo ambiente que você? Talvez uns 200%. Ou mais?

Meu rosto automaticamente virou-se para trás, como aquela menina daquele filme de terror super antigo que vira a cabeça quase em 360°. Ok, não é pra tanto.

O sorriso sínico estava bem exposto nos seus lábios. Ele, com certeza, sabia que eu não era muito fã da sua presença. Ou talvez não.

Logo após o scanner passar em seu rosto também, ele veio logo atrás de mim.

– Srta. Fontaine. Que honra te encontrar. – Por mais que a minha vontade de dizer era "pena que não sinto a mesma honra", ele quem governava tudo e podia muito bem me tirar do cargo recém-conquistado com um estalar de dedos.

– Coincidência, não? – dei um sorrisinho que provavelmente saiu bem falso e desviei o olhar olhando para Jake, sem esperar a resposta de Bieber. – Se me dá licença, estou um pouco ocupada agora. – Virei a cara e puxei Jake até a atendente que aguardava com a maior boa vontade do mundo olhando pra nossa cara. Ironia.

Larguei Bieber plantado, sem olhar pra trás e Jake estendeu sua mão para entrelaçar nossos dedos, me guiando com a atendente até a mesa.

Sentamos na mesa, e assim, digitando o nosso pedido no digital/tablet do nosso lado. Concordamos em pedir uma garrafa de vinho branco, já nas comidas, eu pedi um prato de fettuccine com molho bechamel e camarões gratinados e Jake pediu uma porção de caviar e um prato de ravioli de carne com molho de gorgonzola.

O restaurante era quase todo envidraçado, com a intenção de realmente mostrar a enorme cidade. As cadeiras eram todas acolchoadas, como poltronas, bem confortáveis. A mesa era quadrada de vidro, com um tablet preso, ao lado dos talheres prata e os guardanapos eram presos com uma fita dourada. Era tudo muito impecável. O grande lustre, no meio do restaurante, era o centro das atenções.

– Era o governador, certo? – questionou, logo em seguida, dando um gole na taça de vinho, que já havia chegado. Concordei com a cabeça. – Você pareceu estranha quando ele chegou. Não sei. Como se não suportasse a presença dele.

– Bem observador. – murmurei. – Só não concordo com algumas atitudes dele, e sempre tenho reuniões com ele. – respondi indiferentemente, não queria muito entrar no assunto.

– Também acho ele um pouco babaca. Se é isso o que você quer dizer. – sorri com a resposta de Jake.

O jantar estava indo muito bem, exceto pelo fato que Bieber pegou uma mesa atrás de Jake, e sentou na posição perfeita pra ficar olhando pra minha cara a cada cinco segundos. Ele estava com alguns homens de terno, e sempre esbanjava o sorriso. Ainda por cima, olhava pra mim e mordia o lábio discretamente e propositalmente. Desgraçado.

Os pratos chegaram, depois de uns 20 minutos, eu estava faminta. Jake me contava tudo sobre sua vida. Sobre seu emprego, seus irmãos, seus antigos relacionamentos. Decidi me abrir falando de algumas amizades, contei que tinha uma amiga que morreu, mas não contei o motivo. Para mim, na verdade, era o termo "desapareceu".

– E seus pais? – Jake perguntou um pouco apreensivo. Engoli seco na hora, desviando o olhar mexendo no garfo do meu prato. Podia ter escrito uma lista de "assuntos proibidos" e mandar para ele antes do encontro.